Ele é referência no mercado de carros eletrificados e agora está atualizado para atravessar seu período de meia-vida, mantendo ainda as versões a combustão.
O Toyota Corolla Cross 2025 recebeu alterações importantes que deixaram o SUV da marca japonesa mais moderno e atraente, mas a velocidade das mudanças do mercado é maior que o relógio deste produto, que ainda assim continua bem-aceito e, como já dito, servindo de espelho para novos players.
Na versão XRX, o Corolla Cross 2025 chegou para a Avaliação NA com seu conteúdo máximo, mas são as mudanças que ficam em evidência, como a frente retrabalhada com novos faróis, grade e para-choque.
Ele ganhou também retoques na traseira e também com alterações boas, como freio de estacionamento eletrônico e digitalização atualizada, num ambiente com acabamento melhorado.
Com tudo isso e mais, o SUV da Toyota cobra pela marca e pelo nome: R$ 210.990.
É um preço realmente alto se considerarmos o mercado atual, com players que usam tecnologia mais moderna que o clássico HSD da Toyota, que reúne no Corolla Cross Hybrid um adicional que ninguém tem, sendo esse o sistema flex, com até 123 cavalos com etanol.
O modelo tem bom consumo de combustível, mas tem um detalhe ruim, que deixa o motorista como passageiro em seu próprio carro…
Mais sofisticado visualmente
O Toyota Corolla Cross 2025 tem um visual mais moderno, com os faróis full LED com luzes diurnas maiores, dá um ar mais sofisticado ao SUV, que trocou a grade preta volumosa por uma grelha fusionada com a carroceria.
Um detalhe que chama atenção é a barra malhada sobre essa grade, que aparenta ser uma lente integrada às luzes diurnas, mas não é.
Já o para-choque envolvente e parrudo ostenta diminutos faróis de neblina em LED, enquanto as entradas de ar nas laterais são falsas, porém, não totalmente, porque existem abas que direcionam o ar internamente para as rodas.
Nas laterais do Corolla Cross XRX, as rodas de liga leve aro 18 polegadas apresentam bom acabamento e visual, tendo pneus 225/50 R18. Um detalhe importante é a sigla “HEV”, um claro indicativo de que o modelo terá versão “PHEV” adiante para deter os chineses.
Com aplique metalizado com o nome do carro nas colunas C, barras no teto e teto solar padrão, a XRX é atraente, tendo ainda as lanternas grandes em LED atualizadas, com defletor de ar na tampa do bagageiro de acionamento elétrico e um para-choque volumoso sem a “marmita”.
Dentro, o ambiente do Toyota Corolla Cross Hybrid XRX 2025 é mais vistoso com as mudanças nos revestimentos e materiais.
O visual geral mescla tons de preto e bege, sendo esta última cor nos assentos, apoios de braço e console, com apliques em preto nos detalhes e prata em frisos do painel. Os bancos possuem revestimento em couro e o assento do motorista tem ajustes elétricos.
Nas soleiras, além do nome do modelo, agora existem barras de LED de cor azul e luzes de cortesia internas, que bem poderiam existir nas portas traseiras também.
Aliás, sentimos falta da luz presencial de aproximação como do Corolla no lado de fora. Quem vai atrás tem bom espaço e conforto, com apoio de braço central e saídas de ar.
Já na frente, o painel adiciona cluster digital com tela de 12,3 polegadas e configurável, exibindo um belo layout nos modos de condução (Eco, Normal e Sport), porém, é pouco intuito e chega a ser chato de manusear.
A multimídia é o inverso, sendo igualmente atualizada, acha-se fácil as funções desejadas, tendo integração inicialmente complexa com Android Auto sem cabo, mas depois acertou-se com o smartphone.
Aliás, o Corolla Cross 2025 apresenta um carregador indutivo de smartphone que ajuda bastante, assim como o tão esperado freio de estacionamento eletrônico com a função Auto Hold, porém, esta é de resposta abrupta, não sendo confortável de usar, mas pelo menos funciona.
O sistema de som é bom e o ar condicionado dual zone também, com função Eco.
Já o porta-malas de bons 440 litros e conta ainda uma tampa do bagageiro com acionamento elétrico, tanto internamente quanto pela chave ou sensor de presença sob o para-choque. Em resumo, o Corolla Cross 2025 melhorou tanto por fora quanto por dentro.
Consumo bom, informação ruim
Já havíamos verificado isso em uma viagem anterior com o Toyota Corolla Cross, antes da atualização, mas desta vez a coisa piorou um pouco.
Mas, antes de falarmos disso, vamos para o desempenho do SUV médio da marca japonesa, que na linha 2025, manteve o conjunto motriz na configuração HEV ou híbrido convencional, mas com tecnologia flex.
Com o motor 1.8 de quatro cilindros e 16V de sempre, com ciclo Atkinson e injeção indireta flex, sendo tecnicamente o antigo propulsor 1.8 do Corolla, o Corolla Cross Hybrid entrega 98 cavalos na gasolina e 101 cavalos no etanol, ambos a 5.200 rpm, além de 14,5 kgfm a 3.600 rpm nos dois combustíveis.
Na caixa de transmissão CVT transaxle, que usa uma engrenagem sem fim, os motores elétricos MG1 e MG2 entregam 72 cavalos e 16,6 kgfm.
Assim, combinadamente, o Corolla Cross Hybrid entrega 122 cavalos e sua bateria de níquel-hidreto metálico, tem 1,3 kWh, fornecendo pouca autonomia no modo EV.
Com três modos de condução, o Corolla Cross Hybrid usa o motor elétrico na maior parte do tempo, reduzindo bastante o esforço do 1.8 e garantindo deslocamentos quase que totalmente elétricos em baixa velocidade.
Basta uma pisada em pouquinho mais forte para o 1.8 acordar e fazer parte do trabalho. Se a bateria estiver totalmente carregada, o que se consegue raramente na cidade, o modo EV funciona por mais tempo.
No trabalho do sistema HSD (Hybrid System Drive) da Toyota, o motor a combustão pode mesmo tracionar o carro unicamente, sem ajuda do motor elétrico duplo.
Tudo depende das condições de rodagem e do modo de condução escolhido: Eco, Normal e Sport. Para uso urbano, o Corolla Cross Hybrid sobra, tendo boa força em baixa devido ao uso de energia.
Como a função do híbrido é ser mais eficiente na cidade, você verá que o Corolla Cross Hybrid está em casa entre ruas e avenidas.
Tendo agilidade e boa aceleração no trânsito, o SUV da Toyota é bem gostoso de dirigir no meio urbano, onde tem respostas imediatas e um bom trabalho entre combustão e energia, com transição suave.
O modo Eco atenua a força do conjunto HSD, mas mesmo ele, permite boa retomada e aceleração se for exigido. No modo Normal, o Corolla Cross Hybrid fica mais solto e ágil, deixando uma boa impressão e garantindo conforto ao dirigir.
Já o modo Sport na cidade não parece interessante, ainda mais que se exige mais do motor e a proposta de um híbrido como esse não é ser esportivo.
Para desempenho, a melhor opção é a versão 2.0 de até 175 cavalos.
Num híbrido, o que você menos quer ouvir é o motor a combustão por muito tempo e isso fica impossível na estrada, onde o 1.8 só sai de cena em desacelerações ou acelerações leves, mas sempre dependendo da topografia.
Menos eficiente nesse ambiente, o Corolla Cross Hybrid exigirá maior tempo na faixa Power do medidor de eficiência no painel. O idem para melhor consumo é estar na faixa Eco.
Ainda assim, é possível manter uma velocidade de cruzeiro por bom tempo nessa faixa e obter boa economia. Deve-se lembrar que mais tempo de uso do motor, significa menor tempo de recarga da bateria.
Numa descida de serra ou longos declives, a bateria fica 100% cheia muito rapidamente. Ela ajudará a reduzir o consumo, mas a energia vai embora rápido, dado que a bateria só tem 1,3 kWh.
Nas ultrapassagens, o ponteiro virtual vai para metade do nível Power, ainda mais no modo Normal. Já no Sport é a maioria do tempo nesse modo.
O SUV ganha disposição para aceleração nesse modo, mas os 122 cavalos ficam evidentes ao se chegar no nível máximo e perceber que poderia ter uma reserva, o que não tem. Oficialmente ele vai de 0 a 100 km/h em 13 segundos, com final de 170 km/h. Como já dito, é um carro para cidade.
Já que estamos falando nisso, no meio urbano, o consumo não foi lá essas coisas, com média de 13,1 km/l com bom nível de bateria. Com nível baixo, o consumo ficou em 9,1 km/l.
Isso porque ele estava abastecido com etanol e mantivemos a coisa assim. Na estrada, a 80 km/h, o consumo ficou em 12,7 km/l, caindo para 11,5 km/l aos 100 km/h e 10,2 km/l a 120 km/h. Números pouco expressivos? Usando etanol, só se fizer mágica.
Falando em prestidigitação, tal como verificamos anteriormente, viajar com o Corolla Cross Hybrid usando etanol não é a melhor experiência que você terá. O nível de combustível varia conforme a “vontade” do carro e não ao consumo real.
Essa falta de clareza nas informações faz com que você simplesmente veja seu tanque de 47 litros se esvaziar mais rapidamente que o esperado e “zerar” logo após sua autonomia cair abruptamente de 120 km para 40 km e então vazio.
Com autonomia e nível de combustível variando tanto, simplesmente não dá para confiar nele.
O impressionante é que após “zerar” num trecho onde não há postos de combustíveis por muito quilômetros ainda, o motor continua a funcionar e carregando a bateria. Em resumo, combustível existe, mas o carro diz que não…
Então, a recomendação é, se for viajar, mantenha sempre o tanque cheio no Corolla Cross Hybrid, mesmo antes dele chegar à metade. Só assim você não será tomará sustos após o nível e a autonomia caírem bruscamente após uma serra ou trecho sinuoso.
Assim como verificamos recentemente na S10 e Trailblazer, que usam recursos parecidos, porém, bem menos assustadores negativamente, ficar variando alcance e, principalmente, nível de combustível não é nada legal.
Afinal, como um carro parado num semáforo tem sua autonomia ampliada no lugar de diminuir ou permanecer a mesma? Pior é ver o nível de combustível fazer o mesmo… Não se gera combustível no carro, se gasta.
Bom, em relação à dirigibilidade, o Toyota Corolla Cross Hybrid 2025 tem uma boa pegada, com direção bem responsiva e freios adequados para sua proposta.
Com suspensão bem equilibrada, mas focada no conforto, o SUV da marca japonesa filtra bem as irregularidades e alguns buracos, mas seu terreno é mesmo pavimentado.
Com pouca inclinação em curvas, tem a proposta de um Toyota, sendo naturalmente mais focada na suavidade, passando segurança, mas sem uma proposta de performance.
O que ajuda bastante também é o pacote de assistência ao condutor, onde o controle de cruzeiro adaptativo é um recurso importante, assim como o assistente de faixa com correção e alerta, reduzindo a velocidade se necessário.
Tendo um nível de ruído interno bom, mesmo com o motor funcionando, o Corolla Cross Hybrid é bem agradável ao volante.
Sem paddle shifs ou mudanças manuais na alavanca, o único recurso adicional neste último é o modo B, que usa o freio motor em declives ou desacelerações, o que também ajuda a recuperar energia mais rapidamente.
Sem surpreender em alcance, o SUV da Toyota se beneficia do uso do etanol, mais barato que a gasolina.
Concorrência difícil
O Toyota Corolla Cross Hybrid XRX é, antes de mais nada, um carro para fiéis clientes da marca, que terão o acabamento e o conforto já conhecidos, com um adicional de tecnologia na linha 2025.
A eficiência também é boa, ainda mais que estamos falando de etanol, mas peca por não ter clareza nas informações. Para a cidade, é um prato cheio, onde ele evidentemente pode ser melhor degustado. Já quem gosta de viajar, melhor o 2.0 litros.
O Corolla Cross ainda fica devendo coisas como um teto solar panorâmico e uma versão híbrida mais potente, que use o motor Dynamic Force 2.0 como o Corolla lá fora.
Melhorou em muitos aspectos e isso é válido, porém, sua situação só é boa para seu público. Alguém de fora pode considerar experimentar algo diferente antes ou caso opte pelo Toyota.
Estamos falando dos chineses, que chegaram metendo pressão sobre o japonês e, para piorar para o modelo, estão vendendo como se fossem nacionais, tão ou mais que ele.
O Haval H6 HEV2 tem mais autonomia por ter tanque maior e tem o dobro da potência do Toyota, custando R$ 216.000. Não é mais barato, mas por pequena margem, pega-se um SUV maior.
Outro concorrente chinês e ainda mais agressivo é o BYD Song Pro GS, que custa R$ 199.800 e pode rodar pelo menos 1.100 km, fora que é maior e ainda plug-in, chegando a 110 km no modo elétrico.
Então, cercado dos dois lados, o Corolla Cross XRX Hybrid com seus R$ 210.990, é um alvo e precisa reagir diante dos oponentes. Nossa aposta é na versão PHEV, mas por ora, ele tem que se virar do jeito que dá.
Vale a pena? Se você não quer arriscar com experiências novas, sim. Caso contrário, considere testar os rivais antes.
Toyota Corolla Cross Hybrid XRX 2025 – Galeria de fotos
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