O Renault Kardian Evolution é a boa da vez do fabricante francês e quer seu lugar de protagonismo no cenário automotivo nacional, buscando mesmo os mais entusiastas para isso. Nesse caso, estamos falando da versão manual.
Ela não é somente a versão de entrada, mas oferece aquilo que muita gente queria ver num carro turbinado, o câmbio manual.
Ainda que existam opções no mercado, elas são poucas e não possuem a resposta deste francês feito no Paraná.
Com até 125 cavalos e seis marchas para dominá-los, o Kardian manual é um carro pequeno e leve, que tende a sobrar no quesito desempenho, ainda que falte em outros aspectos.
Agora mais caro, a partir de R$ 112.690, a versão Evolution é um bom indicativo de que a Renault não deve parar por aí…
Mas, enquanto o que queremos não chega, o Kardian manual de entrada já é um alento.
Levemente esportivo
O Kardian tem um visual levemente esportivo, focando em seu apelo jovial para conquistar com uma cara mais expressiva com um conjunto ótico apoiado em luzes de condução diurna chamativas.
A grade em estilo Nouvel R agrada e o logotipo atualizado da Renault indica um novo caminho para a marca, que imprimiu ainda sua visão nas lanternas traseiras de múltiplas lentes em “C”.
Com formato equilibrado, o Kardian destaca ainda as rodas aro 16 “Ilha Bela” com pneus 205/60, que ajudam a levantar a altura do carro.
Ele tem no teto barras longitudinais estilizadas que podem ser colocadas em posição transversal com o uso de uma chave específica.
Dentro, o ambiente é simples, com forte influência da romena Dacia e com detalhes que podem melhorar, especialmente nas guarnições e console central, que ficam abaixo do visto no rival Fiat Pulse, por exemplo.
O aplique em preto no painel tenta atenuar o acabamento simplificado, reforçado pelo desenho das portas, com pouquíssimo tecido.
O cluster digital de 7 polegadas parece complicado de início, mas depois que se acostuma, fica fácil entendê-lo. No caso do volante, ele tem bom aspecto e simplifica o piloto automático, mas a mídia continua na velha haste na coluna de direção.
Já a multimídia de 8 polegadas R Link é descomplicada, intuitiva e com projeção para Android Auto e CarPlay, ambos sem fio, além da câmera de ré.
Com dimensões reduzidas em relação ao atual Dacia Sandero, o Kardian mostra sua proposta com bancos dianteiros volumosos e confortáveis, mas atrás, o espaço para três é reduzido.
A sensação de falta de espaço, não só para as pernas de quem vai atrás, mas pelo volume ocupado pelos assentos, que seriam mais atrativos no Duster, por exemplo, não agrada.
Como é um Renault, o porta-malas de 410 litros está na proposta da marca, que foca sempre nesse item, muitas vezes em detrimento de quem vai atrás. O banco bipartido ajuda muito nessa causa.
Anda com folga
O motor HR10 1.0 TCe de três cilindros da Renault é um propulsor com grande potencial na marca francesa e aqui ele se apresenta com números e funcionamento para deixar alguns rivais atrás.
Com 999 cm³, turbocompressor com intercooler e injeção direta de combustível flex, o HR10 entrega 120 cavalos na gasolina e 125 cavalos no etanol, ambos a 5.000 rpm.
Os torques são de 20,4 kgfm no primeiro e ótimos 22,4 kgfm no segundo, obtidos a 2.250 rpm. Apesar de ser mais alto que a média, a força se apresenta em boa parte na faixa dos 1.500 rpm.
Com uma caixa manual de seis marchas bem escalonada, o Kardian manual tem ainda uma embreagem de acionamento hidráulico muito macia, tornando a experiência prazerosa.
Bem elástico, o HR10 permite ótimas saídas com uma resposta boa do câmbio, justo e preciso, embora não de fato esportivo. Mesmo assim, se sente a força desse motor em saídas mais comedidas.
O Kardian manual pode ser bem explorado com o giro subindo rápido até pouco acima dos 6.000 rpm, quando acontece o corte.
Por ter 1.163 kg e responder rapidamente ao acelerador, o SUV compacto da Renault arranca bem, porém, as marchas mais altas são longas.
Assim, se consegue um giro na casa dos 2.000 rpm a 110 km/h na estrada, onde as ultrapassagens são feitas com tranquilidade e sem esgoelar o motor.
As retomadas também são boas e o Kardian sobra em desempenho, graças ao propulsor que tem força mais que suficiente tanto na gasolina quanto no etanol.
No consumo, o Kardian manual com etanol fez 9,9 km/l na cidade, o que está de bom tamanho, assim como 13,3 km/l a 80 km/h, 12,1 km/l a 100 km/h e 11,3 km/l a 120 km/h.
O Kardian manual tem uma boa posição de condução, com direção elétrica eficiente em movimento, mas um tanto pesada em manobras, lembrando a antiga eletro-hidráulica da Renault.
Com bons ajustes de banco e assento, alguém grande pode se servir, porém, como ele é pequeno, tendo menos de 4,12 m, a coluna B atrapalha a entrada e a saída.
Sente ainda a falta de um apoio de braço, especialmente por ter piloto automático e um motor que não pede marcha em certos aclives.
Com freios satisfatórios, o Kardian manual conta com uma suspensão com boa altura, que encara bem a buraqueira desse país, assim como apresenta um comportamento aceitável em desvios de direção e curvas fechadas.
Bem-adaptado às condições brasileiras, o Kardian, que de fato surgiu aqui, responde bem ao que se espera dele em desempenho, apresentando a força de um motor 2.0 das antigas e o consumo de um 1.0 litro.
Na medida do possível
O Renault Kardian Evolution com câmbio manual tem uma boa proposta e um conteúdo condizente com a proposta, porém, o aumento de preço de mais de R$ 6.000 dificulta as coisas.
Em relação ao automático de dupla embreagem, ele perde ainda freio de estacionamento eletrônico, mas entrega a boa sensação de mudanças manuais e com a resposta conforme a vontade do condutor.
O pacote peca por não ter apoio de braço do motorista e seu espaço interno, assim como o acabamento, continuam a depor contra a proposta, mas mesmo assim, o Renault Kardian manual é uma opção interessante por ser única no mercado.
Renault Kardian Evolution Manual 2025 – Galeria de fotos
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