
O Ford Territory foi lançado no Brasil há cinco anos, em agosto de 2020. Ganhou uma segunda geração totalmente nova há cerca de dois anos, que foi bem recebida pelo mercado local, quadruplicando as vendas.
Das 13 mil unidades do Territory que rodam no Brasil, mais de 40% foram vendidos de 2024 para cá, sendo que mais de 80% dos seus clientes são novos na marca.
No ano passado, o utilitário esportivo médio importado da China – onde é produzido na fábrica da Jiangling Motor Corporation (JMC), na Província de Jiangxi – emplacou em média 469 unidades mensais no mercado brasileiro.
No primeiro trimestre de 2025, a média até cresceu para 559 unidades mensais, mas a partir de abril, as importações foram suspensas até o final dos estoques da linha 2025.
Como na China o ciclo de atualizações dos automóveis é mais curto que no restante do mundo, o modelo 2026 do SUV médio desembarca agora com uma remodelação de “meia vida”.
A estratégia é a mesma dos lançamentos recentes da marca: ganhou mais conteúdo, sem aumento de preço.
Para tentar seduzir os consumidores que habitualmente se concentram nos modelos líderes do segmento – o Toyota Corolla Cross e o Jeep Compass –, o Territory 2026 chega somente na versão topo de linha Titanium, pelo mesmo preço do modelo anterior: R$ 215 mil.
O objetivo da Ford com a estratégia é aumentar a competitividade do SUV.
“O Territory foi o produto da Ford que mais cresceu em 2024. Este ano, avançou mais 9%. Ele é atualmente o segundo modelo mais vendido da marca no Brasil, depois da Ranger, e a expectativa com a chegada da nova linha é crescer ainda mais”, avisa Dennis Rossini, gerente de Marketing da Ford.
O design do Territory exibe mudanças pontuais, mas notáveis. Ele parece maior. E, de fato, é 5,5 centímetros mais comprido – com o leve redesenho nos para-choques, agora tem 4,68 metros.
As demais dimensões permanecem inalteradas: 1,70 metro de altura, 1,93 metro de largura (com espelhos, 2,17 metros) e 2,72 metros de entre-eixos.
A nova frente está mais futurista, com elementos que realçam o estilo imponente característico dos SUVs da Ford. Faróis full-led em “L”, grade preta com detalhes cromados e para-choque e logo ovalado da marca norte-americana foram redesenhados.
As rodas esportivas de 19 polegadas com acabamento escuro e cromado e pneus 235/50, as maçanetas cromadas e o para-choque traseiro de linhas retas também são novos.
As opções de cores incluem as novas Cinza Dover, Azul Profundo e Verde Oásis (a do modelo testado), além das já conhecidas Branco Bariloche, Cinza Catar e Preto Toronto.
A cabine do novo Territory ficou mais tecnológica. Tanto o painel digital quanto a central multimídia, ambos de 12,3 polegadas, ganharam novos grafismos e softwares, ajustados especialmente para as preferências do consumidor brasileiro, com respostas rápidas e intuitivas.
Além de conexão sem fio com Android Auto e Apple CarPlay e novo sistema de áudio com efeito 3D, há carregador por indução, três portas USB-C, uma porta USB-A e tomada de 12V.
O Territory manteve o motor 1.5 EcoBoost a gasolina, que combina as tecnologias de turbo, injeção direta e comando variável para entregar potência de 169 cavalos a 5.500 rpm e torque de 25,5 kgfm de 1.500 a 3.500 rpm.
Trabalha junto com a transmissão automática de 7 velocidades com dupla embreagem banhada a óleo. Segundo a Ford, não há previsão de trazer a versão híbrida plug-in, disponível na China.
São quatro modos de condução – “Normal”, “Eco”, “Trilha” e “Esportivo” – e freio eletrônico auto-hold.
O sistema start-stop contribui para o consumo de 8,8 km/l na cidade e 11,2 km/l na estrada pelos dados do Inmetro e amplia a autonomia proporcionada pelo tanque de combustível de 60 litros.
O conjunto de suspensão, tipo MacPherson na dianteira e multilink na traseira, foi calibrado para as condições brasileiras.
“Diferentemente de outros veículos produzidos na China, o novo Territory foi desenvolvido com participação da engenharia da América do Sul”, explica Ariane Campos, supervisora de Engenharia da Ford América do Sul.
O SUV também é bem servido de recursos de segurança e assistência ao motorista, com frenagem autônoma de emergência, controle de cruzeiro adaptativo com stop&go, monitoramento de ponto cego com alerta de tráfego cruzado, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, assistente de permanência e centralização em faixa e seis airbags com detecção inteligente de ocupantes.
Conta ainda com câmera de 360 graus, assistentes de partida em rampa e de descida, controle de estabilidade e tração, monitoramento de pressão dos pneus e farol alto automático.
Experiência a bordo – Classe adicional
No habitáculo do Territory, há espaço de sobra para ombros e pernas de três adultos na segunda fileira, teto solar panorâmico e nível elevado de conforto. O túnel central é praticamente plano e facilita a vida de quem senta no meio do banco de trás.
Os bancos têm boa retenção lateral, com acabamento microperfurado e encostos de cabeça ergonômicos.
Além de ajustes elétricos em dez posições para o do motorista e quatro para o do passageiro da frente, contam com aquecimento e resfriamento.
A cor escura predominante, em Preto Dominó, é contrastada por faixas em tom ocre Marrom Manuka nas laterais dos bancos e nas portas, que contribuem para compor um ambiente acolhedor.
O teto solar panorâmico elétrico, que é de série, aumenta a percepção de amplitude a bordo. O porta-malas com capacidade de 448 litros, ou 1.422 litros com o banco traseiro rebatido, oferece a praticidade do acionamento elétrico sem as mãos.
Volante revestido em couro, luz ambiente de leds configurável em 26 cores e ar-condicionado digital de dupla zona com saídas para a segunda-fileira estão na lista de equipamentos.
O prático carregador sem fio para celular está no console. A central multimídia tem tela “touchscreen” de 12,3 polegadas, modos de exibição personalizados e conexão sem fio com Apple CarPlay e Android Auto.
O painel de instrumentos digital personalizável também tem 12,3 polegadas e está unido ao multimídia em uma moldura única, dando a impressão de formarem uma tela só.
Como é comum em modelos recentes, a opção de concentrar os comandos na tela do multimídia eventualmente atrapalha a utilização.
No Territory, quando o botão do controle da temperatura do ar-condicionado é apertado, o menu do ar-condicionado se sobrepõe ao que era mostrado na tela anteriormente, como os mapas do GPS – e tal interferência pode levar ao caminho errado.
Primeiras impressões – Opção pelo conforto
Itatiba/SP – O Territory 2026 evoluiu em design, conectividade e conforto. O motor 1.5 EcoBoost a gasolina continua a entregar 169 cavalos a 5.500 rpm e 25,5 kgfm de 1.500 a 3.500 rpm, mas recebeu recalibração para otimizar as respostas das acelerações.
É menos potente em comparação aos concorrentes que lideram as vendas do segmento: são 175 cavalos no Toyota Corolla Cross e 185 cavalos no Jeep Compass, ambos com etanol – o SUV da Ford só aceita gasolina.
No torque, o Territory fica abaixo dos 27,5 kgfm do Compass, porém, supera o Corolla Cross, que tem 21,3 kgfm. Embora não entregue acelerações arrebatadoras, o “powertrain” no Territory permite performances consistentes.
Esportividade não é mesmo o foco do SUV da Ford, mais direcionado para o conforto. A inexistência de borboletas para trocas em modo manual também não ajuda a rentabilizar melhor o propulsor.
No entanto, a força do conjunto basta para ultrapassagens seguras. De acordo com a Ford, a aceleração de zero a 100 km/h pode ser feita em 10,3 segundos, com a máxima limitada eletronicamente em 180 km/h.
A transmissão automática DCT de 7 velocidades, com dupla embreagem e banhada a óleo, mostra eficiência e faz as trocas com suavidade.
Os modos de direção “Normal”, “Eco”, “Trilha” e “Sport” ajudam a adequar as respostas do “powertrain” às diferentes demandas que surgem pelo caminho.
Apesar da existência do modo “Trilha”, arriscar no off-road não é tão recomendável, pois o Territory não tem opção 4×4 – a tração é dianteira. O silêncio a bordo impressiona e o conjunto suspensivo oferece boa absorção das imperfeições do piso.
A suspensão é macia e leva a carroceria a adernar nas curvas rápidas, mas sem gerar incômodos. Com ABS e distribuição eletrônica (EBD), os freios a disco nas quatro rodas (dianteiro ventilado e traseiro sólido) são eficazes – e contam com bom suporte dos pneus 235/50R19.
Ficha Técnica – Ford Territory Titanium
Motor: 1,5 litro turbo EcoBoost a gasolina, ciclo Otto, com 4 cilindros, 16 válvulas e injeção direta de combustível
Potência: 169 cavalos 5.500 rpm
Torque: 25,5 kgfm de 1.500 a 3.500 rpm
Transmissão: automática DCT (dupla embreagem banhada a óleo) de 7 velocidades
Tração: dianteira
Direção: elétrica (EPAS)
Carroceria: utilitário esportivo médio de 4 portas para 5 pessoas
Dimensões: 4,68 metros de comprimento, 1,70 metro de altura, 1,93 metro de largura (com espelhos, 2,17 metros) e 2,72 metros de entre-eixos
Peso: 1.630 quilos
Capacidade do porta-malas: 448 litros / 1.422 com o banco traseiro rebatido
Pneus: 235/50 R19
Capacidade do tanque de combustível: 60 litros
Preço: R$ 215 mil (não há opcionais)
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