O Boreal já está aí, mas a Renault mantém seu SUV compacto de sempre, o Duster, atualizado para a linha 2026 no começo do ano, com um motor reajustado para atuar no Proconve L8, ou seja, mais fraco.
Já sentindo o peso da idade, o Duster pede uma nova geração, como a vendida na Turquia e na Colômbia, para voltar a atrair a atenção. Mas, mesmo com um motor mais fraco, o SUV da Renault ainda é interessante, porém, não por R$ 174.390.
Com até 163 cavalos em seu motor Horse HR13, o Renault Duster 2026, na versão Iconic Plus, se ajusta para continuar seu caminho com um CVT de 8 marchas simuladas.
Tendo recebido alguns ajustes, o SUV de origem romena já está nas últimas se não mudar. Boreal substituto?
Visual não empolga mais
O Duster recebeu, ao longo da segunda geração, mudanças visuais importantes para ressaltar a produção de robustez e fora de estrada do produto, mas suas linhas simples já não empolgam.
A frente com o apêndice dos faróis altos auxiliares já tem muitos anos, mas os faróis full LED dão um ar mais moderno ao velho Duster, com detalhes como logo laranja Iconic em destaque.
Elementos estilísticos e lanternas parcialmente em LED ajudam a compor a proposta, assim como as barras no teto e a suspensão elevada, com rodas de liga leve aro 17 polegadas com pneus 215/60 R17.
O SUV da Renault mantém um interior simples, conforme seu projeto de baixo custo, com cluster analógico denunciado sua idade. Já a multimídia oferece Android Auto e CarPlay, ambos sem fio.
Um slot para carregamento indutivo de smartphone se apresenta em boa posição, com comandos digitais para o ar condicionado e bancos com acabamento em couro, apresentando bom aspecto.
Com pouco acabamento em tecido e muitos plásticos, o ambiente não surpreende, assim como o espaço interno, que já criticamos várias vezes, dado o tamanho e volume do Duster. O apoio de braço central na frente ajuda.
Isso é por conta do posicionamento do banco traseiro, empurrado para frente para o porta-malas ter 475 litros, o que é desnecessário, já que compromete o conforto em detrimento do espaço para malas…
Mais fraco, mas ainda bom
O Duster 2026 só tem motor turbinado na versão Iconic Plus, sendo esse motor agora nacional, feito pela Horse no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais, no Paraná.
O HR13 é o mesmo de antes, conhecido como M282 (grafado no cabeçote) na Mercedes-Benz e H5Ht na Renault, mas foi atualizado para atender ao Proconve L8, tendo potência reduzida nos dois combustíveis.
Esse motor de quatro cilindros e 1.332 cm² conta com injeção direta de combustível e turbocompressor com intercooler, entregando, no etanol, 163 cavalos e 27,5 kgfm.
Já com gasolina, são 156 cavalos e 25,5 kgfm, obtidos a 5.500 rpm e 1.600 rpm, respectivamente. O câmbio é o CVT Xtronic da Nissan com simulação de oito marchas.
Isso foi um meio da Renault baixar o consumo e assim a emissão de CO₂. A ideia foi boa, já que o Duster Turbo funciona em uma rotação baixa sem exigir giros altos em acelerações brandas ao pedal.
O modo Eco corta bem a força, enquanto o modo manual do câmbio ajuda um pouco a extrair mais do propulsor turbinado.
Com boa força em baixa rotação, o HR13 responde bem ao acelerador, mesmo com o CVT sendo bem longo para focar no consumo, porém, ele enche rápido e oferece a resposta que se espera.
Na cidade, ele usa seu torque para oferecer conforto, com giro na casa dos 1.500 rpm, garantindo também rápidas saídas com algo acima de 2.500 rpm.
Com boas retomadas, o Duster Turbo 2026 também faz ultrapassagens tranquilas na estrada, onde o propulsor gira bem em subidas de serra. Em cruzeiro, a 110 km/h, fica a 1.600 rpm.
Indo de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos, o Duster Turbo 2026 alcança 180 km/h. O consumo na cidade é bom, fazendo 12,1 km/l, enquanto na estrada, ele faz 20,1 km/l a 80 km/h, 19,3 km/l em 100 km/h e 18,2 km/l a 120 km/h.
Tendo boas respostas do motor, o Duster Turbo 2026 oferece direção elétrica responsiva em condução, embora um pouco pesada em manobras, lembrando a antiga eletro-hidráulica.
Os freios são adequados para sua proposta, mas a suspensão alta é uma vantagem para o SUVC da Renault, que não teme lombadas altas, valetas enormes e buracos que parecem engolir um carro.
A altura livre do solo de 237 mm é uma boa característica do Duster e o ajuste da suspensão, com certo nível de maciez. Ela filtra bem algumas irregularidades, embora internamente, somente a tampa interna do bagageiro faça vibre.
Com bom curso, a suspensão passa bem por ruas de pavimento ruim, paralelepípedos e bloquetes, sendo ideal para lugares com deficiência em asfalto. Assim, o Duster mostra que continua bom em seu propósito original.
Tendo boa estabilidade em curvas e relativo conforto ao dirigir, o Duster Turbo 2026 dispõe ainda de alguns itens de pacote ADAS, com alerta de ponto cego e câmera com quatro visões, ajudando muito em manobras.
Deveria ser mais barato
O mercado nacional tem concorrentes demais e com os chineses atuando forte, por isso, pelo preço oferecido, o Duster Turbo 2026 não tem muita chance diante de rivais que chegam a ser híbridos e elétricos.
A adição do motor turbo ajudou o SUV, mas ele é muito caro por sua proposta, exceto se alguém desejar um veículo já provado e robusto para atuar em vias de terra ou fora de estrada leve.
O pacote de equipamentos é mediano e as câmeras em todos os lados são o melhor que ele tem a oferecer em conteúdo.
Assim, o Duster pede uma nova geração e maior atenção, embora o propulsor mais possante possa ser argumento de vendas para quem quer uma combinação melhor de força e consumo.
Infelizmente, a Renault não seguiu a filial turca e substituiu o modelo, mas quem sabe não o faça (não há planos conhecidos) após a chegada do Boreal, sendo um SUV médio, maior e mais espaçoso que o Duster.
Nem é preciso citar os rivais, já que é sabido que existem vários no mercado com preços e recursos melhores. Pelo menos em termos de mecânica e robustez, o Duster ainda tem algo a oferecer.
Renault Duster 2026 – Galeria de fotos
Quer receber todas as nossas notícias em tempo real?
Acesse nossos exclusivos: Canal do Whatsapp e Canal do Telegram!