Avaliação BYD Shark: Com visual de F-150 e alma de SUV elétrico, será que convence o mercado?

byd shark avaliação na (22)
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O mercado de picapes no Brasil viu chegar um produto fora da curva e este é a BYD Shark, que tem a pretensão de ocupar um espaço do segmento adorado pelo agronegócio, mas com fãs bem urbanos.

Para estes, a Shark parece bem melhor por suas características únicas, sendo ela uma picape híbrida plug-in com motorização fora da curva e muita força para lidar com algumas situações.

Com seus 437 cavalos combinados, a Shark quer mostrar como será o futuro das picapes diante da vitória das políticas ambientais, entregando com isso também tecnologia.

Aqui, por R$ 379.800, são frequentemente oferecidos com desconto de R$ 40.000 para deixar a Shark no mesmo patamar das versões tops das picapes médias movidas a diesel. Será uma delas?

byd shark avaliação na (6)
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Parece americana

Pelo menos visualmente, a BYD Shark segue a trilha de picapes famosas, no caso, a inspiração na Ford F-150 é nítida e isso não é ruim, afinal, se apoia num produto acima.

Todavia, o destaque mesmo fica para o tamanho da cabine, que mesmo de fora, passa a impressão (real) de um ambiente mais generoso em seu interior.

A caçamba de carga, com seus 1.200 litros e tampa de abertura automática (para descer) com degrau retrátil e tomadas de força, poderia ter capota marítima de série. Pelo menos o acesso é bom.

Já as rodas de liga leve aro 18 polegadas com pneus 265/65 R18 são de design aceitável e de tamanho ideal para uma picape média de 5,457 m de comprimento e 3,260 m de entre eixos.

byd shark avaliação na (9)
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Dentro, o ambiente da Shark é um tanto carregado no frontal e lembra mais um SUV, tendo uma profusão exagerada de controles junto à alavanca de transmissão.

As costuras em vermelho sugerem uma picape esportiva, mas isso não corresponde ao visual exterior. As duas telas de cluster e multimídia (giratória) estão em dia com a proposta do carro.

Já o HUD colorido é um extra interessante, assim como o volante com os modos de condução e terreno na base reta. Faltou o comando de giro da tela central na direção.

Os bancos, como na maioria dos carros da BYD, agradam. Na frente, ajustes elétricos, ventilação e aquecimento ajudam muito. Pena não ter memória.

byd shark avaliação na (37)
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Com carregamento indutivo, NFC e entradas USB, a Shark conecta o que quisermos, tendo ainda um ambiente com iluminação ajustável e visibilidade externa boa. A climatização tem filtro especial e ionização.

Já o espaço é mais generoso que qualquer das picapes médias de chassi oferecidas no Brasil, sendo assim a Shark mais próxima das grandes e de SUVs, denotado até por seu comportamento.

Propulsor decorativo

A BYD Shark não vai agradar aos picapeiro raiz e a começar pelo motor a combustão, um singelo 1.5 Turbo de 1.497 cm³ com injeção direta, montado num corpo enorme.

Ele entrega bons 183 cavalos a 6.000 rpm e 26,5 kgfm a 4.500 rpm. Mais gerador que impulsionador, esse motor trabalha com uma caixa de transmissão direta de uma velocidade.

byd shark avaliação na (19)
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Com ele, dois motores elétricos, sendo o dianteiro com estranhamente 231 cavalos e 31,6 kgfm, enquanto o traseiro entrega 204 cavalos e 34,7 kgfm.

Aí temos uma inversão de potências e torques, com mais cavalos na frente e mais força atrás. No total, são 437 cavalos e 65 kgfm, números excelentes para qualquer picape, mesmo grande.

Com tração nas quatro rodas sob demanda, a Shark tem ainda uma bateria de 29,6 kWh, suficientes para 96 km no modo elétrico, dependendo das condições.

Em uma hora em tomada aterrada de 220V, a bateria absorve o suficiente para 12 km ou 11% da carga.

byd shark avaliação na (31)
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Indo de 0 a 100 km/h em 5,7 segundos, ela arranca bem, mas os 160 km/h não agradarão ao cliente tradicional de picapes médias de chassi e essa é uma delas, embora sem motor diesel.

Usando sempre a energia primeiro e depois o 1.5 Turbo a gasolina, a BYD Shark consegue patinar mesmo em movimento, mostrando o poder da eletricidade diretamente nas rodas.

Saindo como um SUV esportivo, a picape da BYD tem uma transição suave com o motor entrando, garantindo conforto ao dirigir.

Com toda essa carga de cavalaria direta, ela desliza na cidade e navega bem na estrada, não se importando com ultrapassagens, retomadas em aclives e nem serras altas.

byd shark avaliação na (34)
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Os modos Eco, Normal e Sport garantem ótimas respostas, enquanto os modos Mountain, Snowfield, Sand Land e Muddy Land ajustam o torque individualmente para melhor tração nestes ambientes do fora de estrada.

Cada modo é ilustrado no painel e o comportamento da picape muda, assim como o uso dos motores. Pode-se, no dia a dia, usar somente a energia e com pouco mais de 30 km na estrada, além de quase 50 km no uso urbano.

Tendo recarga externa, a eficiência da Shark é bem melhor que seus préstimos de consumo normalmente, já que seus 2.710 kg cobram por isso, com uma bateria pequena e um tanque ainda menor, de 57 litros.

Na cidade, usando o modo híbrido, ficamos em 9,6 km/l, o que está de bom tamanho. Já na estrada, sendo híbrida, não esperamos mesmo bons valores.

byd shark avaliação na (17)
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Assim, a 80 km/h, ficamos em 12,1 km/l, enquanto a 100 km/h ela marcou 10,4 km/l e finalmente a 120 km/h, em 9,1 km/l. Já no modo elétrico, o consumo é de 6,25 km/kWh na cidade.

Na rodovia, 4,54 km/kWh a 80 km/h, 4,20 km/kWh a 100 km/h e 3,80 km/kWh a 120 km/h. Em estrada, a energia sempre vai embora mais rápido…

Mas, o que não passa é o conforto a bordo, com direção agradável, freios condizentes e suspensão com ótima altura, mas macia demais na frente, pulando muito em pisos ondulados.

A BYD poderia deixar o conjunto frontal mais firme, tal como o traseiro, com suspensão multilink como um SUV. Por isso, pelas dimensões e ajuste, a Shark lembra muito um carro de passeio.

byd shark avaliação na (42)
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O comportamento dinâmico é semelhante ao de um SUV e sem saídas exageradas de traseira como numa picape tradicional, sendo bem estável em curvas, mas com certa tendência de sair de frente.

Isso nos lembrou a versão mexicana da atual Nissan Frontier, mas a Shark é um pouco mais neutra. Passando bem por pavimentos ruins, desde que não haja muitas ondulações, a picape chinesa vai bem.

Ela tem pacote ADAS completo e atuante, assim como um bom monitoramento em 360 graus que ajuda nas manobras. O acesso ao carro é bom, com estribos realmente funcionais.

Já o nível de ruído é igualmente satisfatório, mesmo com o motor 1.5 Turbo entrando. Com um tanque maior, pelo menos, a BYD Shark iria longe o suficiente para agradar à clientela desse tipo de veículo.

byd shark avaliação na (45)
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Vale o desconto

Desconto é bom, realmente, sendo o valor de R$ 339.800 mais realista que os R$ 380 mil pedidos na tabela. Motivo? Vários… Gasolina, 1.5 Turbo, eletricidade, características de SUV, etc.

Como já dissemos, pode não agradar ao cara da roça, mas quem vive na cidade e tem uma aspiração por um carro maior, a BYD Shark é uma das opções. Tem desempenho e é, de certa forma, eficiente.

Tem espaço maior, mais conectividade e conta com uma presença que reforça o desejo de quem quer algo do mundo rural, mas com os pés bem no chão do asfalto.

byd shark avaliação na (50)
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Por suas características, não tem rival no mercado, tornando-se assim uma opção fora da curva até que outras chinesas desembarquem. Picapes diesel? Elas são o que são e pronto.

Já a BYD Shark pode ter um futuro promissor por aqui, especialmente se for nacional e com motor flex. Ok, meter etanol não é nada agradável, mas se lá em cima “solicitam” e o mercado aceita, então, por que não?

BYD Shark GS 2025 – Galeria de fotos



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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X