As mudanças no design automotivo costumam ser sutis, mas nos últimos anos, os faróis assumiram o protagonismo de uma revolução visual.
O que antes era apenas um item funcional para iluminar a estrada virou uma declaração de estilo — e, para muitos, um motivo de controvérsia.
O artista digital Nikita Chuyko, conhecido como Kelsonik, resolveu entrar nesse debate com imagens provocativas que reimaginam os modelos mais recentes da Audi e BMW sem os atuais faróis divididos.
Sua proposta foi simples, mas ousada: eliminar as luzes superiores de LED diurno e integrá-las à parte inferior do conjunto óptico.
A ideia gerou reações intensas nas redes sociais, onde muitos se perguntaram se os tempos não eram melhores quando os faróis tinham um só formato — simples e funcional.
Na prática, o que Chuyko fez foi oferecer uma versão mais coesa visualmente do que se vê hoje nas ruas. No caso da Audi, ele aplicou essa releitura no novo Q3, no Q6 e-tron e no A6 e-tron.
Ao remover a seção superior, onde normalmente ficam os DRLs, e realocá-los nos faróis principais, o resultado é uma frente mais limpa, embora pouco familiar para olhos acostumados ao visual atual.
O espaço deixado entre o capô e o para-choque, antes ocupado por luzes finas e agressivas, agora parece vazio — e isso é justamente o que provoca estranheza.
Na visão de Chuyko, esse rearranjo devolve equilíbrio ao desenho, mesmo que à primeira vista pareça causar um “apagão de personalidade” nos modelos.
É um efeito curioso, especialmente em modelos elétricos da Audi, onde a grade já é menos definida e o conjunto óptico tem papel ainda maior na identidade visual do carro.
A BMW também entrou na linha de fogo criativa do designer russo. A gigante bávara teve seu Série 7, o X7 e o extravagante XM redesenhados no mesmo espírito.
A ideia, novamente, foi reposicionar os DRLs e deixar os faróis em uma unidade única e simplificada. O resultado é um visual mais tradicional — e, para alguns, até mais elegante — especialmente no sedã de luxo.
Apesar disso, muitos apontaram que o equilíbrio ficaria ainda melhor se a grade “duplo rim” da BMW fosse menos pronunciada e os faróis um pouco mais altos.
O próprio Chuyko parece ter percebido isso e, em um render recente de um BMW M7 fictício, adotou esse caminho: luzes únicas em posição mais alta e grade redesenhada com mais sutileza. Resultado: um carro mais harmonioso e visualmente maduro.
A controvérsia em torno dos faróis divididos não é gratuita. Essa tendência virou quase uma assinatura de design em modelos recentes, principalmente na linha de SUVs e elétricos.
Enquanto parte do público aplaude a ousadia, outra parcela torce o nariz e pede o retorno ao visual “normal”, como alguns comentaram nos perfis de Chuyko. Um deles até brincou dizendo que os carros agora têm “bochechas” no lugar dos olhos.
Vale lembrar que essa estética pode ter prazo de validade. A BMW, por exemplo, já está sinalizando uma guinada com sua nova geração de modelos Neue Klasse, que deve abandonar os faróis duplos em favor de linhas mais limpas, com uma dianteira afilada que remete aos clássicos da marca.
Com o mercado cada vez mais saturado de SUVs e elétricos de aparência futurista, talvez essa nostalgia por uma frente “mais normal” seja um sinal de cansaço do público.
Ou, quem sabe, só mais uma fase do eterno ciclo de reinvenção estética no mundo automotivo.
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