A Fiat Toro desde sempre teve em sua versão diesel a melhor opção, mesmo com o motor 1.3 Turbo atual, que o mercado adora.
Todavia, após anos na picape média monobloco, o 2.0 Multijet saiu de cena e entrou seu irmão maior, o Multijet 2.2, agora padrão do grupo.
A novidade chega em boa hora para a picape da Fiat, que reforça sua proposta diante de rivais como a Ford Maverick, que passa longe do óleo combustível e da própria prima Ram Rampage.
Mais forte, a Toro 2.2 se vale de 200 cavalos e um torque bem superior, custando R$ 206.990 nessa versão Volcano avaliada, sendo ela uma das duas oferecidas no ano/modelo 2025.
Prestes a mudar por fora, a Fiat Toro é uma picape que continua a vender muito bem e inspira a concorrência a correr atrás dela. Mas, melhorou mesmo com as mudanças?
Melhor por dentro
Visualmente, a Fiat Toro Volcano 2025 é similar ao modelo de mesmo ano com motor 2.0 Multijet e isso não é legal do ponto de vista comercial, embora em estilo continue sendo atraente.
Tendo faróis full LED, lanternas em LED e rodas de liga leve aro 18 polegadas com pneus 225/60 R18, a Toro 2.2 não chama a atenção em relação à anterior porque não tem um emblema indicando a mudança de motor.
Em cor vermelha, como na avaliada, a Fiat Toro Volcano é um carro bonito, com capota marítima e barras no teto, tendo ainda skid plate vistoso e grade cromada.
Dentro, todavia, a recente atualização trouxe melhoras no ambiente da cabine, com painel inteiramente renovado e moderno, ficando menos Jeep e mais próximo da Ram.
O cluster digital de 7 polegadas tem bom aspecto, mas poderia apresentar melhor disposição da instrumentação, enquanto a multimídia com tela de 8,4 polegadas é verticalizada.
Isso ajuda muito na disposição das funcionalidades, que incluem não só Android Auto e CarPlay, ambos sem fio, mas também no navegador nativo e na climatização, além da câmera de ré.
O ar condicionado dual zone também é um ponto positivo, assim como o carregador indutivo bem localizado. O que não muda mesmo são o volante multifuncional com paddle shifts e a alavanca de câmbio.
Da mesma forma, o espaço interno reduzido, que só deve mudar na próxima geração da Toro, pois não há milagre técnico que o faça ficar melhor agora. São cinco lugares, mas o ideal é levar quatro pessoas.
Os bancos dianteiros têm apoios verticalizados bons, com o assento do motorista elétrico. Já o acabamento em couro é bom, com o banco traseiro tendo apoio de braço central. Ela peca por não ter difusores de ar traseiros.
Já a caçamba de 937 litros, revestida, melhorou na estanqueidade e o acesso com as portas duplas é sempre bom para se pegar objetos no fundo do compartimento.
Despertar do Toro
A Fiat Toro diesel sempre teve um desempenho mediano, com seus 170 cavalos e 35,7 kgfm, mas isso mudou completamente com o novo propulsor, o Multijet 2.2 da família JTDM.
Trata-se de uma variante maior do antigo 2.0 litros, mas com 2.2 litros e melhoramentos técnicos para atender à legislação ambiental atual.
Com 2.184 cm³, o propulsor de quatro cilindros, com turbocompressor e intercooler, bem como injeção direta Common Rail, entrega 200 cavalos a 3.500 rpm e 45,9 kgfm a 1.500 rpm.
São 30 cavalos e 10,2 kgfm a mais, que fazem muita diferença na Toro, que agora vai de 0 a 100 km/h em 9,6 segundos, ante os 12,4 segundos da versão 2.0 antiga…
Com a mesma transmissão automática de nove marchas da ZF com conversor de torque e recalibrada devido ao motor mais potente, a Fiat Toro 2.2 ficou bem mais ágil.
As saídas ficaram bem mais espertas, com reações mais rápidas ao acelerador e ótima progressão de giro, com o uso na cidade na casa dos 1.500 rpm e até abaixo disso.
Com arrancadas vigorosas, o Toro da Fiat despertou e com ele uma sensação melhor ao conduzir. Tendo um aumento rápido de giro, o novo propulsor — que também tem um ronco melhor — deixa os 1.910 kg (15 kg a mais que a 2.0) bem mais leves.
Melhor nas retomadas e aceleração, a Fiat Toro 2.2 ficou mais agradável na estrada, com ponteiro na faixa dos 1.700 rpm a 110 km/h, garantindo conforto e economia.
Nas ultrapassagens, continua agradando por não se exigir muito do motor para realizar a manobra com segurança. Já no consumo, bom resultado na cidade, com média de 10,7 km/l.
Em percurso rodoviário, ela fez 20,4 km/l a 80 km/h, 19,9 km/l a 100 km/h e 19,5 km/l a 120 km/h, graças à manutenção do giro em baixa rotação, na casa dos 1.500 rpm, usando-se o longo câmbio de nove marchas.
A nona marcha só aparece perto dos 120 km/h, permitindo assim que o giro fique baixo em qualquer velocidade, como ocorre na Ram Rampage 2.2. Numa comparação rápida, a “americana” foi melhor na estrada.
Com direção elétrica precisa, freios bons (com discos maiores na frente e tambor atrás), a Fiat Toro 2.2 teve a suspensão dianteira recalibrada, mas o comportamento se mantém, sendo um carro mais próximo de um SUV.
A tração permanente bloqueada entra suavemente e ajuda muito em estrada molhada, especialmente cheia de curvas, tendo ainda a reduzida para casos mais extremos no fora de estrada.
Com boa posição de dirigir, ela conta ainda com um pacote ADAS mediano, sem controle de cruzeiro adaptativo, mas com assistente de faixa. No geral, ficou bem mais agradável dirigir.
No limite
Custando R$ 206.990, a Fiat Toro 2.2 na versão Volcano já está em um preço no limite do aceitável, uma vez que, acima disso, no caso da Ranch, ela se aproxima demais da Ram Rampage Big Horn.
Tendo bom conteúdo a bordo, a Fiat Toro Volcano segue sem rivais diretas movidas a diesel, com exceção de promoções feitas com sua prima Fiat Titano e eventualmente a Ford Ranger XLS.
Falta um pacote ADAS mais completo, o que ajudaria bem na segurança em viagens, mas a adição do novo motor 2.2 já é um ganho enorme, que permite maior autonomia do produto.
Para quem ainda quer uma picape diesel não raiz, com um preço na casa dos R$ 200 mil, a Fiat Toro Volcano 2.2 preenche esse desejo. Então, nesse caso, ainda vale a pena.
Fiat Toro 2025 – Galeria de fotos
Quer receber todas as nossas notícias em tempo real?
Acesse nossos exclusivos: Canal do Whatsapp e Canal do Telegram!