Avaliação: Citroën Basalt Shine aposta no estilo, mas seu destaque é desempenho e preço; projeto de baixo custo tem seus pontos negativos

citroen basalt shine avaliação na (11)
citroen basalt shine avaliação na (11)

Ainda que não seja fruto de uma atitude ousada, o Citroën Basalt explora bem a possibilidade de arriscar-se com uma carroceria que apenas os europeus de fato gostam. Chamado de SUV de estilo cupê, o carro do duplo chevron está bem próximo de um clássico estilo fastback .

Aliás, a prima Fiat já adota até o nome no parente de mesmo estilo, porém, de preço bem maior.

No caso do francês, a ideia é custar menos, oferecendo espaço interno e porta-malas, além de uma atitude SUV mais clara, embora seja mesmo seu perfil que chame atenção.

Projeto de baixo custo, o Citroën Basalt — assim como seus irmãos C3 e C3 Aircross – derrapa no evidente enxugamento de gastos em seu desenvolvimento e acabamento. Em equipamento também vem com as regras da lei debaixo do braço.

citroen basalt shine avaliação na (2)
citroen basalt shine avaliação na (2)

Mas, a Stellantis decidiu compensar isso com o forte motor 1.0 Turbo com CVT, adicionando ainda um detalhe quase exclusivo e um preço na versão Shine que é bem interessante: R$ 115.890. Na configuração do veículo testado, mais R$ 2.400 em cores.

Vale? Vejamos.

Visual atraente

Ainda que a frente não seja de fato exclusiva, o Citroën Basalt não deixa de ser um carro interessante e sua traseira é até atraente, com suas lanternas inspiradas no conceito Oli e elementos estilísticos nas colunas C amplas e inclinadas.

Com vidro traseiro sem limpador, uma característica dos fastback (vide VW Passat Mk1 e Fiat Fastback), o conjunto do Basalt chama a atenção ainda pelas portas traseiras grandes, que evidenciam o bom espaço interno.

citroen basalt shine avaliação na (7)
citroen basalt shine avaliação na (7)

Simples, o Citroën Basalt mostra sua proposta sem dá, com faróis halógenos, assim como os faróis de neblina, mas pelo menos as barras duplas de LED das luzes diurnas dão o ar da graça.

As rodas de liga leve aro 16 polegadas com pneus 205/60 também estão em dia com o estilo, realçado no SUV cupê pelo teto preto, onde duas protuberâncias dão um toque a mais de charme no conjunto.

Dentro, a proposta do Citroën Basalt é racionalidade, com painel exibindo texturas estilizadas e difusores de ar chamativos nas laterais, enquanto o centro destaca o ar condicionado digital, item opcional no C3 Aircross.

citroen basalt shine avaliação na (29)
citroen basalt shine avaliação na (29)

O cluster de 7 polegadas é até resolvido, com boa leitura, enquanto a multimídia de 10 polegadas é mais prestativa por ter conexão sem fio para Android Auto e CarPlay, muito útil no dia a dia. Há câmera de ré e algumas funcionalidades.

Não há carregamento indutivo de smartphone e as poucas conexões USB são comuns, mas isso já é esperado na proposta, com vidros traseiros com comandos no túnel, como nos irmãos, remetendo ao antigo C3.

Já o apoio de braço retrátil do motorista, ao contrário, é ótimo.

Os bancos têm uma boa padronagem, mas os dianteiros são um tanto estreitos, ainda que confortáveis.

citroen basalt shine avaliação na (21)
citroen basalt shine avaliação na (21)

Notamos que os rangidos do assento do C3 Aircross não se reproduziram no Basalt, o que é ótimo, mas ainda não sabemos se é algo pontual do veículo ou uma característica de todos. Comente se você tem um.

Atrás, o espaço para as pernas é ótimo e a altura interna é boa, mas o banco traseiro inteiriço mata a versatilidade do carro, apesar de seu porta-malas de 490 litros estar de bom tamanho.

No geral, o acabamento é bem simples, com muitos plásticos, mas o espaço se destaca.

Desempenho de sobra

O Citroën Basalt é equipado com o motor GSE 1.0 Turbo Flex que vem se destacando como o principal propulsor da Stellantis, roubando o brilho do Firefly 1.3, hoje basicamente na Fiat.

Com ele, o SUV cupê da marca parisiense não desanima em sua proposta, pelo contrário, sobra.

citroen basalt shine avaliação na (46)
citroen basalt shine avaliação na (46)

Com três cilindros, injeção direta de combustível flex, turbocompressor e comandos variáveis MultiAir III, o GSE está em seu estado da arte, ainda mais agora na versão MHEV que, por ora, não está na Citroën. Devemos esperar por isso em 2025.

Ainda assim, a Stellantis poderia ter adicionado um Start&Stop, mas em suas contas, isso não fecharia o preço do Basalt.

Pelo menos, a empresa não cortou a energia do motor, que mantém seus 125 cavalos na gasolina e 130 cavalos no etanol, ambos a 5.750 rpm.

Seu torque de 20,4 kgfm a 1.750 rpm nos dois combustíveis são mais que suficientes para que os 1.191 kg do Basalt Shine se tornem bem ágeis mesmo com uma transmissão CVT de sete marchas simuladas, trocadas somente na alavanca de câmbio, outro corte com a ausência de paddle shifts.

citroen basalt shine avaliação na (3)
citroen basalt shine avaliação na (3)

Indo de 0 a 100 km/h em 9,7 segundos, o Citroën Basalt é um carro bem esperto, com o motor enchendo rápido e com uma saída bem entusiasmante, já que somente após os 3.000 rpm é que o CVT começa a deslizar.

A progressão é ótima e o GSE não se intimida, conseguiu fazer o pacato Citroën Basalt virar um carro com alma esportiva, embora apenas inicialmente. Pisando fundo, o ponteiro passa por um pouco de 6.000 rpm e corta.

Mas, rodando no dia a dia, fica entre 1.500 e 2.000 rpm, sua zona de conforto. A resposta é sempre agradável e som do motor, nítido somente com os vidros abertos, empolga. O silvo da turbina é o destaque nesse caso.

citroen basalt shine avaliação na (18)
citroen basalt shine avaliação na (18)

Tendo o modo Sport, com botão quase sob a direção, trabalha-se com giros mais altos e o Basalt anda bem, assim como é possível, com as trocas na alavanca, tirar um pouco mais do GSE. Do outro lado, ativa-se um modo Eco quando se anda com pé moderado.

Dá para sair com vontade nos semáforos, enquanto na estrada, ultrapassagens são bem tranquilas, assim como as retomadas, mas obviamente com algum “deslize” do CVT, mas nada que comprometa o desempenho.

No consumo com gasolina, o Citroën Basalt fez até 11,5 km/l na cidade, o que é até bom para um GSE, visto que o mesmo é beberrão no ciclo urbano em qualquer marca da Stellantis.

Já na estrada, ele foi bem melhor, com 18,3 km/l a 80 km/h, 16,9 km/l a 100 km/h e 16,1 km/l a 120 km/h. Gostamos.

citroen basalt shine avaliação na (8)
citroen basalt shine avaliação na (8)

Na estrada, rodando a 110 km/h, o ponteiro fica pouco acima de 2.000 rpm, garantindo conforto e a economia vista. Dirigindo, a sensação é a de que o Citroën Basalt é uma enorme casca vazia de aço, dada sua desenvoltura e bons números na estrada.

No dia a dia, a direção elétrica é um doce de leveza e os freios estão em dia com a missão, enquanto a suspensão com boa altura livre do solo (180 mm) se comporta bem no asfalto e também em ruas de pavimento áspero.

Lombadas não são temidas, assim como aquelas ruas cheias de remendos e buracos rasos, com alguma vibração interna e ruídos suaves. Obviamente, o Citroën Basalt está longe de ser um carro sólido e neutro, mas o que transmite agrada.

citroen basalt shine avaliação na (34)
citroen basalt shine avaliação na (34)

Como já dissemos, os ruídos de bancos dianteiros, como no C3 Aircross não foram observados e isso nos faz recomendar o Basalt.

Tendo boa estabilidade e comportamento dinâmico aceitável, o SUV francês cumpre bem seu papel, ainda que peque em conteúdo.

Ao volante, ele peca ainda por ter vários comandos fora da visão do condutor, fixados no painel, comprometendo a ergonomia ao dirigir, mas isso já vem do projeto de baixo custo C-Cubed, não diferindo dos demais nesse SUV de 4,34 m de comprimento e 2,64 m de entre eixos.

Estilo básico

Tendo somente o piloto automático com limitador de velocidade e os itens obrigatórios por lei, como airbag duplo e controles de tração e estabilidade, mais airbags laterais, porém, faltando muito ao Citroën Basalt a assistência maior ao condutor.

citroen basalt shine avaliação na (38)
citroen basalt shine avaliação na (38)

Mas é isso ou um preço bem mais alto, que a Stellantis vai querer cobrar com gosto. É a proposta de um estilo “básico” por um valor mais atraente. Para quem busca uma proposta mais próxima da faixa dos R$ 100.000, é o que tem na mesa.

O Citroën Basalt evidentemente compensa em desempenho, espaço interno e porta-malas. Pelo seu preço de R$ 115.890, que pode virar R$ 104.990 em mais uma oferta constante da marca, o SUV agrada pela proposta de ser um “Dacia” estiloso da Stellantis.

Tem concorrentes? Por proposta de estilo, não. O Fiat Fastback está bem acima e o Volkswagen Nivus também. Assim, o Citroën Basalt tem seu nicho próprio, namorando sempre a possibilidade de sair da loja pouco acima de R$ 100 mil e na versão topo de linha…

Vale? Vale sim.

citroen basalt shine avaliação na (43)
citroen basalt shine avaliação na (43)

Citroën Basalt Shine Turbo 200 2025 – Galeria de fotos


google news2
Quer receber todas as nossas notícias em tempo real?
Acesse nossos exclusivos: Canal do Whatsapp e Canal do Telegram!

Na enquete anterior, a maioria das respostas, 39% (334 pessoas), indicou que prefere apenas ler as notícias, ao invés de comentar.

Agora, queremos saber: Dentre os 10 mais vendidos, qual é o melhor SUV compacto do mercado hoje?

(A ordem dos modelos abaixo é alfabética.)

.

O que você achou disso?

Toque nas estrelas!

Média da classificação / 5. Número de votos:

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.



unnamed
Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X