O Volkswagen Tera chegou com toda pompa e circunstância, mas não podemos perder tempo e a versão 1.0 TSI (170 TSI) chegou, sendo o modelo avaliado no pacote básico, ou seja, sem roda de liga leve.
(Avaliamos anteriormente a versão topo de linha High, confira aqui.)
Custando R$ 116.990, o Tera TSI já chega com salto alto, pois deveria custar menos pelo que oferece e não estamos falando de seu bom motor 1.0 TSI de até 116 cavalos no etanol.
Assim, com R$ 1.000 por cavalo, o Tera TSI quer oferecer performance mais raiz, com a caixa manual, mas com um pacote básico para custar menos, embora não pareça.
Novo em quase tudo, o VW Tera chama pouca atenção, mas o que ele quer mesmo é se tornar um novo Gol, com características que podem levá-lo nessa direção. Por ora, vamos ver como ele anda.
Visual assertivo
Sem dúvidas, hoje os consumidores querem os veículos com a sigla de três letras e a VW apostou bem nisso. Desse modo, o Tera tem um corpo volumoso, ancas altas e um porte enganoso que até lavador de automóveis diz que é “carro grande”.
Claro, só para cobrar a mais…
Com grupo ótico de LED, os traços segmentados na frente e nas diminutas lanternas traseiras buscam destacar o produto, mas suas próprias formas competem com tais detalhes.
É um VW bem diferente do tradicional e é isso que nos faz observar e ponderar sobre o que pode vir depois dessas curvas que a VW não vê desde a época da Autolatina.
Parecendo mais largo do que realmente é, o Tera não engana em sua proposta no TSI, com rodas de aço em calotas escuras, mas detalhes em preto brilhante e na cor do carro valorizam a versão.
A antena no teto e as barras no teto reforçam isso, bem como os retrovisores e maçanetas na cor do veículo. Sem alarde, o Tera TSI esconde os discos de freio traseiros, onde se esperava ver os tambores de baixo custo.
Pelo menos nesses aspectos, com exceção das rodas aro 16 de aço, o Tera TSI não se mostra um carro básico visualmente. Dentro, a Volkswagen explora o novo para compensar o projeto de entrada.
Assim, logo que se abrem as portas, os puxadores pronunciados com comandos dos vidros e retrovisores chamam a atenção, deixando um bom porta-moedas ou chaves no vão interno.
O tecido de boa textura nas portas é válido, assim como o preenchimento de parte do painel, mas o restante com plásticos duros é inevitável.
O painel é bem resolvido, simples, mas tem bom espaço para smartphone e um porta-copos modular não tão versátil assim pela largura.
Já o volante é bem completo, ajustando-se bem e com piloto automático integrado, enquanto o cluster digital de 8 polegadas da VW ainda tem acesso não agradável para as funcionalidades.
No caso da multimídia VW Play de 10,1 polegadas, a boa conexão nativa usando os apps é também um ponto positivo, com dados de consumo e desempenho, mas o sistema só não tem câmera de ré. Somente sensor de estacionamento não é suficiente, pecando nesse aspecto.
Mesmo assim, o ambiente tem luzes de leitura na frente e atrás, como no Polo, bem como para-sóis com espelhos iluminados e cintos dianteiros com ajustes de altura, menos mal.
Com somente duas entradas USB-C na frente, o habitáculo do Tera não é amigável com quem vai atrás, dado o espaço igual ao do Polo, ou seja, bem mediano, além de banco inteiriço, como os apoios de cabeça laterais.
No bagageiro, com luz e trava elétrica interna, o volume de 350 litros é suficiente para sua proposta, mas sem o assento bipartido, muita gente sofrerá no dia das compras do mês ou em viagens com mais malas.
Força satisfatória
O Volkswagen Tera TSI vem com o já bem conhecido e elogiado EA211 1.0 TSI, que em seus três cilindros com turbo e injeção direta, entrega 109 cavalos na gasolina e 116 cavalos no etanol.
Com ambos alcançados a 5.000 rpm, o 1.0 TSI ainda mostra sua elasticidade com o torque de 16,8 kgfm a 1.750 rpm. O câmbio MQ200 de cinco marchas é outro velho conhecido do consumidor.
Tendo força satisfatória, o 1.0 TSI move bem os 1.130 kg do Tera, que mede 4,151 m de comprimento, 1,777 m de largura, 1,478 m de altura e 2,566 m de entre eixos.
O propulsor tem boa força em baixa rotação e aumenta rápido o giro, impulsionando com vigor o Tera TSI, cujo câmbio tem bom escalonamento, bem mais curto para compensar a promessa de desempenho. Caso contrário, a transmissão seria de seis marchas.
Com embreagem bem acertada, o Tera manual chega até 6.500 rpm, quando ocorre o corte, mas no dia a dia, não se precisa pisar tanto para ter uma boa resposta.
Na cidade, ótimas saídas e boa dirigibilidade a menos de 1.500 rpm, com o indicador de marchas deixando a rotação bem baixa, sugando o máximo do bom torque.
Já na estrada, usando-se bem o câmbio, conseguem-se boas retomadas e ultrapassagens seguras, com o ronco do motor correspondendo à resposta ao pedal, transmitindo segurança e conforto. Rodando a 110 km/h, ele gira a 2.900 rpm.
Com etanol, na cidade, o consumo ficou em 8,1 km/l, enquanto na estrada, a 80 km/h, faz 12,6 km/l, enquanto a 100 km/h, ficou em 11,1 km/l, com 10,2 km/l a 120 km/h. Tendo 49 litros no tanque, o Tera tem autonomia razoável em torno de 450 km.
Já no dia a dia, a direção tem boa resposta e os freios estão dentro do esperado, assim com a suspensão alta, que garante se livrar das lombadas, mas a firmeza do conjunto faz o carro pular em ruas esburacadas.
O ambiente do Tera reproduz parte dos ruídos dos movimentos dos pneus 215/60 R16, quando em pisos ruins, mostrando seu comprometimento com robustez e não conforto.
Bem estável em curvas, o Tera tem boa parte das características de Polo e outros Volkswagen, não surpreendo por isso.
Já em conforto ao dirigir, o piloto automático ajuda muito na estrada e aproveita bem a força do TSI. Mas, sem apoio de braço central, ele não oferece tanto conforto assim.
Pode oferecer mais
O Tera TSI custa R$ 116.990, um preço acima dos R$ 112.990 do Renault Kardian manual, que é mais potente e equipado. Já o Fiat Pulse Drive 1.3 é bem mais fraco e menos equipado, mas custa R$ 98.990.
Com o pacote de segurança padrão da VW, a Tera leva vantagem nesse aspecto, mas ainda assim, faltam itens como câmera de ré e rodas de liga leve de série, opcionais que custam R$ 1.720.
Conexão USB-C atrás, banco traseiro bipartido, apoios de cabeça móveis atrás, apoio de braço central dianteiro e a importante câmera de ré fazem falta no VW Tera TSI.
Vale a pena? Melhor esperar por atualizações que certamente surgirão adiante.
Volkswagen Tera 170 TSI 2026 – Galeria de fotos
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