Ele foi aguardado com ansiedade por muita gente e chegou trazendo de volta uma sigla famosa dos anos 80 e 90. O Polo GTS vem para resgatar essa esportividade nos compactos.
Desenvolvido localmente pela Volkswagen, esse GTS do século 21 traz um estilo mesclando conservadorismo e performance, o que não agrada a todos, mas no seu caso, funciona.
Sem muitos adornos e com suspensão em altura padrão, o VW Polo GTS até parece uma personalização, mas seu comportamento e desempenho passam longe das demais versões.
Com motor 1.4 TSI de 150 cavalos e mesmo com um câmbio Tiptronic, o Polo GTS anda muito, como seria de se esperar, mas também se comporta bem no dia a dia.
Tudo isso a partir de R$ 100.490. Caro? Pois é, num mercado de preços tão distorcidos, o Polo GTS se situa no limiar dos carros compactos, já passando essa barreira psicológica e financeira.
Índice
Por fora…
Até certo ponto discreto, o Volkswagen Polo GTS chama atenção nas ruas por sua frente dotada de faróis com frisos vermelhos e assinatura em LED, assim como por sua grade “GTS”.
A “boca preta” no para-choque também se destaca. Outro ponto de atração são as rodas de liga leve aro 17 polegadas, com desenho que remete em estilo ao Jetta GLI.
Retrovisores pretos e badge GTS (que é bem pequeno), o Polo GTS passa longe do exibicionismo, especialmente se comparado ao clássico Gol GTS.
Na traseira, as lanternas em LED ficam solitárias com apenas a sigla GTS dominando a tampa. O escape duplo cromado é um alento. Nem teto ou defletor de ar preto para reforçar o estilo.
Por dentro…
No interior, o Polo GTS vem como manda o atual figurino da Volkswagen, que é direcionar a atenção do motorista e passageiro para as telas do painel.
Active Info Display com grafismos vermelhos se destaca de fato, tendo a mesma tonalidade vista no console do câmbio, difusores de ar laterais e costuras de volante e bancos.
A tela de 10,25 polegadas está em sintonia com a multimídia Discover Media com outra de 8 polegadas, tendo boa apresentação e Android Auto e CarPlay, além do esquecido MirrorLink.
Ela traz o monitor de desempenho, que ajuda mais a dar sensação de esportividade a bordo do que realmente ser útil numa condução esportiva. Uma das funções só funciona em circuito fechado.
O mesmo em relação ao ronco do motor, artificialmente reproduzido no habitáculo e ajustável em três níveis, de acordo com a proposta de condução (Eco, Normal e Sport).
Sem podar o isolamento acústico, a VW decidiu não mexer na estrutura básica do Polo, o que por um lado é bom.
Volante de boa pegada com paddle shifts necessários e bancos bem justos dão mais conforto ao condutor, que ainda terá uma alavanca de câmbio Tiptronic com opção manual se desejar.
O botão de partida no console e o ar condicionado automático (podia ser dual zone) também lembram que o Polo GTS é um carro mais completo, apesar de destoar no acabamento.
As portas dianteiras – assim como o painel – se fazem com plásticos duros que não escondem a aparência de baixo custo. Atrás, ainda pior, pois não há detalhes que reforcem sua posição.
Mesmo os bancos com revestimento “premium” apresentam a sigla GTS quase oculto sob um acabamento escurecido, apesar de o volante ostenta-la bem em sua base. Menos mal…
Num ambiente escurecido, como manda o figurino dos esportivos (com ótimas exceções), o Polo GTS tem bom conteúdo, mas faltou um teto solar para dar mais importância à missão.
Na parte de trás, difusores de ar e USB, além de um espaço mediano se comparado ao irmão Virtus GTS. Com sistema de som Beats, a sonoridade é ótima.
Tendo ele a bordo, parte dos 300 litros de espaço do porta-malas vão embora, mas ainda assim tem um volume aceitável, ainda mais para a proposta jovial desse Polo esportivo.
Por ruas e estradas…
Muita gente torceu o nariz, reclamou e desistiu de pegar o Polo GTS, mas não foi apenas pelo preço. Queixaram-se do câmbio Tiptronic.
Mesmo sem o purismo do Renault Sandero R.S., o esportivo da Volks seria assim tão ruim? A resposta é não.
O Polo GTS se beneficia de mais tecnologia embarcada e reproduz o panorama atual, o mesmo até em superesportivos.
A programação eletrônica, que também está (em menor nível, é claro) no hatch francês, se aplica em tempo integral.
Em troca de mudanças na alavanca e agilidade na embreagem, a programação aplicada ao GTS é semelhante àquela vista no GTI. Então, o Golf esportivo é ruim também? Não.
Com resposta plena do ótimo propulsor 1.4 TSI de 150 cavalos a partir de 5.000 rpm e torque de 25,5 kgfm entre 1.400 e 4.000 rpm, a coisa muda completamente a seu favor.
Fazendo jus ao passado, o motor do Polo GTS não precisa de muita explicação. É muito elástico e entrega a força necessária em qualquer tempo, respondendo da forma que se exige.
Isso pode ser na suavidade do modo Eco, na boa dosagem do Normal ou em prontidão do Sport, que nem precisa de um modo “+ ou Plus” para realmente dar aquilo que se imagina.
Na verdade, ele dispensa até a trilha sonora vinda de um sistema de som. A sensação de força é bem nítida e dispensa apresentações.
O câmbio automático Tiptronic de seis marchas não é ruim, mas obviamente não tem a mesma resposta de um DSG. De qualquer forma, nada substitui o prazer da alavanca e da embreagem.
A Volks poderia ter feito isso, seria fácil colocar um MQ curto a bordo do Polo GTS, mas isso também tiraria um dos alvos da marca, que são clientes que apreciam a tecnologia.
E essa tecnologia é exibida desde que se entra no carro, com aquelas telas e uma em especial, a que mostra os modos de condução e a opção Individual, onde se escolhe o que quer.
No Polo GTS, aliás, a programação é bem liberal. Prendeu as trocas no manual? Ele vai manter o que escolheu até o limite para corte, assim como mudará para baixo apenas no limiar do “estol”.
As respostas às mudanças manuais também são boas e não há sinais de marcha sustentada “fictícia”, como em alguns carros, onde câmbio e indicador de marchas se contradizem.
Com ponteiro subindo com vigor até 6.500 rpm, o VW Polo GTS corresponde bem ao esperado, mostrando a performance que todos querem ver.
Ainda assim, não dá para andar o tempo todo com pé embaixo e tocar o carro como se estivesse numa competição, como exigem alguns esportivos.
Dá para andar como se fosse um carro comum, até mesmo economizando combustível, algo impossível em certos produtos.
Trocas breves, giro baixo e aquele torque bom, se apresentam logo cedo e não é preciso ficar sustentando giro alto para que o carro embale, ele faz isso com folga, muita folga.
Na estrada, rodando docilmente, ele fica nos 2.000 rpm e permite fazer 15,4 km/l com gasolina no modo Normal, mas mesmo no Sport, não fica diferente.
Isso porque, se mantiver a velocidade, a programação joga a sexta e o ponteiro desce. São as respostas que mudam a coisa toda. Tocou, subiu, disparou.
Dentro da cidade, o Polo GTS deslancha bem, fazendo 11,6 km/l sem se arrastar para obter máxima economia. O modo Eco é bom, mas o Normal dá um resultado melhor.
Em rodovia, nem pense no mais frugal, ele só atrapalha e acaba bebendo até mais. Tudo isso aí, é claro, feito com gasolina. Não deu tempo de abastecer com etanol, infelizmente.
Com direção agradável e adaptável ao modo de condução, o Polo GTS tem bons freios (a disco nas quatro rodas) e uma dinâmica de condução ampliada com uma suspensão mais firme.
Não foi mudada apenas a calibração de molas e amortecedores, mas acrescida até barra estabilizadora exclusiva e eixo de torção traseiro com maior espessura.
Só a altura que passou de fininho ao piscar de olhos dos engenheiros…
Claro que não, a Volkswagen definiu de fato a manutenção da altura livre do solo para evitar as condições de rodagem no Brasil, segundo dizem.
Ficou alto, não raspa o fundo em lombadas e nem a frente nas rampas de garagem. Com curso maior, então, dá para ter um conforto maior em pisos alheios ao espírito do Polo GTS.
Contudo, por ser mais alto que o desejável (ele é até mais alto que o Polo MPI, por exemplo), acaba deslocando parte de seus 1.230 kg em curvas mais fechadas, inclinando um pouco mais.
Isso não traz uma sensação muito boa, visto que ele poderia fazer muito mais com alguns milímetros a menos na altura geral. Em alta velocidade, a tendência à flutuação seria menor.
De todo modo, o Polo GTS é um carro que agrada ao volante e não vai decepcionar em desempenho e mesmo em economia.
Por você…
O Polo GTS é uma proposta interessante num mercado que vê pouco esportivos com preços mais baixos. Diferindo de outros, traz conforto ao dirigir em tempo integral e economia.
Sem carros como o Peugeot 208 GT e sustentando ainda um Renault Sandero R.S, que realmente é a opção de entrada do mercado, não há mais a escolher até R$ 100 mil.
Existe uma boa diferença de tocada e desempenho entre o GTS e o R.S., os que sobraram. Contudo, a diferença de R$ 30.800 dá quase para comprar um Kwid Life ou uma boa moto.
Assim, o Polo GTS, por preço, não é uma boa proposta. Contudo, um esportivo não é uma compra racional, como um carro para a família. A emoção vem primeiro e isso faz a diferença.
Medidas e números…
Ficha Técnica do Volkswagen Polo GTS 1.4 TSI 2020
Motor/Transmissão
Número de cilindros – 4 em linha, turbo
Cilindrada – 1.395 cm³
Potência – 150 cv a 5.000 rpm (gasolina/etanol)
Torque – 25,5 kgfm a 1.400 rpm (gasolina/etanol)
Transmissão – Automática Tiptronic de seis marchas com trocas manuais na alavanca e volante
Desempenho
Aceleração de 0 a 100 km/h – 8,4 segundos
Velocidade máxima – 207 km/h
Rotação a 110 km/h – 2.000 rpm
Consumo urbano – 11,6 km/litro
Consumo rodoviário – 15,4 km/litro
Suspensão/Direção
Dianteira – McPherson/Traseira – Eixo de torção
Elétrica
Freios
Discos dianteiros e traseiros com ABS e EDB
Rodas/Pneus
Liga leve aro 17 com pneus 205/50 R17
Dimensões/Pesos/Capacidades
Comprimento – 4.068 mm
Largura – 1.751 mm (sem retrovisores)
Altura – 1.477 mm
Entre eixos – 2.564 mm
Peso em ordem de marcha – 1.230 kg
Tanque – 52 litros
Porta-malas – 300 litros
Preço: R$ 102.890 (versão avaliada)
Volkswagen Polo GTS 2020 – Galeria de fotos
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