
No disputado universo dos SUVs médios, a Renault resolveu ousar de verdade com o lançamento do Boreal Iconic.
Ela é uma versão que mira alto ao reunir tecnologia de ponta, interior sofisticado e uma presença visual marcante.
A estratégia da marca é clara: conquistar quem está de olho em modelos como Jeep Compass e Toyota Corolla Cross, mas quer algo diferente – e, de preferência, mais bem acabado.

Design moderno e chamativo
O design do Boreal é um dos seus principais trunfos, com traços que remetem aos modelos mais recentes da marca na Europa e presença que não passa despercebida.
Faróis afilados com assinatura em LED, capô musculoso, lanternas traseiras bem resolvidas e rodas de 19 polegadas ajudam a compor o visual imponente do SUV produzido no Paraná.
A plataforma RGMP, a mesma do Kardian, permitiu que o Boreal crescesse em dimensões e entregasse uma cabine com espaço generoso.
Com 4,56 metros de comprimento e entre-eixos de 2,70 m, ele supera os principais concorrentes nas medidas e, também, no porta-malas, que oferece 522 litros – volume que salta para 1.279 litros com o rebatimento dos bancos traseiros.

Acabamento de modelo mais caro
Dentro da cabine, o Boreal Iconic impressiona com acabamento digno de segmentos superiores, combinando materiais macios, revestimentos com toque sofisticado e até gravações a laser nos painéis.
O nível de refinamento é ainda mais perceptível nos bancos dianteiros, que oferecem ajustes elétricos, massagem e memória para o motorista – um mimo raro nessa faixa de preço.
Outro ponto que chama a atenção é o conjunto de telas digitais: tanto o quadro de instrumentos quanto a central multimídia têm 10 polegadas e trazem o sistema Google Automotive nativo, com integração direta ao Maps, assistente de voz e acesso à loja de apps.
O visual arrojado, com teto biton e iluminação ambiente com 48 cores, reforça o apelo moderno do SUV, especialmente nesta versão topo de linha.


Vários equipamentos interessantes e bom espaço interno
O pacote de equipamentos do Iconic é generoso: ar-condicionado digital de duas zonas, carregador por indução, som premium da Harman Kardon, câmera 360° com visão 3D, assistente de estacionamento semi-autônomo e sensores em todas as direções.
A lista de itens de segurança ativa é extensa e inclui nada menos que 24 assistências à condução (ADAS), como controle de cruzeiro adaptativo com função Stop&Go, frenagem automática em curvas, alerta de ponto cego com correção de trajetória e leitura de placas de velocidade.
Mesmo com tanto requinte, o Boreal não esquece da função básica de um SUV: transportar pessoas com conforto.


Na segunda fileira, há saídas de ar, duas portas USB tipo C e bom espaço para pernas, ombros e cabeça, graças ao assoalho plano e ao vão entre-eixos ampliado.
Em movimento, o SUV entrega comportamento que surpreende positivamente.
Apesar de manter um eixo de torção na traseira – algo que pode gerar críticas diante dos rivais com suspensão multilink –, o ajuste da suspensão privilegia firmeza e estabilidade sem sacrificar o conforto.
Nas curvas, o Boreal se mostra bem plantado e transmite segurança, com mínima rolagem da carroceria, mesmo em velocidades elevadas.


Motor nada impressionante, mas satisfatório
O conjunto mecânico é o conhecido 1.3 turbo TCe com injeção direta, que rende 163 cv com etanol e 27,5 kgfm de torque.
Acoplado ao câmbio automatizado de dupla embreagem banhada a óleo (EDC), o motor entrega respostas rápidas, especialmente se o motorista usar as aletas atrás do volante.
Mesmo sem números impressionantes na ficha técnica, o desempenho é bastante satisfatório: o zero a 100 km/h acontece em 9,5 segundos com etanol, e as retomadas são ágeis.

A transmissão contribui bastante para essa agilidade, com trocas suaves e sem trancos.
A direção elétrica é leve em manobras e firme em alta velocidade, mantendo o Boreal estável e previsível em qualquer situação.
Os modos de condução ajudam a adaptar o comportamento do carro ao gosto do motorista, com opções como Eco, Comfort, Sport, Personalizado e Smart – este último ajusta automaticamente o modo conforme o estilo de direção.

Consumo
Nos testes de consumo, os resultados não foram muito animadores, devido ao carro do teste estar com apenas 700 quilômetros rodados.
Ficamos em uma média de apenas 7,5 km/l com gasolina na cidade, mas em testes de outros veículos de imprensa, os números foram bem melhores, coisa de 10 a 11 km/l.
No uso urbano, o sistema Start-Stop contribui para a economia e redução de emissões, desligando o motor em paradas rápidas.

Os pontos negativos
Mesmo com tantos atributos, o Boreal não escapa de algumas críticas.
O massageador dos bancos, por exemplo, poderia ter mais níveis de intensidade e área de atuação, e o ajuste lombar poderia ser mais preciso.
A qualidade da imagem da câmera 360°, embora funcional, fica abaixo do esperado para um carro tão tecnológico.
Outro ponto que pode gerar debate é a ausência de suspensão traseira independente, o que, para alguns consumidores mais exigentes, pode pesar na comparação com rivais como o Compass.

Mas, na prática, o comportamento dinâmico do Boreal consegue compensar essa escolha técnica.
Por fim, o Renault Boreal Iconic mostra que a marca francesa está disposta a brigar de igual para igual com os principais nomes do segmento.
O modelo alia estilo marcante, acabamento refinado, bom desempenho e uma extensa lista de equipamentos de série.
Se o público brasileiro vai dar uma nova chance à Renault no segmento médio, ainda é cedo para dizer.
Mas, pelo que mostrou em nossos testes, o Boreal tem todas as credenciais para se tornar um dos melhores SUVs da categoria.
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