A era dos sliders e comandos sensíveis ao toque está com os dias contados nos carros da Audi — pelo menos na Europa.
Após receber um volume expressivo de críticas de clientes, a marca alemã decidiu tomar uma decisão rara na indústria: substituir rapidamente os comandos digitais por botões físicos, mesmo em modelos lançados há menos de um ano.
Cinco linhas de veículos já confirmaram a mudança: A5, Q5, A6, A6 e-tron e Q6 ganharão novos controles rotativos físicos nas laterais do volante.
Esses botões substituem os sliders sensíveis ao toque que haviam sido adotados recentemente, especialmente nos modelos com produção iniciada em 2024 e 2025.
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Segundo a Audi, a decisão foi motivada diretamente pelo feedback de clientes, que pediram “cada vez mais a volta de comandos físicos”.
O movimento surpreende pela velocidade com que a fabricante decidiu agir, considerando que os componentes anteriores faziam parte de um planejamento de longo prazo.
Mercados diferentes têm demandas distintas: enquanto consumidores na China preferem interfaces táteis e cockpits inteligentes, na Europa o público — geralmente mais velho — ainda valoriza botões e confiabilidade tátil.
Essa preferência por comandos físicos também tem respaldo técnico.
A Euro NCAP, órgão europeu que avalia segurança veicular, anunciou que veículos que não tiverem botões ou alavancas dedicadas para funções básicas como setas, pisca-alerta e limpadores de para-brisa receberão pontuação mais baixa a partir de 2026.
A entidade critica o uso excessivo de telas, alegando que “obrigam o motorista a desviar os olhos da estrada”, aumentando o risco de acidentes por distração.
Embora itens como volume do som e climatização ainda não entrem nos critérios obrigatórios, há pressão crescente para que fabricantes ofereçam acesso intuitivo e tátil a esses comandos.
A tendência de retorno aos botões físicos não é exclusiva da Audi. A Volkswagen, controladora da marca, já vem readicionando botões nos volantes de modelos como o Tiguan.
Hyundai e Genesis também mantêm controles físicos em seus modelos mais recentes, seguindo o desejo dos consumidores por um equilíbrio entre tecnologia e usabilidade.
Enquanto isso, a Audi ainda não confirmou quando os modelos atualizados com os novos botões chegarão às concessionárias.
Mas o recado está dado: em meio à obsessão da indústria por telas, há cada vez mais espaço — e demanda — para o retorno da boa e velha ergonomia tátil.
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