
A Copart é um colosso global no setor de leilões de carros sinistrados, e agora, graças à inteligência artificial, está mais eficiente — e lucrativa — do que nunca.
Em sua última teleconferência de resultados, a empresa revelou que suas receitas, lucros brutos e ganhos líquidos cresceram tanto no trimestre quanto no acumulado do ano.
Mas o que chama a atenção mesmo é o papel crescente da IA nesse sucesso.
Segundo o CEO Jeff Liaw, a Copart tem utilizado modelos de linguagem avançados (LLMs) para acelerar processos críticos como a precificação de veículos e a tomada de decisão sobre perda total.
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Antes tarefa lenta e burocrática, a análise que define se um carro vale a pena ser consertado ou deve ser descartado é agora feita em segundos, cruzando informações de milhões de transações anteriores.

E a influência da IA vai além. Com tantos dados, a Copart já consegue não só reagir ao mercado de usados, mas também ditar tendências de valor.
Quando ela define o valor médio de revenda de um modelo específico — um Honda Civic 2005 com 150 mil km, por exemplo — essa média se torna referência para seguradoras e compradores. A decisão sobre reparar ou declarar perda total? Também baseada nesses valores.
Esse ciclo de feedback retroalimenta o próprio negócio: quanto mais carros a Copart leiloa, mais preciso seu banco de dados, e mais influência ela tem sobre os preços. Com IA, esse processo se torna mais rápido e mais abrangente.
E o impacto é global. “A frequência de perda total continua em tendência de alta no longo prazo”, disse Liaw. “Nos EUA, no segundo trimestre de 2025, a frequência foi de 22,2%, contra 21,5% no mesmo período de 2024.”
A explicação? Carros modernos são tão complexos e caros de reparar que, muitas vezes, vale mais descartá-los.

Mas o carro não vai exatamente para o lixo: vai para outro país. Cerca de 40% dos veículos vendidos nos leilões da Copart nos EUA são comprados por compradores internacionais, segundo a própria empresa.
Em países onde a mão de obra é mais barata e os custos de reparo menores, esses carros “perdidos” ganham nova vida — e novo lucro.
Além das decisões técnicas, a IA também é usada para dar suporte aos atendentes da Copart, melhorar resultados de busca no site, recomendar veículos para compradores e até acelerar processos burocráticos como obtenção de documentos.
“Estamos só começando”, afirmou Liaw. “Com a evolução dessas ferramentas, seremos radicalmente mais eficientes.”
A Copart, assim como outros grandes players da economia digital, mostra que o uso de IA não está restrito à ficção científica ou à robótica.
Está aqui, agora, decidindo quanto vale seu carro, se ele será consertado, exportado ou descartado — e, por consequência, influenciando quanto você vai pagar (ou receber) do seguro.
É a nova era do mercado automotivo, e ela é escrita em código.
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