
Poucas vezes uma reestilização mexeu tanto com o posicionamento de um modelo quanto aconteceu com a Ford Maverick Black 2025.
A nova versão de entrada da picape da Ford chega com preço mais baixo, pacote de equipamentos mais robusto e um conjunto mecânico que entrega desempenho esportivo, tudo isso sem perder o foco no uso urbano.
Mesmo com visual renovado, o grande destaque da Maverick está no que foi feito nos bastidores.
A Ford eliminou a antiga versão FX4, que já parecia cara demais perto da concorrência, e apresentou a Lariat Black com preço inicial de R$ 219.900.
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A redução de R$ 20 mil (que deixa ela praticamente com o mesmo preço a que é vendida nos EUA, convertendo os valores) veio acompanhada de uma enxurrada de atualizações que deixam a picape em outro patamar de competitividade.
Atualizações por fora e por dentro
Com design mais afiado, a dianteira agora conta com grade em preto brilhante e faróis redesenhados com assinatura em LED que reforça a identidade visual da marca.
As rodas de liga leve de 17 polegadas também ganharam acabamento escurecido, enquanto o nome “Black” é apenas um apelo estético, já que a versão está disponível em dez cores diferentes.

No interior, o avanço é ainda mais evidente.
A central multimídia agora é a moderna SYNC 4 com tela de 13,2 polegadas, que substitui a antiga unidade de 7 polegadas e incorpora funções do ar-condicionado digital, conexão sem fio com Android Auto e Apple CarPlay e até câmera 360°.
O painel de instrumentos digital de 8” é o mesmo da Ranger, totalmente configurável.

Plástico duro com Bang & Olufsen
Mesmo com uma certa simplicidade no acabamento — com plásticos duros e ausência de tecidos nas portas —, a Maverick entrega requintes surpreendentes como teto solar elétrico, som premium Bang & Olufsen com oito alto-falantes e carregador de celular por indução.
Este sistema de som é bem forte. Para se ter uma ideia, o volume fica em apenas 10% do total, para se ouvir razoavelmente alto no dia a dia.
A posição de dirigir é elevada, com boa visibilidade e ajustes amplos no banco elétrico e no volante, o que favorece a ergonomia.

O espaço traseiro agrada, com entre-eixos de 3,07 metros que garante conforto para dois adultos, mesmo com certa limitação para o terceiro ocupante por conta do console central elevado.
A caçamba tem 943 litros de volume e suporta até 618 kg de carga útil, com protetor, capota marítima e estepe do tipo full size de série.
Na prática, ela se posiciona acima da Fiat Toro a gasolina e próxima da Toro a diesel, mas entrega mais motor, mais tecnologia e uma dirigibilidade que lembra muito mais um SUV do que uma picape tradicional.

Comportamento dinâmico e motor 2.0 Turbo
Aliás, esse é o grande trunfo da Maverick: o comportamento dinâmico que se distancia totalmente de modelos com chassi sobreposto.
A plataforma monobloco C2, a mesma do Bronco Sport, combinada com suspensão independente nas quatro rodas, faz da Maverick um carro extremamente confortável de conduzir em qualquer tipo de pavimento.
No asfalto urbano esburacado ou em vias de terra batida, a picape isola bem as imperfeições e mantém estabilidade exemplar.

O motor 2.0 EcoBoost turbo a gasolina entrega respeitáveis 253 cv e 38,7 kgfm, acoplado a um câmbio automático de oito marchas e tração integral (AWD) inteligente.
Nas medições independentes, o 0 a 100 km/h foi feito em apenas 7 a 7,2 segundos, desempenho interessante.
O torque máximo surge já a 3.000 rpm, garantindo agilidade tanto nas arrancadas quanto nas retomadas.

Bebe bastante
O consumo, como esperado em um motor a gasolina com tração integral, não é dos melhores: indicado como média de 8,5 km/l na cidade e até 12,1 km/l na estrada.
Mas, na vida real, fica mais próximo de 6 a 7 km/l, mesmo com uma tocada bem frugal.
A direção elétrica é bem calibrada, com respostas diretas e bom peso em altas velocidades, reforçando a sensação de segurança.
A Maverick também conta com modos de condução específicos — Normal, Eco, Esportivo, Escorregadio e Rebocar — que ajustam o comportamento do conjunto conforme o tipo de uso.

Mais equipamentos e mais segurança
No quesito segurança, a Ford elevou o padrão da categoria.
A Maverick agora traz piloto automático adaptativo com Stop & Go, frenagem autônoma com detecção de pedestres e ciclistas, assistente de permanência em faixa com centralização, monitor de ponto cego com alerta de tráfego cruzado, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, além de sete airbags.
A tração AWD atua sob demanda, enviando força para o eixo traseiro apenas quando necessário, otimizando o consumo em uso urbano.

A única limitação está na altura livre do solo de 21,8 cm, inferior à da Toro e da Rampage, o que reduz bem sua aptidão para uso off-road mais severo.
Nesse cenário, a versão Tremor — com suspensão elevada e pneus de uso misto — cumpre melhor essa função.
Comparando com as rivais
Na comparação direta com a Fiat Toro e a Ram Rampage, a Maverick Lariat Black se mostra extremamente competitiva.

Enquanto a Toro Volcano a diesel custa R$ 228.490 e a Ranch passa dos R$ 224 mil, a Maverick entrega mais potência, mais conectividade e um pacote tecnológico mais completo por um valor inferior.
Já frente à Rampage, que parte de R$ 242.990 na versão Big Horn, a picape da Ford perde em refinamento interno, mas compensa no preço e na dirigibilidade mais leve e urbana.
O isolamento acústico não é perfeito: acima dos 100 km/h, o ruído do vento nas colunas A é perceptível, o que compromete parcialmente o conforto em viagens longas.

Falta também o retrovisor fotocrômico e a rebatimento elétrico dos espelhos — itens que já existem nas rivais mais equipadas.
Não parece modelo de entrada
Mesmo assim, o conjunto geral agrada e reforça a ideia de que a Maverick Black não é um modelo de entrada no sentido tradicional.
Ela entrega equipamentos, motor e tecnologia dignos de versões intermediárias ou até mesmo topo de linha em outras marcas.
O visual discreto com acabamento escurecido reforça o apelo urbano, enquanto a plataforma, suspensão e motor trabalham juntos para entregar uma experiência mais próxima de um SUV do que de uma picape convencional.

No fim das contas, a Maverick Black 2025 é uma picape pensada para quem não quer o peso, o tamanho e o consumo de uma média a diesel, mas também não abre mão de conforto, desempenho e estilo.
Para quem busca uma alternativa mais refinada à Toro e menos ostentadora que a Rampage, a picape da Ford é hoje uma das melhores opções do mercado.
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