O Chevrolet Tracker 2026 já está aí e aqui conosco também, na Avaliação NA, que começa pela versão RS, que tem um toque mais esportivo e o motor mais potente.
Visualmente modificado na dianteira, o Tracker 2026 chega para reafirmar sua posição de player de peso no segmento, com mudanças técnicas importantes, mas que ainda peca em algumas coisas…
Na RS, o lado sombrio de sua face, que não é esse cinza-escuro quase preto, é o preço de R$ 190.590. Agora, as marcas — e estamos apontando para todas — se convencionaram a cobrar quase R$ 200 mil por SUVs compactos.
Por este valor, o Tracker 2026 te oferece um padrão visual mais emocional e um conteúdo menor que a Premier, vai entender. Seu motor 1.2 Turbo com injeção direta é um ânimo necessário, mas será que tudo isso vale a pena?
Mais expressivo
O Chevrolet Tracker RS 2026 ficou de fato mais bonito e a black bow tie no escuro preto da nova grade, aliada aos novos faróis full LED, dão um tom mais expressivo e agradável ao SUV.
As novas luzes diurnas em LED reforçam esse toque emocional, incluindo até mesmo os diminutos faróis de neblina de LED. Somente o badge RS em vermelho para quebrar o ar sombrio.
Na traseira, as lanternas fumê mais translucidas também agradam pelo visual que combina com a proposta de pseudo-esportiva.
As rodas de liga leve aro 17 com pneus 215/55 R17 são escurecidas, acabamento em preto brilhante nos para-choques e badges pretos fecham o pacote visual, com direito a teto solar panorâmico.
Dentro dele está boa parte das mudanças, com novo painel tendo revestimento soft na parte superior e acabamento no lado do passageiro, que agrada pelo toque e aparência.
Já o cluster digital de 8 polegadas segue o padrão atual da GM e não agrada pela disposição das informações, especialmente relativas ao consumo.
No caso da MyLink, a tela de 11 polegadas é boa e a conectividade com aparelhos e Wi-Fi idem, mas ter que ajustar o painel de instrumentos por ela é ruim.
Tem boa visualização da câmera de ré e deixa o smartphone livre para usar Waze ou Google Maps, além de outros apps. Com OnStar e ajustes de climatização, o sistema agrada.
O Tracker RS 2026 tem ar condicionado automático e carregador indutivo de smartphone, mas o SUV compacto da GM peca por ainda levar uma alavanca de freio de mão. Deveria ser eletrônico como em alguns concorrentes.
Já o volante tem boa empunhadura, apresentando somente alerta de colisão. O SUV da GM tem ainda alerta de ponto cego e frenagem autônoma de emergência e só.
No caso do ambiente, os novos bancos são confortáveis, com bons materiais, mas a padronagem preto e vermelho dos assentos atende à proposta. Detalhes em vermelho fosco na guarnição são melhores.
O teto claro não combina com a proposta, a GM continua devendo nisso, mas o teto solar panorâmico é algo positivo, assim como o apoio de braço com porta-copos no banco traseiro. Entradas USB (3) e USB-C (1) estão no habitáculo.
Ruim é não ter saída de ar condicionado atrás, mas pelo menos o espaço para as pernas atende. Já o porta-malas de 393 litros vem com assoalho ajustável e aproveita o banco bipartido para aumentar seu pequeno volume.
Melhor resposta
O motor CSS Prime do Chevrolet Tracker RS 2026 está mais potente com a merecida injeção direta de combustível, que agora alimenta seus três cilindros, enchendo os 1.199 cm³.
Com turbocompressor e intercooler, o 1.2 Turbo da GM entrega 139 cavalos na gasolina e 141 cavalos no etanol, ambos a 5.000 rpm. Os torques são de 22,4 kgfm no primeiro e 22,9 kgfm no segundo, ambos a 2.500 rpm.
Ele já era um motor bem esperto com bicos injetores e ficou melhor agora, tendo uma resposta mais agradável ao lado do câmbio automático GF6-3 de seis marchas e mudanças manuais por botão (ruim) e modo Low.
Pesando 1.265 kg, o Tracker RS 2026 agora tem mais disposição nas saídas e retomadas, com o 1.2 turbinado enchendo rapidamente e entregando o que se espera de um propulsor como esse.
Embora seja um meio-termo entre os 1.0 turbinados e os maiores de 1.3 para cima, ele cumpre bem seu papel, com ponteiro chegando a 6.000 rpm. Na cidade, anda bem a 1.500 rpm.
Com um ronco até agradável, mesmo sendo de três pistões, o 1.2 turbo é fundamental para o Tracker continuar sendo agradável de dirigir. Não que o 1.0 turbo não seja, mas sempre mais energia é melhor.
Indo de 0 a 100 km/h em 9,7 segundos e com 190 km/h de final, está dentro do esperado. Assim, rodando na estrada a 110 km/h, pouco acima dos 2.000 rpm, ele atende bem em conforto ao volante.
No consumo, a média na cidade com gasolina foi de 12,3 km/l, enquanto na estrada, a 80 km/h, fez 21,4 km/l, com 19,1 km/l a 100 km/h e 17,3 km/l a 120 km/h. Nada mal.
Já no dia a dia, o Tracker RS 2026 apresenta um bom comportamento, com direção mais agradável agora, ajustada, assim como freios que atendem bem, sem surpresas.
No caso da suspensão, ela está mais firme e adequada para pisos bons, mas não evita que vibrações entrem no habitáculo com certa intensidade em pisos ruins. Na estrada, curva bem e desvia sem sustos.
Por ainda ser um carro leve e com motor que exibe um bom torque em baixas rotações, o Tracker RS aproveita bem o conjunto para dar uma resposta adequada e uma leveza agradável na sensação a bordo.
Falta um pacote ADAS mais robusto, afinal, são R$ 190 mil cobrados por esta versão, que poderia entregar bem mais assistência ao condutor.
Pouco pelo preço
De fato, o Chevrolet Tracker RS 2026 deveria ter mais a oferecer em tecnologia, especialmente em segurança, como já mencionado.
Pecados mais simples, mas não menos importantes em conforto, também continuam a ser cometidos, inclusive não oferecendo ainda o estacionamento automático como na Premier.
Detalhes menores, como rebatimento de retrovisores, saídas extras de ar atrás, detalhes claros onde não devia, enfim, existem coisas a corrigir, mas é o que há na mesa agora.
No mercado, todavia, para o Tracker RS o mar não está para peixe. Basta olhar para o rival VW T-Cross Extreme 1.4 TSI por R$ 191.990.
Por aparência, o Hyundai Creta N-Line se apresenta por R$ 189.990, apesar de ser 1.0 Turbo, é bem mais equipado. Temos o Peugeot 2008 GT por R$ 173.990, enquanto o Fastback Abarth sai por R$ 177.990.
Nem é preciso citar outros para ver como o Tracker subiu demais no salto.
Trata-se de um bom carro, com espaço interno adequado, apesar do porta-malas menor que a concorrência, mas agrada ao dirigir e tem um visual bem agradável, que já era bom antes da mudança.
No entanto, nesta versão RS, o Chevrolet Tracker 2026 infelizmente não vale a pena e isso tem mais a ver com o preço do que pelo conjunto.
Chevrolet Tracker RS 2026 – Galeria de fotos
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