Os carros elétricos ainda são encarados por muita gente como coisa de outro mundo e, da mesma forma, como um produto aspiracional em termos de tecnologia, devendo assim serem diferentes.

Este não é o caso do Peugeot E-2008 2025.

O Peugeot E-2008 GT é importado da França, mas parece feito na região, onde o crossover é produzido em El Palomar, na Argentina.

Com preço de R$ 269.990, o SUV elétrico da Stellantis é quase R$ 100.000 mais caro que a versão GT convencional.

Atualizado como o modelo hermano, o E-2008 agora tem 156 cavalos ante os 136 anteriores, bem como adota um visual mais moderno e dispõe de um pacote melhor em relação ao 1.0 Turbo Flex.

Muito semelhante, mesmo com alguns mimos, vale a pena pagar mais por ele?

Índice

Parece nacional

O Peugeot E-2008 GT tem um visual semelhante ao do modelo regional, diferindo em detalhes como uma lente sobre as barras triplas de LED, enquanto as rodas de liga leve são 18 polegadas com pneus 215/55 R18, diferente do aro 17 da versão nacional.

Na traseira, somente um detalhe no acabamento do para-choque difere do modelo vendido com motor flex, tendo assim teto e colunas em preto, bem como logotipia GT e faróis full LED triplos.

As lanternas traseiras em LED são as mesmas, assim como o teto solar panorâmico, enquanto o interior do crossover tem ambiente similar, com acabamento em veludo e couro nos bancos como destaque.

O E-2008 conta ainda com bancos dianteiros aquecidos e massagem com ajuste elétrico para o motorista. O cluster digital 3D também está lá, assim como multimídia com Android Auto e CarPlay sem fio. Há também monitoramento em 360 graus e ar condicionado automático.

Familiar, o habitáculo conta ainda com luzes de LED customizáveis e volante multifuncional pequeno, com paddle shifts para alterar a eficiência energética, assim como outros comandos.

Um dos diferenciais do E-2008 é o console com botão de marchas no lugar da tradicional alavanca do modelo nacional, bem como modos de condução e freio de estacionamento eletrônico.

No compartimento com tampa do painel, um carregador indutivo com resfriamento.

O espaço interno é mediano, com pouco espaço para quem vai atrás, enquanto o bagageiro tem 374 litros, com prancha de nivelamento do assoalho, luz e compartimento para carregador elétrico.

Do fraco ao forte

O Peugeot E-2008 GT ganhou energia com as mudanças recentes, onde o propulsor elétrico pulou de 136 para 156 cavalos, enquanto o torque permaneceu em 26,5 kgfm.

Ele fica no cofre dianteiro e não há outro espaço além dos sistemas do propulsor, ligado direto às rodas por um diferencial de uma velocidade.

A bateria saltou de 50 para 54 kWh, que garante autonomia de 360 km, sendo 261 km no ciclo do Inmetro. Com este conjunto, o SUV da Peugeot vai de 0 a 100 km/h em 8,9 segundos com final limitada em 150 km/h.

O E-2008 tem três modos de condução, sendo que no Eco, o crossover tem um bom corte de energia, parecendo ter metade da potência, já que a reação ao acelerador é bem lenta. Com esse modo, o alcance chega a 380 km com bateria 100%.

No modo Normal, o E-2008 tem um bom desempenho, com respostas boas ao acelerador, garantindo saídas bem mais espertas no semáforo, além de permitir retomadas imediatas.

Essa opção deixa o SUV mais gostoso de dirigir e também lhe permite ter uma boa eficiência no consumo de energia. Tanto na cidade quanto na estrada, o SUV apresenta um bom desempenho.

Já no modo Sport, o E-2008 vira literalmente um esportivo, com aceleração forte e retomadas vigorosas, mantendo bom controle direcional e assim garantindo alguma emoção ao pisar forte no pedal.

No consumo de energia, o Peugeot E-2008 GT faz, na estrada, 4,4 km/kWh a 120 km/h, 5,9 km/kWh a 100 km/h e 7,2 km/kWh a 80 km/h. Na cidade, o consumo fica em 8,5 km/kWh.

A autonomia geral é boa e a recarga doméstica é condizente com a proposta, com pouco mais de 8 horas sendo suficiente para garantir um terço do alcance em tomada de 220V aterrada.

Em comportamento, o Peugeot E-2008 GT tem uma boa resposta da direção, sendo leve e precisa, com freios igualmente eficientes.

O SUV tem um modo Brake, que permite utilizar o freio-motor para poupar os discos e ajudar na regeneração de energia. A suspensão não é tão alta, mas não toca em lombadas.

O ajuste é firme, mas garante conforto na maioria dos pavimentos, garantindo ainda boa estabilidade em curvas, passando uma sensação agradável ao volante.

Já o pacote ADAS garante centralização na faixa e ajuste de velocidade e distância, tendo ainda reconhecimento de placas com ajuste de velocidade em um toque, bem como alerta de fadiga, ponto cego e farol alto automático.

Valor percebido

O Peugeot E-2008 GT tem uma boa proposta, oferecendo um pacote mais robusto que a versão GT do modelo flex, com coisas como Alcantara, banco com massagem e aquecimento, além de assentos elétricos.

Todavia, o elétrico da Stellantis tem um preço bem elevado que não justifica sua proposta, sendo quase R$ 100 mil mais caro que a versão topo de linha do modelo local.

Além disso, o produto, embora seja similar, não coloca em evidência sua proposta de carro elétrico por se assemelhar ao local.

Isso não é um demérito, em realidade, é até uma vantagem a longo prazo, por compartilhar peças e componentes que eventualmente são feitos na região, porém, exatamente por conta disso, deveria custar bem menos.

No mercado, seu maior rival é um francês, o Renault Megane E-Tech, que custa R$ 279.900. Outro é o BYD Yuan Plus, que custa R$ 235.800, enquanto o Volvo EX30 Plus custa R$ 280.950.

Se não fosse o preço, que poderia estar bem mais próximo dos R$ 173.990 do 2008 GT, o Peugeot E-2008 GT seria uma excelente opção de carro elétrico por ser similar a um modelo localizado, diferente dos rivais.