Um salão automotivo é um evento que, para o público, é uma enorme diversão, enquanto para a imprensa é trabalho árduo, ainda que prazeroso. Todavia, essa mostra das novidades da indústria já não agrada exatamente quem exibe.

Sem crise de público, esse tipo de evento não está mais sendo do interesse dos fabricantes e isso tem colocado algumas destas mostras, especialmente as internacionais, em uma crise sem precedentes, mas algo que não vem de hoje.

Recentemente, foi anunciado o fim do Salão de Genebra, um dos maiores e mais tradicionais do mundo, normalmente realizado em abril. Após 119 anos, a mostra suíça sucumbe ao desinteresse das marcas.

Desde 1905, numa época em que só tinha carro quem era realmente rico, Genebra viu tudo acontecer, chegando mesmo a ter 120 expositores em seu auge, porém, os fabricantes passaram a selecionar suas participações e reduzi-las.

Com milhões de dólares investidos em shows, grandes cenários e vários tipos de atrativos para o público, dentro e fora dos pavilhões, focar em certos eventos, retirando-se de outros, ajudou Genebra a ficar de fora da “turnê” global das marcas.

Na Europa, por exemplo, Frankfurt perdeu a IAA para Munique, que teve de se reinventar senão não levaria a mostra alemã. Nos EUA, Detroit mudou até de época do ano para evitar fim semelhante ao do evento suíço.

Em contrapartida, a China reforça os salões com Pequim, Xangai e Chengdu, nessa ordem, sendo os mais importantes, mas muitos lançamentos de destaque nacional e internacional são vistos em outros “menores” que ocorrem no país.

A Argentina perdeu o seu e o Brasil também, com o último Salão do Automóvel ocorrendo em 2018. Para 2020 ele já havia sido cancelado antes mesmo da pandemia de Covid-19 e a promessa de retorno continua, com 2024 sendo a mais recente.

Muitas marcas optaram por abordagens diferentes para se aproximarem do público, evitando assim gastos com eventos onde normalmente não podem vender nenhum carro.