Avaliação Peugeot 307 Feline: Bom desempenho, estabilidade e conforto

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Dizem que a primeira impressão é a que fica, então minha impressão sobre o Peugeot 307 Feline é a melhor possível. Bancos em couro de qualidade, painel bem resolvido com direito a disqueteira, apliques cromados no painel, pedaleiras esportivas e teto solar.

Posicionei-me no banco do motorista e logo identifiquei o visor do computador de bordo bem posicionado e os instrumentos de fundo branco com um toque de esportividade. Tudo isso em um carro cheio de mimos.

A um toque de botão os retrovisores rebatem eletricamente ou retornam à sua posição. Abro o teto solar elétrico e regulo os bancos e volante para o posicionamento perfeito. Em um carro com tantos predicados, confesso que senti falta de uma regulagem elétrica dos bancos.

Sem problemas, a regulagem é feita de forma suave e progressiva. O volante é regulável em altura e profundidade, logo, encontrar uma boa posição para dirigir o 307 não é difícil.

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Câmbio automático tiptronic posicionado em “D”, inicio a marcha. O acelerador não é arisco, logo não assusta em manobras quem não está acostumado às dimensões do carro, que lembra uma minivan em vários aspectos, devido à amplitude da cabine, à largura do carro e o formato meio monovolume da dianteira.

Por sinal, manobrar o carro não é uma tarefa muito fácil. O carro “engana” quanto às suas dimensões, ele é maior e mais largo do que parece e todo cuidado é pouco para não raspar a pintura. Com o banco “colado no chão” como é de minha preferência, saber aonde termina a frente do carro requer alguma prática.

Para trás, o sensor de estacionamento foi meu amigo, pois os retrovisores apesar de possuírem lateral convexa, são um pouco pequenos para o tamanho do carro.

Em um ponto mais escuro da garagem, os faróis acenderam automaticamente, agradável. Liguei o rádio e logo me acostumei com os controles do comando satélite localizado em uma haste ao lado direito do volante. Ao lado esquerdo, na mesma posição, encontram-se os comandos do cruise-control.

Já discorrer pelas funções do computador de bordo é tarefa para um botão simples na haste direita. Em um mundo que temos o volante multifuncional do C4 ou o volante multifuncional da VW com paddle-shift, fico até desanimado em deixar meus dedões com a única função de segurar o volante cru do 307.

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Sem problemas, volto a me animar quando baixo o apoio de braço individual posicionado ao lado do banco do motorista. O passageiro tem o seu e cabe a ele desfrutar dessa mordomia ou não. A posição do apoio é perfeita.

Somando a isso o alinhamento perfeito entre banco, pedais e volante além do fato de tudo na cabine ser alcançado com facilidade e ainda o delicioso teto solar, tenho uma coisa a dizer sobre o conforto do 307: é o meu número.

Mas ainda faltava algo. Era levar os 151cv alcoolizados do motor 2.0 16V Flex para um galope. Meu cenário de teste era a Serra de Petrópolis, distante alguns km do meu ponto de partida. Antes do paraíso, havia o purgatório composto por um roteiro de cidade e trânsito agressivo até lá.

Aliás, o purgatório acabou virando paraíso. A calibragem da suspensão é um pouco rígida, visto que a Peugeot levou a sério a proposta de esportividade do modelo. Como eu nunca me incomodei em chacoalhar nos bancos desde que o carro fosse deliciosamente estável, aquilo não era problema pra mim.

A direção é leve e direta, com isso locomover-se no trânsito é fácil, mesmo com as dimensões do carro. Fiquei impressionado como o carro ainda chama atenção por onde passa, ainda mais com o teto solar aberto, mesmo com todos esses anos que o 307 acumula em nosso mercado.

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E o câmbio? Bem, não sou fã de câmbios automáticos de 4 marchas, mesmo com a opção de trocas sequenciais. E eu já li algumas reclamações sobre esse câmbio da Peugeot, aonde certos donos de 307 relatam o fato do câmbio “matar” o carro.

Bem, no circuito urbano pude ver que o câmbio estava bem afinado, trocando as marchas com suavidade e sem me irritar. Sequer toquei na alavanca para comandar as trocas, deixei o câmbio escolher por mim. E em uma saída de sinal, dei uma acelerada mais forte e fui suavemente pressionado contra o banco, enquanto 307 partiu com dedicação avante.

Como a rua era curta, pude ver também que os freios são bem calibrados e o pedal tem uma modulação exemplar. Vale um cuidado especial com a frente do carro que é bem baixa e raspa sem cerimônia caso o motorista se descuide.

Nos engarrafamentos pude curtir o conforto dos bancos de couro, o excelente ar-condicionado digital de duas zonas, com comandos bem claros e intuitivos e também o silêncio a bordo. Quanto ao som, uma ressalva, a Peugeot podia ter investido melhor no sistema de som do carro.

Dá para ouvir uma música com qualidade, mas não chega nem perto do sistema de som original de um Polo, por exemplo. Há o que melhorar. E por falar em melhorias, cadê os air-bags laterais e de cortina?

Acho que as montadoras consideram nós brasileiros motoristas mais prudentes que os europeus, afinal, só eles estão sujeitos a uma capotagem ou um impacto lateral, nós não. Lamentável a falta desses itens em um carro que custa mais de R$ 65 mil.

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Mas quando eu e o 307 chegamos à estrada, sequer me lembrei da minha queixa contra a falta de mais equipamentos de segurança. A 100km/h o motor gira suave em quarta marcha, não há ruído de rolagem no asfalto e o motorista se sente quase alheio ao mundo exterior.

E a solidez do carro impressiona, basta um leve descuido com o acelerador e estamos a velocidades obscenas. Por isso, prefiro deixar o cruise control encarregado da velocidade. Mas basta um kick-down para o carro saltar à frente, fazendo o ponteiro do velocímetro se mover com pressa e decisão.

E mesmo quando a tranquilidade foi interrompida por um caminhoneiro que não sabe olhar no retrovisor antes de querer ultrapassar um semelhante, os quatro freios a disco com ABS mostraram que sabem como cumprir seu papel. A desaceleração é vigorosa e segura, tanto que minha companheira de testes sequer acordou do seu sono.

Antes de subir a serra, parei em um posto para beber uma água, e completar o tanque com álcool. Eu costumo saber que estou dirigindo um carro de categoria superior quando o frentista me trata por “doutor”.

Aliás, observando o 307 Feline de fora posso dizer que o carro é bonito. A Peugeot foi absolutamente feliz quando desenvolveu as linhas do carro que, mesmo com esses anos de exposição em nosso mercado, continua atual e agradável.

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Inicio a subida da serra de forma agressiva, passo o câmbio para a configuração manual e, apesar das 4 marchas, o câmbio conversa bem com o motor e ambos conversam bem comigo, permitindo um ritmo de atleta na subida da serra, graças ao 151cv puro sangue.

As curvas são feitas com primazia, os pneus e a suspensão bem calibrada trabalham para manter o carro sempre nas mãos do motorista, me impressionando a facilidade para manter a trajetória. A direção direta é uma delícia e a carroceria pouco inclina, mesmo nas curvas e frenagens mais fortes, trazendo um sorriso à minha face enquanto o percurso seguia.

Chegando ao topo, inicia-se a máxima do “tudo o que sobe, desce” e era a hora do prazer extremo. Pé no fundo na reta, subindo as marchas manualmente, motor girando alto e adrenalina escapando pelo teto solar.

Aproximando-me da curva, pisei no freio e toquei o tiptronic para reduzir duas marchas, mantendo o motor cheio. Pé no fundo novamente, marcha subindo, prazer e diversão em níveis estratosféricos. Por mais forte que se entre nas curvas, pouco os pneus cantam, mostrando o equilíbrio do carro.

Mesmo no limite extremo o carro não se mostrou inseguro, não chegando a assustar dois macacos que minha companheira jurou ver sobre a mureta da estrada. E os freios reagiram bem, sem demostrar fading algum, mesmo sendo exigidos ao extremo. Nota 10.

Com o fim da serra, eu e o 307 deixamos o cruise control dosar o ritmo da viagem em direção à civilização, em ritmo tranquilo. Minha companheira assumiu o volante na cidade e eu pude apreciar mais o conforto do carro, uma vez situado no banco do passageiro.

Quando chegamos, verifiquei os bancos traseiros e fiquei muito satisfeito com o espaço encontrado, seja para as pernas ou para a cabeça. E o porta-malas é bem grande para um hatch, tornando-o perfeito para uma viagem a dois.

Já o consumo é obsceno, foram 6,8km/l de álcool medidos no computador de bordo após os 230km que rodamos. Mas posso creditar esse valor na conta da diversão, responsável por manter o acelerador sempre no fim do curso.

Concluindo, o 307 Feline é um carro confortável, bem acabado, potente, estável e tem bom espaço. O consumo não é bom, mas caso o motorista mantenha-se contido nas acelerações, dá para reduzir a conta do posto.

No mais, o carro é feito para agradar e mimar seu motorista, fazendo valer o preço cobrado por ele e pela manutenção com fama de cara.

Seus concorrentes também possuem boas armas, mas acho que antes de decidir por um deles, deve-se considerar um test drive no 307. Definitivamente ele é o meu número.

Pontos Fortes: Desempenho, estabilidade, conforto

Pontos Fracos: Consumo, preço das peças, câmbio de 4 marchas

Texto de Marcelo Silva – www.direcaoassistida.com

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X