O Citroën Basalt foi uma boa ideia da marca francesa para atingir um segmento que está na moda, ainda que o próprio duplo chevron já tenha ditado muitas no passado. Todavia, hoje não mais e a versão Dark Edition nem chega perto disso.
Seja como for, um incremento no visual “fastback” do Basalt é algo bem-vindo, embora a proposta do modelo continue a ser a de um carro de baixo custo, especialmente em relação ao Fiat Fastback dentro da Stellantis.
Mas, o que o ajuda um pouco no momento é a atualização não vista por fora e bem percebida por dentro.
Por R$ 126.990, o Citroën Basalt Dark não tem a pretensão de ser aventureiro e nem mesmo esportivo, apesar de seu bom motor 1.0 Turbo de até 130 cavalos.
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Com muitos atributos e defeitos, o Citroën Basalt segue sendo uma boa alternativa neste estilo, embora o protagonista do modelo não seja exatamente o mais caro e sim o mais barato. Todavia, o caso aqui é aquele que emprega detalhes escurecidos…
Vale?
Visual descolado
A ousadia de sempre da Citroën só está presente no Basalt por meio de sua traseira com lanternas estilizadas ressaltadas nas extremidades, assim como o pequeno aplique junto às portas traseiras.
Começando de trás para frente, o Basalt Dark valoriza parte desse layout com um aerofólio no teto que lhe dá um ar de esportividade, assim como seu teto preto. A versão tem ainda saias laterais escurecidas, bem como suas rodas de liga leve aro 16, pouco contrastantes com a cor azul da pintura.
Os para-choques com bumper e spoiler metalizado realçam a proposta, enquanto o conjunto ótico simples ostenta as barras de LED das luzes de condução diurna. Com retrovisores pretos, emblema Dark Edition e badges escurecidos, o Citroën Basalt Dark completa sua imagem.
Dentro, o ambiente escurecido contribui para a missão do Dark, assim como pedais esportivos, soleiras exclusivas e os bancos em couro com filetes vermelhos, tendo ainda apoio de braço retrátil do motorista.
A atualização da linha 2026 trouxe ainda melhoramentos, como comandos dos vidros traseiros nas portas e painel com revestimento em couro costurado duplamente, assim como um volante mais bem-acabado.
Mesmo sem ajuste em profundidade, a direção renovada já ajuda, assim como o ar-condicionado digital e a boa oferta de espaço para coisas. Apliques em preto brilhante também estão presentes, bem como o cluster digital bem resolvido e a multimídia.
Esta se mantém simples e intuitiva, com projeção sem fio necessária para Android Auto e CarPlay, além da câmera de ré.
As portas também recebem apliques em Black Piano. Comandos laterais de difícil acesso no painel e a falta de um carregador indutivo atrapalham.
Com bom espaço interno, o Citroën Basalt Dakr não valoriza o que tem, com o banco traseiro inteiriço, quando poderia explorar ainda mais o volume interno, apesar de seu porta-malas de 490 litros. Sem saídas de ar atrás, o modelo confia na força de seu ventilador interno.
Conjunto equilibrado
Como já visto no Aircross XTR, o Citroën Basalt Dark se beneficia do GSE 1.0 Turbo e do câmbio CVT, buscando explorar o melhor de cada um sem pender para nenhum dos lados. Assim, ele entrega 125 cavalos na gasolina e 130 cavalos no etanol, ambos a 5.750 rpm.
Tendo 20,4 kgfm a 1.750 rpm, o Citroën Basalt Dark poderia ter uma pegada esportiva, como sugere parte da proposta, mas o foco aqui é o conforto e a busca pela economia. Por isso, o CVT que simula sete marchas e tem um modo Sport deixa a coisa menos empolgante.
A receita de toma lá dá cá da Citroën agrada em relação ao que se propõe, já que o GSE operando mansamente, torna os 1.191 kg do Basalt bem menos perceptíveis, com seu bom torque em baixa.
Assim, ele se torna bem ágil na cidade sem “gritar” e, quando o faz, o GSE acorda para fazê-lo ir de 0 a 100 km/h, por exemplo, em 9,6 segundos. É aquilo: um carro “leve” com um motor forte.
Com giro subindo vigorosamente se exigido, o GSE não decepciona, mesmo que o CVT insista em deslizar um pouco em alta, especialmente nas retomadas, mas no modo Sport, a recalibração do motor contribui para um ânimo maior.
Por isso, diferente do Aircross XTR, o Basalt Dark foi melhor na cidade em consumo, já que sobra mais que o irmão, fazendo 11,2 km/l, perdendo somente para o C3 You, obviamente. Nesses casos, o GSE mostra que melhorou em consumo urbano, algo que até aqui nunca foi seu forte.
Na estrada, o Citroën Basalt Dark fez 19,1 km/l a 80 km/h, 16,7 km/l a 100 km/h e 13,9 km/l a 120 km/h. Rodando a 110 km/h, o nível digital fica em 2.000 rpm, o que é bom para o conforto a bordo.
Mais firme que o Aircross XTR, o Citroën Basalt tem uma suspensão mais equilibrada, ainda que macia se comparada a outros concorrentes. O foco no conforto do duplo chevron se mantém nele.
Dessa forma, consegue passar mais calmamente por vias com pisos ruins, ainda que parte da rudeza viária acabe em seu habitáculo. Como tem menos acabamento que o ideal, menos partes tendem a vibrar e isso é bom, apesar da ausência do que agrada os olhos.
Assim, o Citroën Basalt consegue melhor estabilidade em curvas e desvios de direção numa comparação com o irmão, mas mesmo com pneus 205/60 R16, ainda não agrada totalmente. Já a direção elétrica é confortável e os freios estão dentro do esperado.
Com piloto automático e apoio de braço, o motorista pode se beneficiar de certo conforto em viagens, com nível de ruído aceitável para a categoria do carro.
Ruim somente é a altura elevada do assento com o para-brisa baixo, o que não agrada quem tem estatura alta.
Preço irreal
O Citroën Basalt Dark 2026 chega com uma atualização de acabamento e comodidade aceitável, mas o projeto do carro ainda exibe a simplicidade acima da média para custar menos.
É aí que ele peca, pois não está custando o que deveria.
Mesmo longe do “salto alto” do Fiat Fastback, o Basalt Dark poderia sair por menos de R$ 120 mil, ainda mais com essa faixa de preço sofrendo um “ataque” de players mais sofisticados, incluindo carros elétricos chineses…
Mas, em seu segmento de estilo, por exemplo, temos o VW Nivus Sense por R$ 119.990, mas ele é bem mais simples, apesar da mecânica e pegada mais direta.
Até aí, tudo bem, mas eis que vem o fogo amigo da Stellantis com o Fiat Fastback Turbo para jogar um caminhão de areia no francês… Mais robusto em proposta, o “irmão” sai por R$ 119.990.
Diante disso, fica difícil defender-se num segmento disputado, daí a necessidade de custar menos para ser atraente.
Caso contrário, o Citroën Basalt Dark não vale a pena, apesar de seu visual, ainda que tenha bons atributos.
Citroën Basalt Dark 2026 – Galeria de fotos
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