O mercado global de veículos elétricos e híbridos plug-in continua em forte expansão, com um salto de 24% nas vendas em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Os dados são da consultoria Rho Motion, que monitora as movimentações do setor. China e Europa lideraram mais uma vez esse avanço, consolidando a força dos EVs nesses mercados. Mas o mesmo não pode ser dito dos Estados Unidos.
Enquanto os chineses adquiriram 1,11 milhão de veículos elétricos e híbridos no mês, uma alta de 28%, e os europeus somaram cerca de 390 mil unidades, um crescimento de 23%, a América do Norte registrou queda.
Foram pouco mais de 140 mil unidades vendidas, uma retração de 9%. Só nos Estados Unidos, o recuo foi de 1% em relação a junho de 2023, segundo a Rho Motion.
A retração no mercado americano ocorre num momento em que o governo de Donald Trump antecipou o fim de subsídios para veículos elétricos, cortando incentivos que ajudavam a impulsionar a adoção desses modelos no país.
Para Charles Lester, gerente de dados da Rho Motion, essa decisão deve frear ainda mais o desempenho ao longo de 2025.
Mais preocupante ainda é o fato de que a América do Norte, tradicionalmente um dos maiores mercados automobilísticos do planeta, ficou atrás pela primeira vez de um novo bloco chamado de “resto do mundo” — que engloba países emergentes da Ásia, América Central e América do Sul.
Esse grupo viu suas vendas crescerem 43% em junho, ultrapassando os números norte-americanos.
O contraste com a Europa é gritante. Por lá, políticas públicas continuam apoiando o setor, com novos incentivos para consumidores finais e frotistas em mercados importantes como Alemanha e Espanha.
Além disso, a chegada de modelos mais acessíveis está expandindo o alcance dos EVs no continente.
Marcas tradicionais como Volkswagen e Renault ainda lideram entre os modelos compactos, mas fabricantes chinesas como a BYD estão ganhando espaço, tanto na Europa quanto nos mercados emergentes.
No total, 1,8 milhão de veículos elétricos e híbridos plug-in foram vendidos globalmente em junho.
E apesar de relatos sobre possível desaceleração na China devido ao fim de alguns subsídios locais, a expectativa é de uma retomada forte no segundo semestre, com mais incentivos sendo liberados até o final do ano.
O cenário é claro: o mundo está acelerando rumo à eletrificação, com apoio político e industrial.
Já os Estados Unidos, pressionados por tarifas, cortes de incentivo e incerteza regulatória, podem perder o bonde — ou melhor, o carregador — da transformação automotiva global.
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