Avaliação: Porsche Panamera 4 E-Hybrid entrega luxo e eficiência

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Ele é enorme, pesa como um SUV 4×4 e tem motor grande. Com essas características, este carro seria um candidato ao consumo exagerado do ano, mas não é bem isso que acontece.

E mais! Ele não só bebe pouco, como anda muito. Este é o Porsche Panamera 4 E-Hybrid.

O cupê quatro portas é a opção “mais em conta” do Panamera no Brasil e, acredite, não é a oferta de menor poder dentro da gama do bólido germânico.

Para termos uma ideia, o suprassumo da linha, o Panamera Turbo, custa mais que o dobro deste.

Mas, nem por isso o Panamera 4 E-Hybrid é assim tão singelo diante de seu irmão mais poderoso, apesar da enorme diferença de preço: R$ 529.000 contra R$ 1.230.000.

E quer saber? Para quem está na rua, não faz diferença nenhuma.

Tão grande e poderoso, esse Porsche híbrido marca o futuro que o fabricante de Zuffenhausen quer encontrar, o da energia elétrica.

É por causa desse recurso, que ele é muito mais econômico que a maioria dos carros, embora mantenha 100% do DNA que a marca possui.

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Por fora….

O Porsche Panamera 4 E-Hybrid não difere muito de seus irmãos mais puristas com motores V6 e V8, sendo um belo exemplo do design que marca o fabricante alemão.

Ele é dotado de linhas bem elegantes e fluidas, que remetem naturalmente ao clássico 911 e antecessores.

O mais impressionante é que, apesar do porte, ele não parece ter os 5,049 m de comprimento da ficha técnica. Mas, mesmo assim, é bem grande no visual, tendo uma carroceria bem larga e baixa.

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O conjunto ótico frontal full LED tem quatro LEDs diurnos e ainda existe um feixe de luz no para-choque, acima dos faróis de neblina.

Com capô pequeno, o Panamera ostenta o famoso logotipo da Porsche, mas sem alardeá-lo.

Com belas rodas esportivas aro 21 polegadas, o Panamera 4 E-Hybrid passa longe da descrição oficial, ostentando pneus 275/35 na frente e 315/30 na traseira. Não é exagero, devido à performance do carro.

Até um pouco sóbrio em alguns detalhes, o logotipo E-Hybrid é que parece querer chamar atenção demais para si. Seu tom amarelo é o mesmo das grandes pinças de freio.

Os retrovisores pretos são grandes e bem apoiados na carroceria, enquanto duas saídas de ar laterais dão um tom mais esportivo ao carro. O teto preto também é outro destaque.

Na traseira, o Panamera traz lanternas em LED horizontais e afiladas, criando um aspecto bem harmonioso com o conjunto, que discretamente esconde na tampa do bagageiro um aerofólio retrátil, acionado pelo PCM.

O para-choque com quatro bocas de escape dá uma ideia do que esse carro pode fazer…

Por dentro….

Se é difícil passar despercebido por fora, quando se entra no Porsche Panamera, dificilmente existe o desejo de sair.

Apesar de em essência ser um carro esportivo, o modelo cumpre bem a função de ser o mais sóbrio entre os modelos da marca, pois tem espaço de sobra e muito conforto.

O painel com cluster Porsche Advanced Cockpit não é para puristas, pois apesar dos cinco mostradores circulares, apenas o conta-giros centralizado é analógico.

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Os outros estão em duas telas digitais de 7 polegadas devidamente disfarçadas ou não, vide o mapa de navegação.

Nele diversas informações são fusionadas para dar ao condutor tudo o que acontece com o carro, mas nem tudo é fácil de entender de imediato, por isso requer um tempo de adaptação.

O PCM, que é a central de informações do Panamera, é mais intuitiva.

Nela podemos configurar o avançado navegador GPS, as mídias a bordo ou o próprio veículo, por exemplo, optando pelos modos de condução, altura da suspensão, ajuste de chassi, sistema de escape e aerofólio.

Climatização (frontal e traseira) podem ser ajustados no PCM, assim como câmeras, ajuste do conjunto híbrido, sistema de som, auxílio ao condutor, entre outros.

A tela tem 12,3 polegadas e é sensível ao toque. O mesmo se pode falar do console sobre o enorme túnel central.

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Este possui uma máscara em preto brilhante que é touchscreen, embora a base não seja fixa, articulando-se levemente ao toque.

Nela existem os comandos de climatização, híbrido, modos de condução e suspensão, entre outros.

O Panamera tem ar-condicionado com 4 zonas de temperatura e um display digital no banco traseiro, entre os assentos, tendo ainda comando de áudio, para que o dono possa se distrair, enquanto o motorista dirige.

O que chama atenção é o nível de automação, já que os difusores possuem aletas móveis externamente e também internamente, já que a direção ou o foco da ventilação é feita de modo automático.

Realmente um nível de sofisticação que está acima de muitos luxuosos.

O volante esportivo de fundo chato e detalhes em alumínio (incluindo os paddle shifts) impressiona, assim como o comando lateral dos modos de condução e o discreto, mas poderoso, botão do Sport Response, que acrescenta um overboost durante uns 20 segundos.

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A alavanca de câmbio é até discreta, enquanto os bancos esportivos com apoios de cabeça integrados ostentam o logo da Porsche em alto-relevo, assim como ajustes elétricos com mais memórias para o passageiro.

Os assentos possuem extensores elétricos também. Esqueça aquecimento ou ventilação. No topo do painel, relógio digital e um cronômetro analógico.

Colunas e teto são escurecidos e o teto solar panorâmico dá uma luz a mais no belo interior. Atrás, o espaço para as pernas é bom.

No porta-malas de 405 litros, um inconveniente: um enorme estepe fino fica jogado bem no meio do espaço, atrapalhando muito.

O porta-malas pode ser ampliado com o rebatimento dos bancos traseiros.

Por ruas e estradas….

É aqui que a brincadeira começa… O Porsche Panamera 4 E-Hybrid é um carro frugal, apesar de tudo parecer jogar contra.

Pesando 2.170 kg, não era para ser assim, mas o conjunto híbrido mostra como nem mesmo um peso excessivo atrapalha sua eficiência.

Esse Panamera 4 vem com motor V6 2.9 Biturbo com 330 cavalos a 5.250 rpm e 45,9 kgfm a 1.750 rpm, além de um elétrico de 136 cavalos e 40,6 kgfm.

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Juntos, eles produzem 462 cavalos e 71,4 kgfm. Isso é suficiente para o bólido decolar até 100 km/h em 4,6 segundos e atingir 278 km/h.

O conjunto híbrido ainda é composto por uma bateria de lítio de 14 kWh, que garante autonomia entre 25 e 51 km no modo elétrico.

Nesse caso, chegamos a 35 km de alcance, que aliás, pode ser sempre renovado com o motor no modo E-Charge ou nos Sport e Sport Plus.

Bom, para entender o Panamera 4 E-Hybrid vamos aos modos: E-Power, Hybrid Auto, E-Hold, E-Charge, Sport e Sport Plus.

O primeiro usa a energia em tempo integral e não importa que você esteja se arrastando a 50 km/h ou voando a 140 km/h.

A resposta do motor elétrico é impressionante para sua potência e torque, ainda mais se considerarmos o peso desse Porsche.

Nesse modo “Stealth”, ele passa despercebido, ou quase…

No Hybrid Auto é onde a condução normal ocorre, mesclando bem o uso do V6 2.9 e do energizado, alcançando rotações de 1.400 a 1.800 rpm.

Rodando a 110 km/h, nesse modo, o ponteiro marca 1.400, mas se tiver energia na bateria, ele estará no zero.

O E-Hold é mais para gerenciar o carregamento da bateria e o E-Charge é para usar o V6 como gerador em tempo integral.

Todos esses modos aproveitam bem a energia disponível, recuperando muito dela nas frenagens e desacelerações, que podem ser observadas junto ao conta-giros.

E o purismo?

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Sim, o Panamera 4 E-Hybrid dá sua cota de performance com os modos Sport e Sport Plus, que rapidamente enchem o ambiente do mais puro som de poder, elevando rapidamente o giro para 4.000 ou 5.000 rpm.

O V6 2.9 fica sempre cheio e mesmo com tração nas quatro rodas integral, embora com distribuição de força equilibrada, o Panamera 4 E-Hybrid garante o que a marca oferece, uma excelente condição para que se possa andar rápido e com segurança.

O impulso no modo Sport Plus é empolgante, ainda mais com o Response ativado temporariamente, extraindo tudo o que o conjunto oferece.

Sem na mão, o Panamera 4 E-Hybrid ainda ronca alto com o escape ativado, bem como gruda bem no chão com o aerofólio elevado.

Há um modo individual, onde se pode optar por configuração pessoal, que ainda inclui o ajuste da altura da suspensão (baixa, normal e alta) e do amortecimento: normal, Sport e Sport Plus.

Se preferir, as mudanças podem ser feitas manualmente na alavanca ou no volante, sempre com aquela troca suave e imperceptível do câmbio de dupla embreagem, nesse caso o PDK de oito velocidades.

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Essa caixa nem precisa de um modo Sport próprio.

Com posição de dirigir esportiva, conduzir o Panamera 4 E-Hybrid é muito prazeroso. Os comandos estão bem à mão e não há dificuldade em acionar as funcionalidades.

Apenas o controle de cruzeiro é pouco intuitivo, mas com ACC, dá um conforto a mais, embora não tenha alerta de faixa…

Isso é importante, pois o motorista se distrai facilmente com a profusão de informações no cluster e no PCM.

Além disso, o Porsche Panamera chama atenção pela quantidade extra de botões configuráveis, sendo dois no volante e três no teto. Você atribui a função que desejar a eles.

Com direção adaptativa bem leve em manobras e direta em condução, o Panamera 4 E-Hybrid garante uma excelente dirigibilidade em curvas, retas e desvios rápidos.

O conjunto é tão bem equilibrado, que nem parece que estamos conduzindo um carro de mais de 5 metros.

Além disso, a suspensão pneumática adaptativa chega a ir do ponto mais macio possível à dureza do Sport Plus.

No primeiro caso, chama atenção o conjunto, que podemos comparar ao de um SUV, com o carro balançando suavemente a cada junção de ponte, por exemplo.

Em ruas de piso ruim, mesmo com toda essa maciez, o conjunto com rodas tão grandes (275 na frente e 315 atrás) sofre um pouco com os desníveis e buracos, mas não há batida seca no interior.

No Sport ou Sport Plus, o Porsche fica bem firme no chão e sente qualquer irregularidade.

E no que chama mais atenção em tudo isso?

Sim, no consumo, estimamos em 12,5 km/l na estrada e 25,1 km/l na cidade, lembrando que em boa parte desses dois ambientes, o motor elétrico esteve em funcionamento pleno ou parcial.

A eficiência do Porsche Panamera 4 E-Hybrid vai variar de acordo com as escolhas do condutor e não tanto pelo modo de conduzir.

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Acredite, dificilmente vai fazer o nível de bateria encher rapidamente quando no Hybrid Auto.

Mas, basta ir de Sport ou Sport Plus para que a energia comece a fluir rapidamente para as células de lítio.

Para um uso diário, esse Panamera pode rodar sem botar nenhuma gota de gasolina Podium em seu enorme tanque de 80 litros.

Ele possui um carregador interno de 3,6 kW que pode ser plugado em uma tomada doméstica.

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Há também um carregador rápido doméstico, que tem 7,2 kW. Carregando-se durante a noite, pode-se rodar bem durante ida e volta do trabalho.

De modo geral, dirigir o Panamera 4 E-Hybrid é uma experiência muito diferente de outros carros, pois embora a ênfase seja o consumo baixo, o carro oferece uma performance invejável, convertendo-se em melhor de dois mundos.

Por você….

Porsche é Porsche.

Não dá para fazer uma comparação simples com carros esportivos das três marcas de luxo alemãs nesse mesmo nível de preço, ainda mais que estes possuem proposta bem mais purista, sem preocupação com a eficiência em consumo.

Obviamente que muitos donos de Panamera não vão ligar a mínima para o consumo.

Mas no caso do E-Hybrid, o foco é a eficiência e os donos terão à disposição um carro que realmente vai cumprir nesse quesito e contribuir para uma mudança de posição mais adiante, vide os Taycan e Taycan Sport Turismo.

Vale a pena não só por ser o “mais barato” da gama, mas também por oferecer uma performance muito boa, que é auxiliada pela energia do motor e baterias.

Isso tudo junto com um bom nível de luxo a bordo, onde quatro pessoas andam sem aperto ou desconforto.

Ok, o preço é mesmo elevado, mas para a realidade do Brasil e pela tecnologia empregada, o Porsche Panamera 4 E-Hybrid está em uma faixa de preço adequada.

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Basta compará-lo novamente com o Panamera Turbo, o que dá para comprar dois desse belíssimo híbrido e ainda sobrar uma boa grana.

Enfim, este Porsche é uma opção surreal, sem dúvida.

Medidas e números….

Ficha Técnica do Porsche Panamera 4 E-Hybrid 2018

Motor/Transmissão

Número de cilindros – 6 em V, turbo

Cilindrada – 2.894 cm³

Potência – 330 cv a 5.250 rpm (gasolina)

Torque – 45,9 kgfm a 1.750 rpm (gasolina)

Potência elétrico – 136 cv a 2.800 rpm

Torque elétrico – 40,6 kgm entre 100 e 2.300 rpm

Potência combinada – 462 cv

Torque combinado – 71,4 kgfm

Transmissão – Automatizada com dupla embreagem, oito marchas e trocas manuais na alavanca e no volante

Desempenho

Aceleração de 0 a 100 km/h – 4,6 segundos

Velocidade máxima – 278 km/h

Rotação a 110 km/h – 1.400 rpm

Consumo urbano – 25,1 km/litro (gasolina)

Consumo rodoviário – 12,5 km/litro (gasolina)

Suspensão/Direção

Dianteira – McPherson/Traseira – Multilink

Elétrica

Freios

Discos dianteiros e traseiros com ABS e EDB

Rodas/Pneus

Liga leve aro 21 com pneus 275/35 ZR21 na frente e 315/30 ZR21 atrás

Dimensões/Pesos/Capacidades

Comprimento – 5.049 mm

Largura – 1.937 mm (sem retrovisores)

Altura – 1.423 mm

Entre eixos – 2.950 mm

Peso em ordem de marcha – 2.170 kg

Tanque – 80 litros

Porta-malas – 405 litros

Preço: R$ 529.000

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X