O Hyundai Creta N Line é a versão mais elaborada visualmente da gama de opções do SUV compacto da marca coreana no Brasil, sendo sua proposta focada na esportividade, ainda que sem a mesma pretensão em desempenho.

Personalizado, o Creta N Line 2025 aproveita a nova estética do produto para avançar mais no estilo que a Hyundai quer fixar por aqui, usando formas mais retilíneas e robustas.

Bem focado nisso, o SUV feito em Piracicaba–SP se apoia no conjunto motriz principal para não ficar tão caro.

Seu motor Smartstream-G 1.0 TGDI (Kappa) mantém seus 120 cavalos e 17,5 kgfm, sempre numa caixa automática de seis marchas, tendo ainda um conteúdo interessante, parte dele num ambiente escurecido.

Custando R$ 187.590, ele não é exatamente barato e existem opções eletrificadas que tornam a coisa bem mais apertada para ele, porém, o nome Creta vende bem no Brasil e isso é uma vantagem.

Mesmo assim, vale pagar mais por visual?

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Esportivado bem-feito

O Hyundai Creta N Line é um “esportivado” e não dá para dizer algo diferente disto, mas pelo menos a marca fez uma boa coisa, o personalizou mais do que o comum, deixando-o com aquele ar de que faltou um motor mais forte.

A frente com as “chaves” ou “H’s” se você preferir, continua em base preta, mas o para-choque parrudo e volumoso ostenta elementos próprios, dando mais personalidade ao N Line. As lanternas traseiras em LED seguem o mesmo estilo das luzes diurnas dianteiras e isso dá equilíbrio estético ao carro.

Pena que as rodas aro 17 com pneus 215/60 R17 estejam fora do tamanho ideal para a proposta. Pelo menos ajudam no conforto, enquanto a traseira exagera no spoiler vazado, com bom difusor de ar inferior e escape duplo vistoso.

Dentro, o ambiente tem acabamento escurecido com bancos customizados com a letra “N”, tendo revestimento em couro e tecido, ambos costurados em vermelho. O volante em estilo “Honda Si” também segue esse caminho, tendo paddle shifts vistosos e o logo “N”.

O melhor mesmo é o conjunto cluster-infotainment, com o modo Normal tendo aquele fundo marfim que é gostoso de verde, enquanto os outros dois são apenas cosméticos.

Já a multimídia tem boas funcionalidades, mas peca por não ter Android Auto e CarPlay conectados sem fio. É inadmissível que um carro de quase R$ 200 mil seja servido no essencial do dia a dia com cabo USB…

Só isso já deixa muito a desejar num ambiente que promete exatamente o contrário, uma interação homem-máquina digitalmente mais íntima. Bom, tem o teto solar panorâmico agradável e merecido ar condicionado dual zone.

Claro, o Hyundai Creta N Line não dispensa a ventilação ótima do assento e nem a alavanca esportiva do câmbio. Um LED vermelho no lado do passageiro não deixa esquecer da proposta.

Atrás, bom espaço e conforto no banco, com o mesmo acabamento da frente e com difusores de ar, bem como portas seguindo o padrão dianteiro e isso é positivo, assim como carregamento indutivo para smartphones.

O porta-malas de 433 litros é bom e aguenta uma boa compra de supermercado, mesmo que seja necessário usar o banco bipartido.

Desempenho satisfatório

O Hyundai Creta N Line emprega a revisão do motor Kappa 1.0 TGDI de 120 cavalos a 6.000 rpm e 17,5 kgfm a 1.500 rpm, nos dois combustíveis.

Com três cilindros, turbo e injeção direta, é o conjunto certo na versão errada… Mas, com o 1.6 TGDI, o preço do N Line seria proibitivo.

Vibrante como sempre, o Kappa dá conta do recado para um Creta padrão e o faz também no N Line, desde que se esqueça da proposta esportiva. É um motor que gira baixo para dar uma resposta, mas que facilmente passa a marcas dos 6.000 rpm.

O câmbio tem uma boa calibração e troca as marchas no tempo ideal, deixando o Kappa girando baixo, na casa dos 1.500 rpm na cidade e pouco acima dos 2.000 rpm na estrada. O Creta N Line tem boas saídas e retomadas pontuais, sendo elogiável por isso.

No modo Eco, ele não sofre tanto quanto se imagina, servindo bem à causa, enquanto no Sport, consegue-se um rendimento melhor com giro em média 1.000 rpm acima, tendo ainda trocas limitadas nos paddle shifts e alavanca.

Já no consumo, com gasolina, fez bons 12,3 km/l na cidade e isso é ótimo, com 18,4 km/l a 80 km/h, 17,9 km/l a 100 km/h e 17,3 km/l a 120 km/h. Diferente de outros SUVs de mesmo porte ou até menores, o Hyundai Creta N Line se sai bem na frugalidade.

Direção elétrica leve, freios bons e estabilidade condizente com o projeto do carro (e não a proposta da versão), atendem bem, especialmente em pisos irregulares e estradas levemente sinuosas.

Mesmo tendo pedais esportivos, alavanca e volante correspondentes, esqueça uma pegada mais nervosa com pneus série 60… A suspensão também é calibrada para o conforto e até na aceleração o N Line é comedido: 11,5 segundos até 100 km/h. Fique somente com o visual e…

A segurança, já que ele tem controle de cruzeiro adaptativo, assistente de faixa (que funciona de fato) e os recursos básicos de um pacote ADAS de verdade.

Isso sem contar o monitoramento em 360 graus com carrinho em 3D e assistente de ponto cego com imagens dos lados no cluster.

Vacilo na conexão não tira o brilho

Pois é, tudo poderia ser bom no Hyundai Creta N Line, mas não é… A falta de uma conexão sem fio é aquele tipo de reclamação do cliente que enche o saco do vendedor.

Reclamaríamos e com razão, mas por ora é esperar a bendita atualização para evitar o cabo de conexão que, se já estiver bem usado, falhará bem na pior hora de sua navegação…

De resto, mesmo tendo um motor longe da proposta, o Hyundai Creta N Line é bem interessante em conjunto e chama atenção por seu visual quase fora da curva.

Espaçoso, confortável e com bagageiro condizente, assim como com um ambiente agradável e recheado, o SUV da Hyundai parece valer a pena. Mas aí temos o VW T-Cross Highline por R$ 184.490 e seu motor 1.4 TSI…

Tem o Chevrolet Tracker RS 1.2 Turbo “FlexPower”, mas a GM não dá preço no site e nós não recomendamos.

Bem mais abaixo, há o Caoa Chery Tiggo 5x Pro Hybrid por R$ 157.990, apesar do visual datado… Enfim, existem outras opções a observar, inclusive SUV médio. Vale? Por essa dinheirama toda, não.