
A Uber está se preparando para acelerar sua presença no mercado de robotáxis, e o CEO da empresa, Dara Khosrowshahi, acredita que a Ásia será o principal motor de crescimento dessa nova era do transporte.
Em entrevista à Bloomberg, Khosrowshahi classificou os robotáxis como uma “oportunidade trilionária”, citando o potencial de transformação na mobilidade urbana e rural, principalmente em países com população envelhecida.
“Esperamos estar em mais de 10 mercados já no próximo ano”, afirmou o CEO, acrescentando que a região Ásia-Pacífico é prioridade, com Japão, Hong Kong e Austrália entre os mercados-alvo.
Embora o Japão ainda enfrente desafios regulatórios, Khosrowshahi destacou que a demanda por transporte em áreas rurais está crescendo, especialmente com o avanço da idade média da população.
Veja também
Hoje, a Uber mantém operações com veículos autônomos nos EUA e no Oriente Médio, mas quer expandir rapidamente para novos territórios por meio de parcerias com mais de 20 empresas do setor.
Entre os nomes citados estão Waymo (EUA), Pony.ai, WeRide e Baidu (China), todos com tecnologias autônomas em estágio avançado de testes.
Segundo o executivo, o setor não será dominado por um único vencedor.
“Essa não será uma corrida de vencedor único. O importante é trabalhar com empresas seguras e construir um relacionamento construtivo com os reguladores”, explicou.
Durante o último balanço trimestral, Khosrowshahi revelou que os mercados com operações de robotáxis estão crescendo mais rápido que os demais nos EUA.
Cidades como Austin e Atlanta, onde a Uber opera com a Waymo, têm mostrado aumento na demanda, o que fortalece a visão da empresa de que a automação pode impulsionar sua base de usuários.
Outros líderes do setor também apostam alto nessa tecnologia. O CEO da Tesla, Elon Musk, voltou a afirmar em 2025 que a empresa terá 1 milhão de robotáxis até o fim de 2026, promessa semelhante à feita em 2019 — e que não se concretizou.
Ainda assim, o caminho para a rentabilidade real dos robotáxis permanece incerto. Um relatório do HSBC alertou em julho que o setor pode estar “amplamente superestimado” e que o lucro pode demorar anos para aparecer.
Mesmo os players mais avançados seguem operando no prejuízo. A divisão “Other Bets” da Alphabet, que inclui a Waymo, perdeu US$1,42 bilhão no terceiro trimestre.
Além disso, o custo de produção de cada veículo autônomo ainda é altíssimo, estimado em cerca de US$150 mil por unidade no caso da Waymo.
Esses valores afastaram montadoras como Ford e General Motors, que abandonaram projetos de robotáxis após anos de investimento.
Apesar disso, a Uber mantém firme sua aposta de que os veículos autônomos vão transformar a mobilidade urbana — e a forma como as pessoas se deslocam nas cidades.
Se os custos caírem e a regulação evoluir, os robotáxis podem, de fato, mudar tudo. Mas, por enquanto, o bilhete para esse futuro ainda é caro — e incerto.
📨 Receba um email com as principais Notícias Automotivas do diaReceber emails
📲 Receba as notícias do Notícias Automotivas em tempo real!Entre agora em nossos canais e não perca nenhuma novidade:
Canal do WhatsAppCanal do Telegram
Siga nosso site no Google Notícias










