Audi A4 Attraction 2.0: ótimo desempenho, peca em detalhes

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Quando o dono de um carro alemão conversa sobre potência aqui no Brasil, ele tem de estar bem preparado para explicar direitinho que seu carro anda mais do que as pessoas pensam.

É um festival de 122, 136, 150 cavalos que não convence muito quem está acostumado com as joias sobre rodas que temos no nosso país, que só andam bem com potências maiores.

E a responsável pela superioridade dos modelos alemães no desempenho com baixa potência é a tecnologia. São motores superavançados e câmbios de sete ou oito marchas, que fazem a alegria de quem está atrás do volante. Com o Audi A4 Attraction que avaliamos nesta semana, essas explicações até que não são tão necessárias.

Digo isso pois seu motor 2.0 turbo de 180 cavalos de potência é ótimo, e casa muito bem com o veículo. A potência não é tão impressionante assim, mas este motor 2.0 tem 32,6 kgfm de torque a partir de 1.500 rotações.

Logo iremos entrar em detalhes a respeito do comportamento do sedã tanto na cidade quanto na estrada. O visual do Audi A4 continua bem parecido com o anterior, que perdurou até pouco tempo atrás.

Apenas temos faróis mais nervosos, que fizeram bem para o A4, deixando-o mais agressivo para brigar com o novo Série 3 da BMW, que, por sinal também ficou muito bonito.

Na traseira, poderíamos ter mudanças mais aparentes, pois ali acaba parecendo que nada foi mudado.

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A versão Attraction, de 123.000 reais, é mais simples que a Ambiente, que custa 130.900 reais e que adiciona teto solar elétrico e alguns detalhes melhores de acabamento. Ainda acima destas duas existe a versão Ambition, com configuração para 211 cavalos, tração Quattro, vários equipamentos a mais e um estilo esportivo.

O preço salta para 162.200 reais. Confesso que acho o preço da versão Attraction um pouco alto pela ausência de itens existentes em um A1 de 122 cavalos com pacote mais completo.

Mas infelizmente temos o Novo A3 custando praticamente a mesma coisa, então não tem porque a Audi reduzir o preço do A4, não é mesmo? Mas a simplicidade demasiada do A4 em alguns detalhes ainda chama a atenção.

Por exemplo, o seletor dos faróis não tem a posição AUTO e não existem sensores de estacionamento quer na frente quer atrás.

A iluminação interna não é feita por LEDs e a tela que fica no centro do painel é bem simples e sem várias opções.

Falando ainda do interior, por outro lado notamos qualidades gerais dos modelos da Audi, como uma cabine simples, porém ao mesmo tempo elegante. Os comandos são fáceis de usar, e com pouco tempo o condutor se familiariza com tudo.

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O volante e o quadro de instrumentos são bem parecidos com os do Audi A1 que avaliamos anteriormente, mas os outros detalhes do painel são bem diferentes. O ar-condicionado não é muito intuitivo de se usar, pois a informação da temperatura aparece apenas na tela digital, que fica bem distante.

Poderia existir um visor digital informando pelo menos a temperatura junto dos comandos, como você vê na foto acima, que mostra o interior de um A4 mais equipado. Os bancos em couro claro são muito confortáveis, porém estavam um tanto encardidos na unidade cedida.

Nesta versão de entrada do Audi A4, apenas o banco do motorista tem ajustes elétricos, item que aparece também no banco do passageiro quando a versão comprada é mais completa. Um detalhe bem interessante no caso do banco do motorista foi ver quão baixo o assento pode ficar.

Você fica em uma posição quase sentado no chão, como um piloto de corrida. E isso traz vantagens no uso do espaço para quem é bem alto. Acredito que até mesmo alguém com dois metros de altura consiga usar o A4 sem raspar a cabeça no teto.

Andando na cidade

O Audi A4 Attraction cumpre seu papel de sedã bem comportado de pai de família. Ele é bem silencioso em todas as faixas de rotação, apenas com um leve assobio da turbina, o que também agrada. O bom torque disponível desde baixas rotações faz com que o veículo acelere com força mesmo em subidas.

Dependendo da situação, as acelerações do A4 avaliado eram tão rápidas quanto as do Volkswagen Jetta TSI que testamos anteriormente, que tem 20 cavalos a mais, mas perde por algo em torno de 4 a 5 kgfm no torque.

E mantendo o pé leve, o motor sempre atua abaixo das 2.000 rotações, mas com uma força incrível, que faz o mais desligado se perguntar como o carro está entregando todo aquele torque rodando de maneira tão macia.

Um pequeno problema notado é que a atuação do pedal do acelerador mostrou ser do mesmo tipo que em outros modelos da Audi que já dirigi: se você pisa de leve, parece que não está pisando nada.

Quem está acostumado com outros carros acaba estranhando quando pisa de leve no trânsito, e acaba irritando outros motoristas por praticamente não sair do lugar. Então pisa mais forte e às vezes acaba exagerando.

A suspensão do A4 filtra bem os buracos e irregularidades do asfalto, mas sem ser molenga demais. Ela ainda passa para o motorista o que está acontecendo abaixo dos pneus, não de maneira muito brusca.

A frente é um tanto  baixa e alongada, então é necessário precaução adicional em valetas, pois o para-choque raspa com facilidade. O consumo que marcamos foi de 7,1 km/l, uma marca bem razoável para um sedã com o peso e potência do A4.

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Pisando fundo na estrada

Se você já andou em algum modelo mais recente da Audi e ficou impressionado com o câmbio automático de sete marchas com dupla embreagem, saiba que a caixa CVT do A4, que simula oito marchas, é igualmente impressionante, se não for ainda mais interessante.

Primeiro porque andando a 110 km/h o motor fica em apenas 1.500 rotações. As acelerações são feitas de forma gradual e bem rapidamente. Retomadas são muito rápidas também.

O nível de ruído interno do A4 Attraction é adequado para o segmento em que o modelo se encontra. A suspensão lida muito bem com curvas, mantendo a estabilidade. Só que o baixo nível de rotações citado acima não ajuda o consumo a ficar impressionante não.

Ao passo que o Audi A1 que avaliamos conseguiu fazer mais de 17 km/l na estrada a 110 km/h, o A4 2.0 de 180 cavalos conseguiu “desanimadores” 12,6 km/l.

Não é um consumo de todo ruim, mas esperávamos mais do modelo, principalmente pelo fato de contar com o ótimo câmbio CVT. Se for para ter um consumo desse, vale mais a pena ficar com uma unidade que tenha 211 cavalos de uma vez, não essa de 180.

Audi A4 Attraction – Ficha técnica

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.