
Se depender da Aston Martin, o futuro dos carros de luxo será bem mais colorido — e verde. Literalmente.
A marca britânica tem observado uma mudança curiosa e ousada no comportamento de seus clientes mais endinheirados: a preferência por tons vibrantes, especialmente verdes, tem superado o tradicional trio de cores discretas — branco, prata e preto.
E isso, segundo a própria empresa, é motivo de comemoração.
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Durante o Monterey Car Week, nos Estados Unidos, o vice-presidente executivo e chefe de design da Aston Martin, Marek Reichman, explicou que o “verde virou a nova identidade” da marca.

Muito disso se deve à entrada da Aston na Fórmula 1, em 2021, com seus carros pintados em verde metálico correndo lado a lado com a Mercedes-AMG, dividindo inclusive os papéis de safety car e medical car da categoria.
Mas a mudança não começou ali. Reichman conta que o fenômeno ganhou força com o lançamento do hiperexclusivo Aston Martin Valkyrie, um dos modelos mais caros e extremos da marca.
Dos 275 exemplares produzidos, entre 30% e 35% foram pintados em algum tom de verde — um número altíssimo para um modelo de nicho. E o mais interessante: os compradores não estão nem aí para valor de revenda ou modismos do mercado.
“O Valkyrie é um carro muito pessoal. Quem compra pensa apenas em como ele será visto, no que ele representa para si mesmo, e não no próximo dono”, explicou Reichman. Segundo ele, os clientes de alto padrão hoje escolhem a cor do carro com base em sentimentos, estilo e autoexpressão.

Atualmente, quase 25% dos modelos produzidos pela Aston Martin saem de fábrica em uma das nove variações de verde disponíveis. O British Racing Green, o clássico tom escuro associado às corridas do Reino Unido desde 1903, é apenas o começo.
Os designers da marca foram liberados para experimentar toda a escala de verdes, aproveitando o momento de popularidade da cor e o apoio visual vindo da F1.
Além da tradição histórica, o verde também realça as formas do carro. Segundo Reichman, a cor permite destacar luzes, sombras e linhas da carroceria de maneira mais eficaz do que tons neutros.
“É uma cor que descreve muito bem o tipo de carro que você está vendo. É fácil enxergar os volumes e os detalhes”, afirmou.

Mas as cores não falam apenas sobre o carro — falam também sobre quem está ao volante. Reichman exemplificou com o icônico Aston Martin DB5.
Se ele estiver pintado em azul caribenho ou tons escuros, é só mais um DB5. Mas se for prateado… “As pessoas olham e dizem ‘Meu Deus, é o carro do James Bond!’”, comentou. O que reforça a ideia de que a cor molda percepções e cria imagens instantâneas.
E como a escolha da cor virou um assunto tão sério para os clientes, às vezes até de madrugada. Marek Reichman lembra de um caso recente: “Recebi um e-mail no meio da noite.
O cliente estava em dúvida entre o vermelho Fiamma e outras opções. Meio acordado, respondi: ‘Pelo amor de Deus, vai de Fiamma!’”.
Seja pelo impacto visual, pela herança esportiva ou pela ousadia de se destacar em meio ao tradicionalismo dos carros de luxo, o fato é que a Aston Martin está abraçando a cor verde como símbolo de sua nova fase — uma marca que não tem medo de ousar e que entende que, no mundo dos carros de alto luxo, estilo e personalidade valem mais que qualquer tabela de revenda.
[Fonte: CarBuzz]
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