Avaliação completa da Volkswagen Jetta Variant 2.5

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Foi com a velha Variant, de 1969, apoiada em uma plataforma de Fusca e com motor traseiro a ar, que a Volkswagen ganhou uma certa afinidade com os modelos destinados à família.

Depois vieram várias outras stations e hoje a marca tem no mercado brasileiro nada menos que quatro modelos: SpaceFox, Parati, Jetta Variant e Passat Variant. Esta variedade de oferta, no entanto, não garante uma desempenho mercadológico dos mais impressionantes.

Em 2011, as quatro peruas juntas venderam cerca de 16 mil unidades, enquanto a Fiat só com Palio Weekend bateu 14 mil unidades no período. É bem verdade que as stations da Volks não recorrem a visual lameiro ou qualquer outro subterfúgio para ampliar as vendas.

Todas são modelos familiares com mais ou menos luxo, de acordo com o segmento em que atuam. Como, por exemplo, a Jetta Variant. É um modelo de bom porte, com níveis de requinte e acabamento elevados, mas que contribui de forma apenas discreta para a liderança da marca alemã no setor. A Jetta respondeu por pouco mais de mil unidades no ano.

A bem da verdade, o segmento de station wagon médias está em baixa no Brasil. A Jetta Variant, a partir de R$ 85.990, tem apenas duas rivais diretas. Uma é a Renault Mégane GrandTour, que mudou de estratégia tenta brigar em um segmento abaixo do seu: tem apenas uma configuração e custa R$ 49.590.

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A outra concorrente é a Hyundai i30 CW, que é menor e também mais barata: começa em R$ 59 mil. Estes dois modelos herdam, naturalmente, as “viúvas” de peruas tradicionais que já saíram de linha, como a Toyota Fielder e a Peugeot 307 SW. Na prática, a Jetta Variant está sozinha.

O maior apelo de vendas do modelo, segundo a própria fabricante, é o motor 2.5 litros que a perua leva sob o capô. É um propulsor robusto, com uma curva de torque bastante plana, capaz de empurrar o modelo de quase uma tonelada e meia com alguma destreza.

A unidade de força desenvolve 170 cv a 5 mil rpm e 24,5 kgfm a 4.250 rpm. O câmbio é automático Tiptronic de seis velocidades, com opção de trocas através de borboletas atrás do volante. Este conjunto mecânico leva a perua da inércia aos 100 km/h em 8,9 segundos e à máxima de 205 km/h.

O visual do Jetta Variant é um capítulo a parte. O fato é que o segmento de peruas é decadente no mundo inteiro – vem perdendo espaço para monovolumes e SUVs.

Para não ter de investir no desenvolvimento de uma station da sexta geração do Golf – que fatalmente venderia pouco –, a Volkswagen optou por instalar a frente do Golf VI na Jetta Variant de quinta geração, feita no México.

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Por conta dessa mistureba, o Jetta sedã vendido no Brasil não tem absolutamente nada a ver com a Jetta Variant. E a estética segue a lógica do mercado europeu, onde o modelo é chamado de Golf Estate.

A frente traz conjuntos óticos de cortes geométricos, típicos dos Volkswagen europeus. O capô é bem liso na parte central com ressaltos nas extremidades, insinuando um para-lamas. A partir daí, o desenho é da geração anterior.

O perfil é um tanto pesado, dominado pela linha de cintura alta e reta, acima das maçanetas. A traseira, com lanternas quadrangulares, consegue ser ainda mais conservadora que os modelos mais recentes da marca.

O lado bom da Jetta Variant é mesmo o de dentro. No interior com forração em couro, os bancos dianteiros têm regulagens nos três eixos.

O volante de três raios – o mesmo do Passat CC – traz ajuste de altura e profundidade e é multifuncional. No console central se destaca o rádio/CD player MP3 com tela de 6,5 polegadas sensível ao toque com entrada para iPod.

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Uma das vantagens do Jetta Variant é que está atualizada em relação aos modelos vendidos na matriz. Por isso, traz tecnologias normalmente reservadas aos clientes de primeira linha – no caso, os europeus. Um bom exemplo é o Park Assist, que estaciona o carro sozinho.

Os itens de segurança também estão acima do padrão da marca para os modelos locais. São seis airbags – frontais, laterais e de cortina – e controles eletrônicos de tração e estabilidade.

Além de freios com ABS, EBD e BAS. Com tanto recheio tecnológico, a Jetta Variant acaba tendo um custo/benefício favorável.

O que não a impede de esbarrar no preço inicial salgado e pouco convidativo.

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Índice

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Jetta Variant – Ponto a ponto

Desempenho – O motor 2.5 litros, produzido no México, foi realmente projetado para agradar no mercado norte-americano. Não tem altíssima potência – são 170 cv – mas garante acelerações vigorosas pelo bom torque, de 24,5 kgfm, de desenho plano – com grande parte disponível por volta dos 2 mil giros, embora a força máxima só chegue aos 4.250 rpm.

O câmbio automático Tiptronic de seis velocidades também ajuda a extrair um bom desempenho desse propulsor e trabalha de forma linear, sem qualquer “delay” ou soluço. Em suma: a Jetta Variant mostra rapidez e boas retomadas em ambiente rodoviário e agilidade no tráfego urbano.

São 8,9 segundos para levar o Jetta Variant da inércia aos 100 km/h e a máxima é de 205 km/h. Nota 9.

Estabilidade – O Jetta Variant é bem equilibrado. A suspensão independente do tipo fourlink na traseira proporciona ótimo comportamento à perua. Com isso, ela vence curvas sem grandes dificuldades e sempre transmite segurança ao motorista.

Caso o condutor abuse um pouco mais, ela é dotada de controles eletrônico de tração e estabilidade, além de freio com ABS, EBD e BAS. Nota 8.

Interatividade – A perua da Volkswagen é bem pensada para quem está ao volante. No interior, todos os comandos estão ao alcance das mãos e o painel de instrumentos é bem legível.

A tela de 6,5 polegadas sensível ao toque localizada no console central também facilita o manejo do som, mas fica um tanto exagerada sem uma função mais prático, como um GPS – que não é oferecido nem como opcional. O computador de bordo é bastante completo e acessível. Nota 8.

Consumo – O Jetta Variant registrou um consumo médio de 7,8 km/l em um trajeto 2/3 na cidade. O número é um pouco exagerado para um motor 2.5 litros só a gasolina. Nota 6.

Conforto – Todos os ocupantes são bem-recebidos no interior do Jetta Variant. Os 2,58 m de entre-eixos garantem boa oferta de espaço para pernas e cabeças de cinco passageiros. Quem viaja no banco traseiro ainda conta com saídas exclusivas de ar-condicionado.

Já a suspensão segue a lógica europeia e privilegia a estabilidade – o que significa dizer que não absorve tão bem as imperfeições do solo. O isolamento acústico é exemplar, mesmo em altas velocidades. O teto panorâmico, que cobre todo o habitáculo, aumenta ainda mais a sensação de espaço. Nota 8.

Tecnologia – A plataforma do Jetta é a mesma do Golf V, modelo já fora de linha Europa e que sequer chegou ao Brasil – por aqui ainda é vendida uma versão remodelada do Golf IV. O motor com e duplo comando no cabeçote de alumínio trabalha aliado ao moderno câmbio Tiptronic de seis marchas.

Ainda traz o sistema Park Assist, capaz de estacionar sozinho o carro em vagas longitudinais, no sentido da rua. Fora isso, o modelo oferece seis airbags, freios com ABS, EBD e BAS, controle eletrônico de estabilidade e tração, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, tela sensível ao toque de 6,5 polegadas, entre outros. Nota 8.

Habitabilidade – A proposta familiar do Jetta Variant se reflete em uma excelente habitabilidade. A boa oferta de espaço para pernas e cabeça é garantida pelos 2,58 metros de entre-eixos e 1,50 m de altura. O porta-malas é amplo e seus 505 litros são totalmente utilizáveis. Com os bancos traseiros rebatidos, chega ao máximo de bons 1.495 litros. Nota 9.

Acabamento – No interior da Jetta Variant o destaque vai para a já conhecida sobriedade alemã. O painel utiliza plástico emborrachado agradável ao toque. Os bancos são sempre em couro e há detalhes cromados para glamourizar o modelo. Fora isso, os encaixes são precisos e não há sinais de rebarbas. Nota 8.

Design – O modelo tem uma mal-disfarçada mistura de estilos. A frente é do Golf VI europeu, lançado há quase dois anos. Lateral e traseira são da Jetta Variant antiga. E o carro em si é construdo sobre a plataforma do Golf V. Não podia mesmo ter muita harmonia. Nota 6.

Custo/Benefício – A Jetta Variant oferece vasta parafernália tecnológica, acabamento exemplar, motor potente e muito espaço. Só que começa em R$ 85.990. E não tem mesmo concorrentes diretos. A que chega mais perto é a i30 CW completa, que custa R$ 78 mil.

A Renault Mégane GrandTour, que custa R$ 49.590, está em tática de guerrilha e prejudica a percepção de valor da station média da Volks, que fica cara demais. Nota 6.

Total – O Volkswagen Jetta Variant somou 76 pontos em 100 possíveis.

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Jetta Variant – Impressões ao dirigir

O “jeitão” familiar do Jetta Variant pode até sugerir que o modelo seja comportado na hora de pisar mais fundo. Ledo engano. É que sob o capô da perua está o motor 2.5 litro de 170 cv para provar que a história não é bem assim.

A unidade de força garante uma agilidade impressionante. Basta pressionar o pedal do acelerador para se extrair respostas vigorosas. Com isso, a station supera com facilidade os 180 km/h e exibe disposição de sobra.

As retomadas também são exemplares, apesar do torque de 24,5 kgfm só estar inteiramente disponível às 4.250 rpm. Méritos para o câmbio Tiptronic de seis velocidades. Na estrada, a perua revela um comportamento dinâmico excelente.

Mesmo ao entrar em trechos sinuosos com mais energia, o modelo torce a carroceria dentro da normalidade e não ameaça desgarrar. É claro que auxiliam o modelo uma lista recheada de equipamentos de segurança, como freios com ABS, EBD e BAS e o controle eletrônico de estabilidade.

No interior do Jetta Variant é fácil achar uma posição agradável para dirigir, já que estão presentes ajustes manuais de altura e profundidade do volante e banco do motorista. Fora isso, há ótima oferta de espaço para cinco passageiros e o acabamento é caprichado.

Ou seja, nada de grande luxo, mas sem qualquer falha, rebarba ou peça mal encaixada. Outro destaque é o sistema de entretenimento com tela touch screen de 6,5 polegadas no console central. A suspensão mais rígida privilegia a dinâmica do modelo na hora de cair na estrada, mas não absorve tão bem as imperfeições das estradas.

Prós:

# Desempenho.

# Espaço.

# Equipamentos.

Contras:

# Preço.

# Consumo.

# Estilo.

Ficha Técnica – Volkswagen Jetta Variant 2.5

Motor: A gasolina, dianteiro, transversal, 2.480 cm³, com cinco cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e duplo comando no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.

Transmissão: Câmbio automático sequencial de seis marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira e possui controle eletrônico de tração.

Potência máxima: 170 cv a 5 mil rpm.

Aceleração 0-100 km/h: 8,9 segundos.

Velocidade máxima: 205 km/h

Torque máximo: 24,5 kgfm a 4.250 rpm.

Diâmetro e curso: 82,5 mm X 92,8 mm. Taxa de compressão: 10,0:1.

Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com molas helicoidais e amortecedores hidráulicos. Traseira independente do tipo Multilink, com braço transversal e longitudinal, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos. Oferece controle eletrônico de estabilidade.

Pneus: 225/45 R17.

Freios: Discos ventilados na frente e discos sólidos atrás. Oferece ABS com EBD e assistente à frenagem de emergência de série.

Carroceria: Station wagon em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,53 metros de comprimento, 1,78 m de largura, 1,50 m de altura e 2,58 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e do tipo cortina de série.

Peso: 1.466 kg com 463 kg de carga útil.

Capacidade do porta-malas: 505 litros, 690 litros com bagagem até o teto e 1.495 litros com o banco traseiro rebatido.

Tanque de combustível: 55 litros.

Produção: Puebla, México.

Lançamento mundial: 2007. Lançamento no Brasil: 2008.

Reestilização: 2009. Reestilização no Brasil: 2010.

Itens de série da versão testada: Ar-condicionado automático de duas zonas, trio elétrico, direção eletro-hidráulica, alarme, trava por controle remoto, bancos de couro aquecíveis, banco do motorista com ajuste lombar elétrico, sistema Park Assist, computador de bordo, piloto automático, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, volante multifuncional, CD Player/MP3 com tela sensível ao toque e entrada para iPod, espelho retrovisor elétrico com rebaixamento automático ao engatar a ré.

Itens opcionais: Teto solar elétrico panorâmico.

Preço da unidade: R$ 91.836

Por Auto Press

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X