O Honda HR-V 2026 já está na pista e a mudança de visual proposta chega num momento em que o “SUV compacto” da marca japonesa engata boas vendas no mercado nacional.
Posicionado num nível “mais acima” da média dos demais SUVs compactos, hoje o único que quer peitá-lo em condições parecidas é o Novo Nissan Kicks, mas isso até a versão Advance.
Tal caro quanto o rival nipônico, o HR-V turbinado na versão Touring salta aos olhos e em preço, custando R$ 209.990, o que o coloca em outra órbita, na dos SUVs médios de fato.
É uma manobra perigosa, uma vez que os chineses se apoiam exatamente em incursões de SUVs compactos nacionais que exageram na dose. Com seus 177 cavalos, o HR-V Touring 2026 precisa agora provar algo…
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Expressividade pulsante
Na linha 2026, o HR-V ganhou uma cara mais expressiva e interessante, com seus para-choques mais fluidos e bonitos, bem como as rodas de aro 18 polegadas mais vistosas.
O conjunto ótico full LED na frente e atrás reforça a importância do produto, que faz parecer que o HR-V é o único SUV da Honda, o que não é verdade.
Diferente de alguns rivais, o embelezamento é até um bônus, uma vez que existe o pouco visto ZR-V, mas incrivelmente a proposta visual do HR-V não reflete sua ambição.
Com o friso pulsante na grade inferior, o HR-V Touring agrada mais, mas peca por um detalhe: precisa ter um teto solar e de preferência panorâmico.
Mas, não é apenas nisso que o HR-V poderia melhorar, especialmente na versão topo de linha, que custa como um SUV médio. Dentro, o ambiente revitalizado ajuda bastante, contudo.
Bancos em couro confortáveis, com ajuste elétrico para o motorista, mais um bom espaço para pernas e apoio de braço central traseiro, são um convite para quem quiser conforto.
O painel com cluster digital configurável é bom, mas a multimídia com tela de 8 polegadas, agora tida como “flutuante” parece tão menor quanto a anterior…
Sugestão para a Honda seria difusores de ar contínuos como do Civic, com uma tela de 10 polegadas, no mínimo, sobre o conjunto. O conjunto atual ainda mantém aquele ar de simplicidade da família Fit.
Já o novo console com slot para carregamento indutivo, mas a tradicional alavanca e controles como modos de condução e freio de estacionamento com Brake Hold, agradam.
O volante em couro é bem completo e agradável, assim como o bom acabamento interno sem firulas, com painel revestido e difusores de ar com ajustes de fluxo.
Um prático porta-celular no painel ajuda bastante, assim como as boas luzes de leitura em LED, retrovisor eletrocrômico e saídas de ar para quem vem atrás.
Um extra do HR-V Touring é a tampa automática do porta-malas de somente 354 litros, que pode ser ampliado com o sistema de ajustes modulares da Honda, o antigo ULT, lembrando.
Agradável resposta
Sob o capô, o motor L15B 1.5 VTC Turbo da Honda é a opção acertada para as pretensões do HR-V Touring, que superam, nesse caso, às do ZR-V, por exemplo, assim como de seu rival japonês.
Com quatro cilindros e 1.499 cm³, o propulsor tem duplo comando com VTEC, injeção direta de combustível e turbocompressor para fazer uma baita diferença.
Entregando 177 cavalos nos dois combustíveis a 6.000 rpm, bem como 24,5 kgfm a somente 1.700 rpm, o 1.5 Turbo é elástico e garante força em todos os regimes, sendo agradável de acelerar.
Ainda que a proposta da Honda não seja performance, com tudo isso, o HR-V Touring consegue ir de 0 a 100 km/h em 8,9 segundos, com 200 km/h de final.
Seu câmbio CVT que simula sete marchas, tem boa calibração e responde bem em rotações mais baixas, deslizando suavemente mais em alta, mas não comprometendo as retomadas.
É um propulsor dócil que muda de personalidade ao ser exigido, apesar do CVT, com picos na casa dos 6.000 rpm em tocada mais esportiva, enquanto na cidade navega bem a 1.500 rpm.
O modo Econ pouco afeta o desempenho, com o modo Normal sendo o mais agradável no dia a dia. Já o esportivo ajuda, mas não tanto quanto se espera dele.
As mudanças manuais no volante interferem bem, mas com pouca liberdade além do programa padrão, embora seja um recurso útil para intervenções rápidas na estrada.
Na cidade, o HR-V fez 10,8 km/l e achamos muito por ficar acima do Inmetro. Já na estrada, pareceram preços sugeridos de marcas, dada a quase harmonia dos números.
A 80 km/h, 19,6 km/, fazendo 17,6 km/h a 100 km/h e 15,8 km/l a 120 km/h. Não está ruim, dados os números do motor, usando sempre gasolina.
Rodando a pouco menos de 2.000 rpm em cruzeiro na estrada, o HR-V Touring é um convite para pegar a estrada, onde apresenta boas retomadas, com certa elevação de giro não tão ágil em subidas longas.
Na cidade, ele fica mais à vontade, com o CVT mantendo o giro baixo e aproveitando o torque. A direção elétrica é bem firme, quase como de um esportivo, e isso pode não agradar a todos.
Já os freios estão dentro do esperado para um carro com um conjunto bem acertado de suspensão, mais firme, mas que apesar disso, filtra adequadamente quase tudo de ruim na via.
Com boa dinâmica de condução, bem direta e agradável, o HR-V 2026 tem boa estabilidade em curvas e mudanças rápidas de direção, continuando assertivo como sempre em sua proposta.
O pacote ADAS com “tudo dentro” é um dos melhores do mercado, sem “fantasmas” de outras faixas de rolamento e com reações distintas de manutenção de faixa e saída de pista.
O Honda Sensing é o pacote ADAS mais acessível do mercado a partir do City e mostra seu valor mesmo no mais caro dos compactos da marca.
Lugar indevido
A Honda tem um SUV médio e não precisaria esticar o HR-V como um chiclete, como fazem marcas como Nissan e Chevrolet, por exemplo, que não possuem algo acima.
O HR-V Touring sobe no salto e ocupa um lugar indevido na tabela de preços, onde o irmão mexicano é que deveria estar com seu motor 2.0… Mas isso é outra história.
No mercado, ele supera o Nissan Kicks Platinum completão, menos um motor 1.3 Turbo… Nisso, até a versão Advance do HR-V leva vantagem, mas o Touring nem tem teto solar…
Com motor “grande”, VW T-Cross Extreme e Hyundai Creta Ultimate, outro de R$ 200 mil, mostram suas forças. Então, cobrar mais só por conta da marca, hoje em dia, não faz muito sentido.
Ainda assim, o HR-V tem seus atributos e eles não podem ser ignorados, pena que para apreciar tais vantagens, seja necessário pagar a mais.
Necessário? Talvez só se for para manter um relacionamento mais longo com o HR-V…
Ruim? Pelo contrário. Nisso, pelo menos, a Honda é um par perfeito.
Honda HR-V Touring 2026 – Galeria de fotos
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