O Jetta GLI 2023 chegou do México para manter o sedã médio da Volkswagen presente no mercado nacional, ainda que o segmento venha definhando com poucas ofertas.

Sua proposta, contudo, é performance, por isso, ele sai do lugar-comum dos demais sedãs do segmento, adicionando 11 cavalos ao conjunto motriz que já é bem conhecido do brasileiro.

Seu motor 2.0 TSI agora tem 231 cavalos e com os mesmos 35,7 kgfm, além do câmbio DSG que muitos adoram, com sete velocidades e mudanças no volante e na alavanca.

Bem equilibrado, o GLI oferece não só um bom desempenho, mas também espaço e conforto, com uma suspensão firme, porém, não incômoda. Sem rivais, custa R$ 215.230.

Índice

Por fora…

O visual do sedã esportivo da Volkswagen ficou mais expressivo com a atualização de meia vida do Jetta, que traz agora uma grade maior e com friso vermelho e preto, com logo GLI.

Os faróis full LED duplos chama atenção, com suas luzes diurnas em LED, além de para-choque novo com molduras verticais nas extremidades, além de rodas aro 18 com desenho esportivo.

Tendo pinças de freio vermelho, o Jetta GLI tem lanternas em LED, além de para-choque com duas saídas de escape ovalizadas e cromadas.

O GLI tem também antena em estilo barbatana, um discretíssimo defletor sobre o porta-malas e teto solar padrão, que amplia assim o conforto a bordo.

Opinião do dono: Volkswagen Jetta GLI

Por dentro…

O interior do VW Jetta GLI é todo escurecido, refletindo sua proposta, com o novo volante com comandos em preto brilhante, além de paddle shifts, couro e logo GLI destacado.

Esse volante é muito leve e parece feito de um material plástico que tira a sensação de peso normal da direção. O cluster é digital com três visualizações, integrando-se à multimídia VW Play.

Personalizada com fundo vermelho, como a instrumentação, o sistema de infotainment desenvolvido pela VWB adiciona o smartphone como fonte de internet, com 4G e Wi-Fi.

A apresentação é intuitiva e o Waze nativo ajuda, assim como os apps dedicados para pagamento e contratação de serviços a bordo. No GLi, a VW Play adiciona mais coisas.

Entre elas, os modos de condução Eco, Normal, Sport e Individual, além da instrumentação auxiliar para avaliar o desempenho. Assim como o volante, a alavanca estilizada segue em dois tons.

O GLI tem ar condicionado dual zone, assim como freio de estacionamento eletrônico e o bom Auto Hold. O carregamento indutivo funciona, mas após algum tempo, não mais ativou.

Cabe um adendo, sobre as conexões USB-C, não havendo outra opção além do wireless para recarga. Então, se não tiver um cabo duplo com essa fonte, dependerá somente do indutivo.

Com detalhes que imitam madeira escurecida, assim como pedais de alumínio e bancos em couro preto, o Jetta GLI conta com banco do motorista elétrico com duas memórias, o que agrada.

O espaço interno é ótimo, porém, atrás não há sequer difusores de ar para dar mais conforto a quem vai ali, enquanto o porta-malas de 510 litros é mais que suficiente para malas e compras.

Os retrovisores poderiam ser rebatíveis, mas pelo menos possuem desembaçador.

Por ruas e estradas…

No Jetta GLI, o conjunto motriz é o principal destaque, com o EA888 2.0 TSI agora 11 cavalos mais potente, entregando 231 cavalos de 5.000 a 6.200 rpm.

Com quatro cilindros e 16V, além de duplo comando variável, o 2.0 TSI do Jetta GLI é bem elástico e entrega seus 35,7 kgfm entre 1.500 e 4.400 rpm.

Tendo turbocompressor e injeção de combustível dupla, o motor trabalha com uma caixa de dupla embreagem com sete marchas, com mudanças na alavanca e nos paddle shifts.

O casamento entre os dois é ótimo, com o 2.0 TSI respondendo prontamente ao acelerador, girando rápido até acima dos 6.500 rpm, empurrando bem o sedã esportivo.

Ele tem mudanças de marcha imperceptíveis e pouca perda de energia durante as trocas, deixando o motor trabalhar no melhor giro.

Ainda conta com o modo Sport, mantendo o giro alto para retomadas e respostas mais rápidas, ainda que a programação possa depois baixar o giro se necessário, quando não detectada a intenção.

Já nos demais modos, ele trabalha com folga, girando rápido e entregando toda a força se o pedal for pressionado com vontade.

Usando os paddle shifts ou a alavanca, o condutor pode usar um “extra” do conjunto, mas com o detalhe de precisar gerenciar de fato as trocas, pois, o sistema não mudará até evitar um giro muito baixo.

Assim, há boa liberdade de uso das trocas manuais, o que é ótimo para quem gosta de explorar ao máximo do desempenho.

Rodando no trânsito diário, o Jetta GLI é bem tranquilo, mantendo giro em 1.500 rpm ou até menos, garantindo saídas espertas nos semáforos e subidas agradáveis em baixo giro.

Na estrada, ultrapassagens e retomadas são agradáveis, com 2.000 rpm a 110 km/h, gerando assim consumo de 13,2 km/l de média na gasolina, enquanto na cidade o sedã fez 10,2 km/l.

O Jetta GLI tem uma direção bem responsiva e elétrica, que permite maior sensibilidade. Com freios precisos e um conjunto equilibrado, o sedã agrada ao volante.

A suspensão é firme, mas bem calibrada para o péssimo asfalto nacional, filtrando bem as irregularidades como se fosse um carro com proposta apenas de conforto.

Nas curvas, apesar da traseira longa, o Jetta GLI se mantém bem neutro e deixa o condutor a vontade para ir até o limite de aderência, com total controle.

Em alta velocidade, também agrada, sem flutuação e movimentos irregulares que exijam correção. No cruzeiro, há piloto automático adaptativo, porém, não há alerta de faixa e saída…

No modo Eco, o propulsor atua de forma mais mansa e econômica, mas sem ser fraco na operação e garantindo uma condução prazerosa, ainda que as respostas sejam mais tardias.

Já o modo Normal deixa o Jetta GLI mais solto e agradável, enquanto no Individual, pode-se mudar alguns parâmetros do conjunto motriz para dar ao motorista uma combinação pessoal.

Por você…

Razoavelmente equipado, o Volkswagen Jetta GLI 2023 é um sedã com uma proposta interessante e que certamente agradará quem busca desempenho com eficiência no consumo.

Falhas: coisas como retrovisores não rebatíveis e acabamento, mais especificamente o traseiro, com nem ao menos um difusor de ar. Só USB-C não é o ideal, mas ainda tem fonte 12V.

Chama atenção o acendedor de cigarros num carro já da década de 2020, o que nos faz lembrar dos anos 80…

Bom de espaço interno e porta-malas, agrada também pelo conjunto de suspensão e direção, tendo motor forte e câmbio muito rápido, garantindo assim um pacote bom para muita gente.

Já o preço de R$ 215.230 não é muito agradável, mas com a alta mensal dos preços dos carros, custar pouco mais de R$ 200 mil com sua proposta, está dentro da atual e infeliz situação em que vivemos.

Basta lembrar que o Taos Highline custa R$ 205.530, tem a mesma plataforma e anda muito menos, já que tem somente o 1.4 TSI de 150 cavalos e 25,5 kgfm. Então, o GLI é uma boa alternativa.