A Fiat Toro 2026 ganha uma importante repaginada em sua mudança de ano-modelo para continuar até a próxima geração, adicionando ainda algumas alterações técnicas.
A picape média monobloco da Fiat, na versão Ultra, surge como topo de linha com motor flex, no caso o GSE 1.3 Turbo já conhecido, mas agora mais fraco devido ao Proconve L8.
São 176 cavalos, embora com o mesmo torque de antes, mas a calibração não é a mesma… Custando R$ 196.490, a Toro Ultra usa de sua customização para custar mais.
Vale a pena?
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Parece chinesa
A Fiat decidiu-se por um estilo bem mais expressivo e, digamos até, agressivo para sua picape maior, o que nos faz recordar carros de origem chinesa, dada a profusão de ângulos retos e cortes abruptos nas linhas.
Chama bem mais a atenção, é verdade, mas não é de todo harmonioso, ficando assim para o público opinar sobre o que achou. Faróis full LED e luzes diurnas “cinema”, como do Creta, são bem-vindos.
O para-choque ganhou linhas que deixam a Toro Ultra mais leve, porém, com a impressão de ser menor. Isso mesmo, com as molduras pretas e o estribo curto integrado ao conjunto.
Aliás, as rodas de liga leve escurecidas, aro 18 polegadas com pneus 225/60 R18, passam leve impressão de serem calotas. É o desenho delas que ajuda nessa sensação…
Na traseira, a inserção na base da carroceria ficou interessante e as novas lanternas em LED ganharam nossa confiança, formando um conjunto mais atraente.
O próprio conjunto santantonio/tampa vincado da Ultra contribui para destacar o produto, tal como as barras no teto. Em geral, as mudanças visuais deram mais vida à Toro para seguir adiante.
Dentro, o ambiente escurecido ajuda na proposta personalizada da Toro Ultra, com a tela de multimídia vertical centrando a atenção, mas nossos olhos vão mesmo é para a novidade.
O freio de estacionamento eletrônico com auto-hold é bem-vindo e dá à Toro a importância comercial que ela merece, assim como o pacote ADAS a bordo.
Os bancos personalizados com o nome Ultra, com acabamento cinza e filetes vermelhos. Atrás, o apoio de braço central ajuda, mas faltam saídas de ar-condicionado (dual zone) e mais espaço para pernas.
No painel, destaque para o conjunto de teclas abaixo da multimídia, sempre bem descolada com conexão geral sem fio, além do aplique Ultra no lado do passageiro.
O cluster digital configurável atende, assim como o volante padrão de sempre, gostoso de manusear. No console, o carregador indutivo conta com ventilação para o smartphone.
Tendo o acabamento de sempre, a Toro Ultra chama os detalhes para se destacar e o maior deles é a capota traseira, com tampa amortecida e não à prova d’água.
Uma bag isolante como acessório se apresenta no carro testado, sugerindo uma estanqueidade ruim.
Atende ao pedal
O motor GSE 1.3 Turbo Flex da Fiat Toro Ultra 2026 ficou mais xoxo… Não somente ele, é claro, vários motores conhecidos sofrem com o L8 do Proconve, mas fazer o que…
A redução de potência de 185 para 176 cavalos nos dois combustíveis a 5.750 rpm é apenas um reflexo disso, mas pelo menos o torque de 27,5 kgfm a 2.000 rpm (antes 1.750 rpm) se manteve.
Ainda é um motor forte, embora seja perceptível a mudança somente nas saídas e em baixas rotações, exibindo um turbo lag aparente, o que não agrada, mas depois deslancha.
Bom mesmo é a calibração do câmbio que ficou bem mais suave, quase como um CVT e às vezes passa até essa impressão. Automático de seis marchas, ainda é o Aisin conhecido.
Anos-luz de distância do censurado E.torQ 1.8, o GSE 1.3 Turbo é a única certeza que você terá na Toro pelos próximos anos e agradeça por isso. O propulsor atende à proposta da picape em sua missão “flexível”.
Com boas respostas em rotações mais altas, consegue manter bom ritmo em baixa, desde que acima dos 2.000 rpm. Abaixo, já não está como antes, mas ainda atende.
No modo Sport, a Fiat mostra que tem seu apelo esportivo na técnica, deixando o GSE bem mais cheio e disposto, um recado agradável à pressão do L8…
Cortando pouco depois dos 6.000 rpm, o GSE impõe um ritmo bom à Toro Ultra, com consumo urbano de 10,1 km/l, enquanto na estrada, 17,3 km/l a 80 km/h, 16,5 km/l a 100 km/h e 14,9 km/l a 120 km/h, sempre com gasolina.
Mais SUV que picape, a Toro Ultra tem um bom comportamento dinâmico, com rodagem a 110 km/h a 1.900 rpm, garantindo conforto a bordo.
Tendo boas respostas em ultrapassagens e subidas de serra, a picape da Fiat conta com uma direção elétrica ajustada e freios condizentes com a proposta, lembrando ser a disco ventilado atrás.
Com suspensão traseira multilink, a Toro Ultra se adapta bem à buraqueira brasileira, assim como aos pavimentos de origem ou propostas duvidosas… A altura do vão livre é ótima e os balanços atendem.
Oferecendo ainda uma boa estabilidade em curvas e desvios de direção, a Toro Ultra é um bom carro para o dia a dia, ainda mais com alguns recursos de segurança, como assistente de faixa e alerta de colisão com frenagem.
Pena não ter controle de cruzeiro adaptativo, assim como monitoramento em 360 graus. Pelo menos a câmera de ré atende à sua proposta. No mais, poderia oferecer mais em proteção.
Conteúdo bom, preço ruim
A Fiat Toro Ultra 2026 é uma picape que ainda se impõe no segmento por estar abaixo em preço de rivais como a Ford Maverick Black, que custa R$ 220 mil.
Assim, sem oponentes, a Toro singra bem seu mar sem incômodos, ainda que a rival da Ford esteja mesmo é crescendo para cima da prima Ram Rampage, que tem outra pegada.
O conteúdo da Toro Ultra é até bom, mas pelos quase R$ 200 mil, precisaria de pelo menos os itens faltantes que mencionamos. Não dá para acrescentar algo na mecânica e é melhor ela manter sua tração dianteira mesmo…
Reinante em vendas, a Fiat Toro 2026 pode-se dizer que deita e rola numa faixa que é só dela e a versão Ultra é o limite de seu alcance, onde ela não fica vulnerável.
Como produto, para quem gosta de um visual descolado e “agressivo”, (ainda) vale a pena.
Fiat Toro Ultra 2026 – Galeria de fotos
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