
O Volkswagen Tera é o atual queridinho da marca alemã e também o modelo que mais vende, superando mesmo o Polo e o T-Cross.
Ainda com salto, o SUV compacto de entrada não quer saber de desconto, já que está com volumes consideráveis e em time que vence, não se mexe…
Custando R$ 128.990, o Tera Comfort é a versão mais próxima da High, que tem tudo dentro, mas custa bem mais. Tendo a transmissão automática que o 170 TSI não tem e com o bom motor 1.0 TSI, o modelo tem um conjunto apreciável.
Todavia, assim como já vimos em um rival dele, nem tudo são flores e, como uma proposta de entrada, no atual cenário, o Tera precisa tomar cuidado para que somente volumes não sejam de fato sua atividade-fim.
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Expressividade atraente
Disruptivo como um VW, o Tera emprega um desenho que sai um pouco da lógica da marca, mas diferente do antigo Up, neste caso, a empresa está sabendo vender.
Com saias altas, área envidraçada reduzida, linha de cintura elevada e formas distintas dos demais irmãos de marca, o Tera não é um Gol e está longe de ser um Polo em estilo.
Os faróis segmentados, as lanternas compactas inclinadas e as curvas… Sim, a cara expressiva e as ondulações que fazem dele um estranho VW para nós, mas certamente não para os chineses.
Nesta versão Comfort, o Tera tem elementos de versão básica, mas as rodas laminadas ajudam a vender a proposta de ser algo mais. A própria cor ajuda nisso, um “prata” que em realidade é azul… Isso nos recorda do antigo Up.

Dentro, o ambiente compactado deixa o Polo como um carro bem mais amplo. Não, você não leu errado. A referência ao hatch é justificável, já que ambos compartilham a plataforma.
O Tera é sim menos espaçoso e tem a proposta de “vestir” os ocupantes, especialmente com seus pronunciados apoios de braços nas portas com puxadores internos. Ainda que existam cinco lugares, ele é feito mesmo para quatro.
Feito para vestir, o Tera Comfort ainda acaricia a visão do motorista com tecido no painel, o mesmo que tem um cluster digital pouco resolvido. A moda agora é unificar instrumentos…

Já a multimídia VW Play se presta bem à proposta com seus apps e conexão mais bem-resolvida, especialmente em relação ao Android Auto, porém, não exibe um item necessário: câmera de ré.
Qual carro hoje não tem câmera de ré? Pois é, pouquíssimos e o Tera está entre eles. Merece, desde a versão 1.0 MPI, que, diferente do Polo Track, não está disponível para a imprensa.
Não dá mais para confiar apenas em sensor de estacionamento. Essa fase já passou… Aliás, devemos lembrar ainda que a versão Comfort tem carregador indutivo de smartphone com ventilação.

De resto, bom acabamento dos bancos volumosos dianteiros, volante de boa pegada com o ACC Front Assist do passado e itens incompatíveis em um carro que não tem câmera de ré: botão de partida e ar-condicionado digital.
Para quem vai dirigindo, até um apoio de braço retrátil e ajustável agrada, mas para quem vai atrás, o espaço reduzido ainda apresenta apoios de cabeça fixos que nos fazem lembrar do Corolla…
Isso sem contar a falta de saídas de ar condicionado e o encosto inteiriço do banco, que não ajuda em nada no aproveitamento do espaço já não tão bom. No bagageiro, 350 litros esperam por mais.

Desempenho agradável
Se é apertado e parcialmente equipado, o Volkswagen Tera Comfort pelo menos não engana no que o move, com o EA211 sendo ainda um dos melhores motores atuais, senão o melhor.
O 1.0 TSI, com seus três cilindros com injeção direta flex e o bom turbo de sempre, garante que a pegada que a engenharia da marca tem não desaparecerá nos detalhes que o comercial da empresa impõe.
Mesmo em sua versão menos forte, o 1.0 TSI entrega 109 cavalos na gasolina e 116 cavalos no etanol, ambos a 5.000 rpm, com 16,8 kgfm nos dois combustíveis a 1.750 rpm.

Com a resposta esperada, o 1.0 TSI não decepciona no Tera Comfort, que pesa 1.169 kg. O propulsor exibe ótima força em baixas rotações, permitindo que o SUV compacto ande com agilidade, tanto vazio quanto cheio.
Performando bem a 1.500 rpm na cidade, o 1.0 TSI não exige pisadas profundas para se obter resposta imediata, sendo assim prazeroso de dirigir, dada a sobra que tem de força.
Isso ajuda não apenas no conforto, mas também na economia, com o Tera Comfort fazendo 12,5 km/l no uso urbano, o que é ótimo para sua proposta.

Ágil na cidade, ele não decepciona na estrada, com o 1.0 TSI cumprindo bem sua missão, com a boa ajuda do câmbio automático Tiptronic de seis marchas que, apesar da confiabilidade, ainda dá uns trancos indesejáveis.
Isso acontece também na cidade, mas não tira o brilho do motor, que permite retomadas pontuais e ultrapassagens com folga e segurança.
Girando a 2.000 rpm na estrada, quando a 110 km/h, o 1.0 TSI deixa o Tera bem alusivo ao nome da versão, sem nem mesmo exigir o modo Sport, embora esteja lá para fazer o giro passar de 6.000 rpm.

Deve-se lembrar também que o Tera Comfort tem paddle shifts e isso torna a experiência de buscar mais desse bom conjunto algo realmente interessante. Mas, de volta à estrada, ele fez 20,1 km/l a 80 km/h, 18,9 km/l a 100 km/h e 17,7 km/l a 120 km/h.
Em resumo, bom na cidade, mais agradável na estrada. Mas, o Tera também tem é interessante ao volante, com direção elétrica mais responsiva, assim como freios adequados.
Já a suspensão é mais macia que a do Polo, porém, ainda garante a firmeza para deixar este VW com o espírito de handling da marca, mesmo com pneus altos 205/60 R16.

A boa altura garante mais conforto em cidades com lombadas escrotas ou valetas de água já marcadas pelos pobres motoristas que ousaram desafiá-las com veículos “normais”.
Mesmo assim não convém confiar demais, especialmente carregado, haja vista que não se pode confiar no “engenho humano” de certas ruas, que desafiam toda lógica. O Tera não é tão alto assim.
Já para ampliar a boa segurança estrutural, o Tera Comfort recebeu um controle de cruzeiro adaptativo, o antigo ACC Front Assist, uma adição importante, ao lado de detecção e frenagem de emergência.

Obviamente, faltam mais itens para realmente compor um pacote ADAS, mas é um item que não chama mais a atenção. Não tanto quanto a falta da câmera de ré… Em resumo, mesmo indo de 0 a 100 km/h em 11,7 segundos, o Tera Comfort é mais do que os números mostram.
Conteúdo menor
O Tera Comfort, partindo de uma gama com preços que concorrentes mais recentes e mais capazes em conteúdo e tecnologia decidiram cobrir, deveria oferecer mais pelo que custa.
Deslizes de conteúdo, como apoios fixos e ausência de difusores de ar, não ajudam num carro cujo acabamento foi espelhado no Polo, com itens não simplificados, apesar dos muitos detalhes em plástico padrão VW.

Fica evidente que a VW fará intervenções adiante, mas para um carro tão “volumoso” em vendas, ele já deveria ter nascido com estes e outros itens.
No mercado, o Renault Kardian Evolution recebeu melhorias no acabamento e detalhes, com seu motor 1.0 TCe de até 125 cavalos com EDC sendo uma alternativa por R$ 124.690, mas sem ACC ou multimídia mais complexa, como a VW Play.
O Fiat Pulse Hybrid passa longe em preço, mas o Pulse Turbo 200 sem eletrificação e opcionais, não passa de R$ 119.980, com rodas aro 17 e a importante câmera de ré. Vale observar.
Já o Nissan Kait, que acabou de chegar, apesar da missão, não é de fato um rival do Tera por ser o antigo Kicks vitaminado.
Assim, o Tera Comfort fica devendo em alguns itens e se sobressaindo em outros.
Vale? Em proposta de acesso até que vai, devido mais ao conjunto motriz e comportamento, mas aí depende do preço negociado junto à concessionária.
Volkswagen Tera Comfort – Galeria de fotos
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