
A sigla XTR voltou ao C3, mas não encontrou a mesma proposta do anterior, muito distinto do carro vendido atualmente e ainda mais de sua proposta. O hatch da Citroën é hoje o “Novo Uno” da Stellantis e isso não é devido às vendas.
O Citroën C3 XTR retornou para reavivar as vendas do compacto, que não ajuda a marca a sair de sua posição bem aquém do desejável para a Stellantis, uma vez que seus carros são, digamos, “baratos”.
Nessa proposta “Dacia”, o C3 XTR deveria ser um adicional empolgante em vendas e proposta, mas esbarra na missão da marca e no desempenho de seu motor 1.0 Firefly de até 75 cavalos.
Mesmo assim, custando R$ 97.990, ele tem seus atributos, embora com muitas limitações. Vale?
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Visual que apela
O C3 XTR apela para a proposta de aventura, embora sua motorização não corresponda. Mesmo assim, com pneus de uso misto 205/60 R15 e com rodas de liga leve, ele deixa parte da simplicidade de lado.
Este Citroën foca mesmo é na personalização e isso fica evidente nos detalhes, como as faixas sobre o capô, bem como o badge exclusivo XTR, a base da carroceria escurecida, como teto, colunas e retrovisores.
As barras longitudinais estilizadas no teto ajudam também, bem como as faixas decorativas nas colunas C. Mesmo com as luzes diurnas em LED, o C3 XTR é um veículo simples com suas luzes normais, mas a customização lhe cai bem.

Dentro, o ambiente escurecido é refinado por mudanças na linha 2026, embora não tenha contemplado todas as alterações. Por exemplo, os vidros traseiros continuam com comandos entre os bancos dianteiros…
Mesmo assim, o C3 XTR se apresenta com material soft no painel e com o badge em relevo, assim como volante em couro, com ajuste somente de altura. Traz ainda ar-condicionado digital, capa personalizada da alavanca de câmbio e pedais esportivos.
Detalhes em cinza e preto brilhante, inclusive nas portas, bancos em couro em dois tons com a costura verde-limão que se espalha pelo habitáculo, deixam o XTR mais elaborado e atraente.
Isso, contudo, não esconde a redução de custos que levou a marca em direção à faixa de entrada.

Com somente entradas USB normais, conta com cluster digital bem resolvido, multimídia de 10 polegadas com a boa conexão sem fio para Android Auto e CarPlay, além de câmera de ré.
O espaço atrás é mediano e o banco inteiriço reforça a redução de gastos, evitando aumento versátil dos 315 litros do bagageiro.
Performance urbana
O Citroën C3 XTR é um carro leve e ágil para uso na cidade, com seus 1.046 kg, já que seu propulsor GSE 1.0 Firefly de três cilindros atende perfeitamente ao uso urbano.
Seus 999 cm³ enchem os pistões que lhe dão 71 cavalos na gasolina e 75 cavalos no etanol, ambos a 6.000 rpm.

Graças ao cabeçote simples com duas válvulas por cilindro, o Firefly 1.0 consegue entregar um bom torque em rotação mais baixa, garantindo 10,0 kgfm na gasolina e 10,7 kgfm no etanol, ambos a 3.250 rpm. Essa ainda é uma vantagem desse tipo de configuração, agora rara, mas bem popular no passado.
Com câmbio manual de cinco marchas, de engates fáceis e macios, o C3 XTR tem um desempenho aceitável para seu uso urbano, com boas saídas devido às relações curtas das duas primeiras marchas.
Na terceira, o XTR está em seu “Drive” para quase tudo na cidade, garantindo conforto ao dirigir e a economia que se espera desse conjunto. Nesse caso, mantendo-se a rotação acima de 2.000 rpm, consegue-se uma progressão mais adequada.

Já na estrada, no entanto, a limitação do Firefly se apresenta nítida, especialmente com gasolina, permitindo uma condução suficientemente segura em estradas planas, onde se exige uma boa redução para ultrapassagens e ainda mais para uma retomada pontual.
Rodando a 110 km/h, a rotação fica na casa dos 3.500 rpm, forçando os ouvidos ao ruído do motor. Já em subida de serra, o 1.0 da Fiat até que consegue andar em quarta e até dar um ânimo ao preocupado motorista, mas desde que se mantenha acima de 80 km/h.
Numa retomada, o tempo passará muito devagar e não haverá resposta imediatamente, gerando preocupação se estiver atrás de um caminhão lento, por exemplo. Infelizmente, é assim que os carros 1.0 aspirados sofrem em subidas de serra, devido à sua fraqueza nata.

Então, se for viajar com o C3 XTR, atenção nos trechos íngremes, com rotações acima de 4.000 rpm necessárias para se manter o desempenho. Já nos demais, ele se comporta esperadamente, ou seja, ainda que com limitação, pode-se ter algum conforto ao dirigir.
Na cidade, o consumo é de 13,3 km/l, enquanto na estrada, a 80 km/h, fizemos 21,2 km/l, além de 18,9 km/l a 100 km/h e 15,3 km/l a 120 km/h.
No dia a dia, o C3 XTR não agrada pelo ajuste não longitudinal da direção que, porém, é bem leve e confortável. Os freios também atuam como se propõem, enquanto a suspensão é mais firme que a de ambos os irmãos da Citroën.

Com boa altura do solo de 180 mm, o XTR não decepciona em lombadas ou valetas, tendo também um bom curso da suspensão e uma adaptabilidade boa para as ruas ruins de nossas cidades.
Os pneus de uso misto ajudam muito nisso e não são tão ruidosos quanto se imagina, ainda mais num carro com menos revestimentos acústicos que o desejado. Ele suporta bem a buraqueira e pisos irregulares, passando pouca sonoridade para o habitáculo devido à calibração ideal.
Na estrada, tem estabilidade aceitável e controle dinâmico dentro do esperado, mas não possui nenhum recurso ADAS, nem mesmo um piloto automático. Tudo é feito manualmente, como os entusiastas gostam, só não tem o motor que eles desejariam.

Em resumo, bom para a cidade, ruim para a estrada, mas se for por caminhos não pavimentados, onde não se exige tanta força e sim agilidade, o C3 XTR vai bem.
Segurança ruim
A proposta do C3 XTR é, resumida pelo motor, como de entrada da marca e assim, seu conteúdo é somente aceitável. Falta um apoio de braço para o motorista, mas isso é bem mais apreciável com um câmbio automático, bem como o controle de cruzeiro.
Como seu motor é fraco, o segundo se torna ainda mais dispensável. No entanto, na segurança, ele carece de atenção, tendo somente dois airbags obrigatórios, como todo o resto. Assim, se equipara ao Fiat Mobi em proteção, não tendo resultado bom no Latin NCAP.

No mercado, o C3 XTR sofre fogo amigo do Fiat Argo Trekking que, mesmo sendo R$ 3.000 mais caro, tem motor 1.3 mais forte e proposta semelhante, focada no apelo visual. Mesmo sem a proposta visual, o Hyundai HB20 1.0 Limited tem mais segurança e conforto por R$ 100.190.
Assim, o Citroën C3 XTR precisa ficar mais barato para convencer mais do que somente pelo visual.
Vale? Pelo preço atual, não. Melhor olhar as outras opções na faixa de R$ 100 mil.
Citroën C3 XTR – Galeria de fotos
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