Avaliação da Chevrolet Montana RS: Aparências e evidências

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Com o mesmo motor 1.2 Turbo Flex das outras versões da Chevrolet Montana, a configuração “top” RS investe na estética esportiva

Em dezembro de 2022, a nova Montana teve sua apresentação mundial, e as primeiras unidades chegaram às concessionárias brasileiras em fevereiro.

O modelo concorre no segmento das picapes intermediárias – que se posicionam entre as compactas (derivadas de hatches, como a Fiat Strada e a Volkswagen Saveiro) e as médias (com chassis em longarinas, como a Chevrolet S10, a Toyota Hilux e a Ford Ranger).

A nova Montana chegou disposta a encarar a líder da categoria das picapes intermediárias, a Fiat Toro, e ainda tentar tomar clientes das versões mais caras da Strada, que desde 2021 tornou-se o automóvel mais vendido do Brasil.

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Linha 2024 e suas versões

A linha 2024 da Montana, que chegou às concessionárias em agosto, trouxe como novidade a versão RS, a nova “top” de linha da picape da Chevrolet.

A variante com a sigla que significa “Rally Sport” é caracterizada por itens para reforçar a esportividade do exterior e o requinte do interior. Com a nova opção, a Montana passou a ter cinco níveis de acabamento: MT, LT, LTZ, Premier e RS.

O preço sugerido para a Montana RS parte de R$ 153.900, na cor Vermelho Chili. A carroceria na tonalidade Branco Summit acrescenta R$ 950 e as cores Preto Ouro Negro e Cinza Rush (a do modelo testado) agregam R$ 1.950 à fatura.

Produzida em São Caetano do Sul (SP), a Montana tem 4,72 metros de comprimento (ante os 4,48 metros da Strada e os 4,95 metros da Toro), 1,80 metro de largura, 1,66 metro de altura e 2,80 metros de entre-eixos.

A plataforma modular Global Emerging Markets (GEM), de origem chinesa, é empregada também no Onix, no Onix Plus e no Tracker. Sua modularidade permitiu ampliar bastante a base do Tracker – a picape tem 45 centímetros de comprimento e 23 centímetros a mais de entre-eixos do que o SUV.

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Visual da Montana RS

Na frente, destacam-se os conjuntos ópticos bipartidos com luzes de circulação diurna em leds (que lembram os da Toro) e a ampla grande, também bipartida.

Chamado pela marca norte-americana de “Caçamba Multi-Flex”, o compartimento de carga da nova Montana traz oito ganchos para amarração de carga e leva até 874 litros.

A iluminação da caçamba é garantida por duas lâmpadas em leds, instaladas na altura das caixas de roda. Protetor de caçamba e capota marítima são de série na RS.

Apesar de ser uma versão, a RS também poderia ser apresentada como um pacote visual, pois não agrega equipamentos na comparação com a Premier – que custa R$ 3.060 a menos.

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A RS traz grade frontal estilo colmeia com detalhes em preto brilhante, com a barra em cromo escurecido e a gravata estilo “Black Bowtie” (em vez da habitual dourada).

As rodas esportivas diamantadas em dois tons de 17 polegadas são exclusivas da RS e são “calçadas” por pneus 215/50-17, enquanto os espelhos externos têm capa na cor preta brilhante.

A logomarca “Chevrolet” e o emblema “RS” na tampa traseira são na cor preta e o rack de teto e o santantônio são integrados e exclusivos da RS.

Na traseira, uma barra com acabamento em preto brilhante faz a conexão entre as lanternas, que trazem iluminação convencional (sem leds), formando um elemento único.

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Motor, consumo e equipamentos

Toda a linha Montana é equipada com o motor 1.2 tricilíndrico turboflex com até 133 cavalos de potência e 21,4 kgfm de torque, com correia dentada banhada a óleo.

Na RS, vem acoplado à transmissão automática de 6 marchas – o mesmo “powertrain” que move as configurações mais caras do Tracker. Pelos dados do Inmetro, o consumo da RS fica em 11,1 km/l (gasolina) e em 7,7 km/l (etanol) na cidade e em 13,3 km/l (gasolina) e em 9,3 km/l (etanol) na estrada.

A picape também utiliza o mesmo conjunto de suspensão do Tracker, com sistema independente MacPherson na frente e eixo de torção atrás.

A oferta de equipamentos de série da linha Montana inclui itens como seis airbags, alerta de ponto cego, assistente de partida em aclive e tampa da caçamba com alívio de peso.

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Na RS, há ainda carregador de celular por indução, alerta de pontos cegos, faróis full-led com regulagem de altura, acendimento automático com sensor crepuscular, ar-condicionado digital automático, capota marítima, chave inteligente com sensor de aproximação e partida por botão, piloto automático, câmera de ré, Wi-Fi nativo, sistema OnStar e aplicativo para comandar funções do carro remotamente.

Itens como faróis de neblina de leds, estribo, capota marítima com abertura elétrica e subwoofer JBL são oferecidos como acessórios para todas as versões. A capota marítima com recolhimento elétrico, que transforma a caçamba em um porta-malas praticamente inviolável, custa R$ 12.990.

Para quem gosta de um toque extra de personalização, a Montana RS oferece opcionalmente pedaleiras esportivas em alumínio, soleiras de portas iluminadas, escapamento em aço inoxidável e letras em 3D com opções de cores (vermelha, cromada, preta e cromo escurecido) em alto relevo para a inscrição “Chevrolet” na tampa traseira.

No acumulado do ano, a Montana ocupa o segundo lugar entre as picapes intermediárias, com os 27.539 emplacamentos obtidos até novembro de 2023, superada apenas pelas 46.606 vendas da Toro e à frente das 11.375 da Renault Oroch no mesmo período.

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No mês passado, a picape da Chevrolet foi ultrapassada em comercializações pela novata Ram Rampage. Foram emplacadas em novembro 4.418 Toro, 3.026 Rampage, 2.263 Montana e 891 Oroch.

Experiência a bordo – Interpretação chique

Apesar de reaproveitar itens do Tracker e do Onix, a Chevrolet capricha mais no interior da Montana, especialmente na versão RS.

Os revestimentos dos bancos, do volante de base reta e dos painéis são pretos foscos com costura pespontada vermelha e os insertes da direção, dos dutos de ventilação e do console central são em preto brilhante.

O painel, em plástico duro, contém uma faixa imitando couro com uma linha vermelha e costuras com linha vermelha, que conferem um toque de esportividade ao ambiente.

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A RS traz Wi-Fi nativo, atualização remota de sistemas eletrônicos, aplicativo myChevrolet para comandar funções do veículo à distância, ar-condicionado digital automático, sensor de estacionamento traseiro com câmera de ré, airbags frontais, laterais e de cortina e alerta de ponto cego.

O cluster de instrumentos traz dois mostradores analógicos (conta-giros e velocímetro) e um display digital de TFT monocromático de 3,5 polegadas.

A lista de itens de série inclui ainda painel multimídia integrado MyLink com tela de 8 polegadas, função áudio streaming e Bluetooth para até dois smartphones simultaneamente, Android Auto e Apple CarPlay com projeção sem o uso de cabo e carregador por indução, chave inteligente, computador de bordo com informações como indicador de vida útil do óleo e monitoramento de pressão dos pneus.

O sistema OnStar oferece resposta automática em caso de acidente, botão de emergência e assistência na recuperação veicular.

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Impressões ao dirigir – Dentro da proposta

A Chevrolet Montana RS não é uma picape esportiva – e nem tenta ser. A intenção é ser uma picape que não deixa a desejar em relação a um carro de passeio.

Ou um carro de passeio com uma caçamba de bônus, para quem precisa esporadicamente de uma picape. Na prática, o motorista nem percebe se está dirigindo uma picape ou um utilitário esportivo.

A vocação da Montana RS é ser um automóvel familiar. O motor 1.2 turbo tem entregas lineares, com uma calibração mais “esperta” que a do Tracker. A vibração habitual dos motores de três cilindros é perceptível (de forma sutil) apenas em marcha lenta.

Como 90% do torque é entregue de 1.500 e 5 mil rpm, a picape reage rápido às solicitações feitas pelo pedal da direita e é ágil no trânsito. O câmbio automático de 6 velocidades não dá trancos e quase sempre oferece a marcha certa para aproveitar o torque do motor.

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A transmissão foi calibrada para manter o motor rodando em baixa rotação. Não há borboletas para trocas sequenciais, apenas um botão no câmbio, que deve ser utilizado na posição Low para aproveitar mais o freio-motor em declives prolongados.

A direção é direta, com assistência elétrica com cargas corretamente definidas para baixas e altas velocidades.

Por ser uma picape, era de se esperar que a carroceria da Montana se movimentasse mais nas mudanças de direção. Contudo, esteja a caçamba vazia ou cheia, a dirigibilidade não é comprometida.

O sistema de duplo batente para a suspensão varia mecanicamente entre as posições vazia e carregada, ajudando a deixá-la menos saltitante quando passa por piso irregulares.

A suspensão privilegia o conforto, porém, mantém um compromisso com a estabilidade. O acerto do conjunto suspensivo impressiona bem, com a picape absorvendo eficientemente as irregularidades do piso.

Mantém a carroceria equilibrada, mesmo em curvas em alta velocidade. A Montana RS traz indicador de movimento no ponto cego, mas não oferece recursos semi-autônomos de assistência à direção, como piloto automático adaptativo (há apenas o convencional), auxiliar de manutenção em faixa ou frenagem de emergência.

Ficha Técnica – Chevrolet Montana RS

Motor: 1.2 turbo, flex, três cilindros, 12V, 1.199 cm³
Transmissão: automática, 6 marchas
Tração: dianteira
Potência: 132 cavalos a gasolina / 133 cavalos a etanol a 5.500 rpm
Torque: 21,4 kgfm a 2 mil rpm
Combustível: gasolina e/ou etanol
Suspensão: dianteira tipo MacPherson com barra estabilizadora helicoidal, traseira eixo de torção semi-independente
Rodas: liga leve de 17 polegadas
Pneus: 215/55 R17
Dimensões: 4,72 metros de comprimento, 1,80 metro de largura, 1,66 metro de altura e 2,80 metros de entre-eixos
Peso: 1.310 kg
Caçamba: 874 litros
Tanque de combustível: 44 litros
Preço: R$ 153.900, na cor Vermelho Chili. A cor Cinza Rush (do modelo testado) agrega R$ 1.950 à fatura.

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Autor: Luiz Humberto Monteiro Pereira - AutoMotrix

Jornalista carioca que trabalha com jornalismo automotivo desde 1992. Em 2018 criou a Agência AutoMotrix e, em 2020, a revista "Roda Rio".