
Assim como o Fastback Hybrid, o Fiat Pulse Hybrid também como a proposta de ser um carro eletrificado acessível, ainda que seu preço seja R$ 6.000 mais alto que a versão sem o recurso.
Focado em consumir menos na cidade e também emitir menos CO², no primeiro caso, ele poderia ser (bem) melhor, mas no que diz respeito ao desempenho, citado no título, continua cumprindo sua missão.
Oferecido nas versões Audace e Impetus, o carro avaliado é da primeira opção e custa R$ 129.990, ante os R$ 123.990 da versão “purista”, como nos referimos no caso do irmão maior.
Com motor 1.0 Turbo de até 130 cavalos, mais um CVT adequado e baixo peso, o Fiat Pulse Hybrid é um carro interessante em sua proposta original, mas será que vale a pena pagar mais pela hibridização leve?

Visual adequado
Emocional como o Fastback, o Pulse foi a fome com a vontade de comer, só que a Fiat descobriu tardiamente que havia outras cantinas no bairro…
Seja como for, visualmente o Pulse é um carro interessante, ainda que porte elementos do Argo, como as portas e muito mais, mas faróis de LED e molduras nas saias de rodas ajudam a vender.
A traseira com lanternas expressivas e um para-choque robusto com bumper cinza e molduras cromadas imitando saídas de ar dão mais corpo ao pequeno SUV compacto de 4,09 m de comprimento.
Antena no teto em estilo barbatana, bem como belas rodas de liga leve aro 16 polegadas com pneus 195/60 R16, aumentam a atratividade do modelo.

Dentro, o ambiente é bem mais sóbrio que um Fiat gostaria, mas é o consumidor que está pedindo. O cluster analógico serve bem, com o display central dando o necessário para viver ao volante.
A multimídia com tela de 10,1 polegadas, mais conexão sem fio para Android Auto e CarPlay é o que queremos, tendo ainda boa câmera de ré e outras funcionalidades aceitáveis.
O ar condicionado automático é outro recurso bom, enquanto o volante simples ostenta paddle shifts e o modo Sport, mas apenas com ajuste vertical.

Aliás, diferente da Impetus, dispõe de alavanca do freio de mão, porém, tem carregador indutivo de smartphone. A bateria do MHEV, como você já sabe, fica sob o banco.
Pouco espaçoso, o Fiat Pulse Hybrid não faz milagre com seu habitáculo herdado do Argo, porém, tem bancos confortáveis em tecido adequado.
Já o bagageiro de 370 litros é suficiente para sua proposta, mas quem busca “mala grande” vai de Fastback. O banco bipartido ajuda em algumas situações.

Bebe demais para um híbrido leve
Pois é, assim como o Fastback Hybrid, o Fiat Pulse Hybrid não passou na aula de consumo urbano, onde deveria tirar nota alta, mas não um 10, afinal, não é nenhum HEV ou PHEV.
Com estes para carros de maior valor agregado da Stellantis, sobrou o MHEV de 12V para o Pulse, sendo esse sistema simples e que, no nosso caso, funcionou plenamente.
O motor elétrico de 4 cavalos e 1 kgfm entrou em baixa velocidade aplicando sua força e com recuperação de energia nas desacelerações.
Sempre funcionou nos dois modos e o motor desligou boa parte das vezes com o carro parado. A operação é suave e praticamente imperceptível.

Com seus 999 cm³ de deslocamento, o GSE 1.0 Turbo é um três cilindros turbinado e com injeção direta que responde muito bem, sempre disposta a dar aquilo que se espera dele.
Assim, com saídas ágeis e progressão de força aceitável, o Fiat Pulse Hybrid é gostoso de dirigir na cidade, revelando ainda a vocação do GSE de trabalhar bem em baixas rotações.
Em uma tocada mais agressiva, o ponteiro rapidamente passa dos 6.000 rpm e o SUV da Fiat mostra que seu porte pequeno é um frasco de perfume interessante de sentir.

No modo Sport, ele reprograma a coisa e só não é totalmente adequado, pois os pneus altos e a calibração da suspensão não são indicados para uma condução esportiva de fato.
As trocas no volante ou na alavanca ajudam a tirar um pouco mais do pote, mas de fato o Fiat Pulse Hybrid nem precisaria do modo Sport para fazer bem.
Na cidade, ele é bem esperto, enquanto na estrada anda folgado, com ultrapassagens tranquilas e retomadas boas, apontando para 2.300 rpm a 110 km/h com conforto e economia.

Falando nisso, fez bem 17,4 km/l a 80 km/h, 16,9 km/l a 100 km/h e 16,6 km/l a 120 km/h. Ótimo! O CVT de seis marchas simuladas ajuda a manter o GSE calmo em cruzeiro e tranquilo em subidas longas.
Ele só esgoela se precisarmos de uma retomada rápida, mas nada que desabone o CVT, pois o GSE recupera em bom tempo.
Na cidade, mesmo com todos os recursos que ganhou, o GSE novamente decepciona no consumo, fazendo média de 8 km/l. Combustível? Gasolina…

Qual a causa? Não sabemos, mas será que o GSE seria mais econômico com a caixa Aisin de seis marchas? Seria o câmbio? Nem o MHEV melhorou a coisa. Pensemos em um Pulse EV então…
Com direção elétrica bem ajustada e aquela suspensão de Fiat pronta para um Brasil que a marca conhece bem, o Fiat Pulse Hybrid tem freios aceitáveis e um foco maior no conforto.
Pneus altos ajudam a filtrar a buraqueira e a altura livre do solo a salvar o pequeno das pirambeiras viárias que conhecemos bem.

Bom de curva, ainda que em salto alto, o Fiat Pulse Hybrid na versão Audace ainda conta com assistente de faixa, o único recurso ADAS a bordo.
Boa proposta, mas sem o destaque
O Fiat Pulse tem uma boa proposta como produto, criando uma tendência que estamos vendo em outras marcas. O motor 1.0 Turbo caiu como uma luva, ainda que peque no consumo urbano.
Mas, a hibridização leve não atendeu, o que deveria fazer com esmero. Assim, custando bem mais que a versão comum e sem cumprir sua missão, ele não nos parece adequado.

Fora da técnica, a legislação ajuda em alguns lugares, como São Paulo e, se for para fugir do rodízio e pagar metade do IPVA, então o negócio pode valer a pena.
Apenas quem precisará disso saberá na ponta do lápis se o Fiat Pulse Hybrid atende de fato. Sem os incentivos, porém, não parece compensar.
Fiat Pulse Audace Hybrid 2025 – Galeria de fotos

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