Ele já foi vendido aqui em várias versões e com dois motores, sendo depois limitado à versão R-Line.
Porém, na atualização de meia vida, o SUV médio de sete lugares da Volkswagen, trocou sua proposta de somente performance para um foco mais frugal, mas sem grande perda de força. Este é o Tiguan Allspace R-Line 2024.
Importado do México, o Volkswagen Tiguan R-Line 2024 segue sendo filho único na oferta nacional da marca alemã e até poderia adicionar uma versão mais em conta, sem atrapalhar a vida do irmão menor, o argentino Taos.
Seja como for, o Tiguan é um produto que tem seu público, criado desde que chegou ao Brasil há mais de 15 anos.
Hoje, com preço de R$ 284.590, o Tiguan R-Line 2024 é o automóvel mais caro da marca com um preço sugerido, já que acima dele, apenas a picape Amarok V6 e os elétricos ID.4 e ID.Buzz, que não podem ser comprados, apenas alugados.
Assim, o SUV tem certo status e com ele, a presença de um motor 2.0 TSI único, com 186 cavalos e 30,6 kgfm.
É uma evolução do EA888 e isso mostra uma importante mudança na proposta do produto aqui.
Bem espaçoso, ainda que não totalmente confortável, o Volkswagen Tiguan R-Line 2024 se apresenta num momento em que o segmento passa por agitação com a profusão de rivais chineses, notadamente híbridos e elétricos, algo que a VW ainda deve nessa faixa de preço.
Atualização equilibrada
O Volkswagen Tiguan R-Line 2024 adotou um visual mais equilibrado, com destaque para o conjunto ótico duplo full LED, além de mudanças pontuais na grade e um para-choque com formas mais fluidas, com spoilers integrados na parte inferior.
Com frisos cromados, o SUV mantém um ar sóbrio, sem exageros estéticos, que tantos gostam.
Portando rodas de liga leve aro 19 polegadas com pneus 235/50 R19, o Tiguan R-Line também destaca o para-choque traseiro com molduras cromadas que imitam bocas de escape, ocultas sob o protetor.
Há um conjunto de refletores e luz de neblina bem ao estilo alemão, recordando carros mais antigos como da Audi, por exemplo.
As lanternas em LED atualizadas chamam atenção com elementos tridimensionais triplos, que deixam o visual mais interessante, com a tampa do bagageiro de acionamento elétrico tendo um spoiler destacado no alto.
Tendo teto solar panorâmico e barras longitudinais, o Tiguan R-Line 2024 segue sendo um modelo comportado e robusto estilisticamente.
Dentro, o Volkswagen Tiguan R-Line 2024 o ambiente segue o padrão exterior, sem exagerar na digitalização, ainda que os comandos touchscreen estejam em destaque, em especial no volante e no ar condicionado de três zonas.
Como os europeus verificaram no Golf, isso não é tão prático e o sucessor do modelo deve retroceder nesse aspecto. É bonito, mas botões físicos são mais práticos.
Em contrapartida, compensa muito os assentos dianteiros com aquecimento e ventilação, além do bom volante aquecido em couro personalizado da R Line.
Com pedais esportivos, o habitáculo tem ainda acabamento mediano, no padrão VW, que não visa um ambiente luxuoso. Apliques metálicos, por exemplo, não existem nos revestimentos onde poderia destacar mais a proposta do “R”.
Tendo agora carregador indutivo de smartphone, o Volkswagen Tiguan R-Line 2024 segue o perfil internacional da marca com entradas apenas USB-C, além de cluster digital com as visualizações já conhecidas, bem como multimídia com destaque para as opções de luzes de LED quase ocultas nas guarnições.
Ela traz ainda câmera de ré e os modos de condução, por exemplo. A projeção com smartphone é boa.
O sistema de som é adequado, enquanto os assentos em couro têm um padrão de certo ponto simples, mas agradável visualmente.
Sendo os dianteiros elétricos, os traseiros se apresentam ajustáveis, mas um ponto ruim nesse conjunto é a segunda fileira. Ainda que tenha boas regulagens, o banco é pequeno, podendo caber bem num Polo…
Isso limita o conforto de três pessoas neste espaço, que ainda tem apoio de braço central, indicando que o melhor é levar duas pessoas ali, deixando no final, que o SUV seja de fato para seis e não sete pessoas.
É nítido o enorme vão entre a extremidade da carroceria e o assento que vai ao centro do SUV. Pelo menos isso facilita o ingresso na terceira fileira.
O espaço é bom e com ajuste adequado, oferecendo uma distância razoável para as pernas bom. Já o porta-malas tem 216 litros com sete assentos postos e 686 litros com apenas cinco lugares.
Existem alavancas nas laterais para rebatimento mais rápido, além de compartimento para a cobertura retrátil. O teto solar panorâmico é um conforto obrigatório para um carro desse porte e preço.
Desempenho bom e economia melhor
O Volkswagen Tiguan R-Line 2024 tem uma proposta diferente do modelo anterior, aquele que usava o motor EA888 2.0 TSI de 220 cavalos, sendo agora o mesmo propulsor, mas numa configuração visando maior eficiência, uma vez que a missão prioritária do SUV é atender o mercado norte-americano, ainda ávido por propulsores grandes.
Essa nova calibração passa por um novo ciclo de funcionamento, o Miller, de modo a obter melhor funcionamento em regimes mais planos, tornando o funcionamento mais suave e eficiente.
Assim, este 2.0 TSI opera numa de giro onde a potência máxima ocorre como se fosse num motor diesel moderno, ou seja, aos 3.940 rpm.
Da mesma forma, o torque máximo de 30,6 kgfm aparece logo de cara aos 1.500 rpm, tornando o 2.0 TSI Gen 3B mais eficiente em consumo e emissão de CO², garantindo assim uma operação mais eficaz.
Também é uma proposta melhor para um SUV que a VW decidiu não usar o 1.4 TSI ou mesmo o 1.5 TSI para o mercado americano.
Com injeção direta de combustível e duplo comando variável por corrente, o 2.0 TSI Gen 3B foi totalmente reconstruído, desde o bloco de ferro às molas das válvulas, com nova ECU, pressão da turbina reajustada e o ciclo Miller modificado da VW.
Este fecha as válvulas de admissão antes do fim do curso de admissão, entre o tradicional do Miller e o Budack, que abre bem mais cedo. Assim, entre estes dois ciclos, o Gen 3B obtém seu rendimento.
Na prática, o 2.0 TSI Gen 3B tem o consumo do 1.4 TSI, a potência do 1.8 TSI e o volume do 2.0 TSI, reunidos num mesmo motor.
Para trabalhar bem, a VW adicionou uma caixa Aisin AQ450-8F de oito velocidades, devidamente ajustada para mudanças de marcha no tempo desse novo motor.
Assim, ao se dirigir o Volkswagen Tiguan R-Line 2024, logo se percebe que o conjunto é bem diferente do habitual.
Com um ronco mais áspero, o 2.0 TSI com esse novo câmbio, garante saídas imediatas e agradáveis, com progressão não tão abrupta quanto de um 2.0 TSI padrão de 230 cavalos, como o usado pelo Jetta GLI, por exemplo.
Nada de subida rápida de giro, porém, a força entregue já é percebida e isso satisfaz quem quer apenas sair mais rápido e não dirigir esportivamente.
Nota-se ainda mudanças de marchas breves e bem perceptíveis, longe da suavidade de uma caixa DSG, podendo não agradar aos fãs da dupla embreagem.
O comportamento lembra muito os recursos usados por outras marcas aqui no Brasil, de modo a vencer as regras do Proconve. De certa forma, a VW foi pelo mesmo caminho. Então, não espere a performance do antigo Tiguan R-Line com motor de GTI…
Pela proposta, as respostas do Volkswagen Tiguan R-Line 2024 são boas, já que ele não funciona somente no modo Eco…
Como você sabe, a marca alemã é uma empresa de engenharia e ela usa a técnica a seu favor, então, sim, o 2.0 TSI pode reagir de forma mais agressiva ao pedal em modos Normal e especialmente no Sport. Para você ter uma ideia, o corte de giro acontece aos 6.500 rpm…
A mudança da programação joga o ponteiro digital lá em cima para entregar ao motorista o que ele quer, com um ronco devidamente melhor e a progressão que se deseja.
Mesmo que com prejuízo para o consumo, o Volkswagen Tiguan R-Line 2024 anda de forma muito mais ágil quando tocado esportivamente, trazendo ainda uma sensação de leveza e bom entusiasmo.
Na estrada, ultrapassagens são feitas sem grande esforço, com giro caindo para 1.600 rpm aos 110 km/h.
Na cidade, pode-se rodar até perto de 1.000 rpm sem que o motor peça água.
Isso nos faz lembrar da proposta da marca para o 1.5 TSI Gen 3 lá fora, que explora a engenharia para ficar próximo de um motor diesel, no final.
Mesmo pesando 1.794 kg, o Volkswagen Tiguan R-Line 2024 não força o conjunto motriz, que ainda tem relações longas no automático de oito marchas, garantindo final de 215 km/h, ainda que a aceleração de 0 a 100 km/h fique em 9,2 segundos. Nada mal.
As retomadas desse Tiguan dos novos tempos são boas, ainda que no modo Eco, fique a desejar pela boa podada na força do motor, buscando exatamente o que se quer fazer.
Na economia, o foco desse conjunto, o Tiguan R-Line 2024 fez bons 10,1 km/l na cidade, enquanto na estrada, consegue-se 17,1 km/l a 80 km/h, 15,4 km/l a 100 km/h e 14,3 km/l a 120 km/h.
Nesse aspecto, realmente os números agradam e a missão do SUV da VW está cumprida, garantindo ainda excelente autonomia.
Ao volante, o Tiguan R-Line 2024 se mostra bem ágil e prazeroso de dirigir, com ótima posição de dirigir, assim como boa visibilidade.
A direção elétrica adaptativa aos modos, tem a progressão certa e boa responsividade, enquanto os freios estão bem ajustados à proposta. O comportamento em piso bom é agradável, com boa estabilidade em curvas e desvios rápidos de direção.
O conjunto de suspensão tem calibragem para mais conforto, mas no padrão da VW, porém, como o alvo é o mercado americano, o curso é menor e isso não agrada em ondulações e pisos irregulares, parecendo um SUV feito na China.
Em realidade, ele tem mesmo uma versão feita lá, mas não essa. Como nos states não se tem estradas como as nossas, então, aqui ele sentirá mais os buracos, valetas e bloquetes, mas ainda em um nível de SUV, sem comparação com um sedã, por exemplo.
Bem equipado, o Tiguan R-Line 2024 tem pacote ADAS+ com controle de cruzeiro adaptativo com o útil assistente de faixa, já que o Travel, Assist da VW se faz presente neste Tiguan.
Isso garante mais conforto e segurança ao dirigir, enquanto basicamente o pacote se mantém fiel às origens do Tiguan, com o famoso Park Assist garantindo a automatização do estacionamento.
De modo geral, o Volkswagen Tiguan R-Line 2024 ganhou muito com a mudança de proposta e com isso, se tornou um SUV melhor, reproduzindo a tendência “melhor de dois mundos” que o brasileiro se acostumou a ter com a chegada do motor 1.0 TSI aos compactos da marca.
Nesse caso, o mesmo acontece, mas com o dobro do volume.
Tradicionalistas gostarão
O Tiguan R-Line 2024 é a melhor configuração que o SUV teve até agora no país, já que, como mencionado, conseguiu reunir o melhor de dois mundos, ainda que na visão da VW, tenham sido o melhor de três (motores, é claro).
Ágil e eficiente, o SUV de sete assentos peca por não aproveitar melhor os espaços que oferece e ainda tem um acabamento que diante de alguns concorrentes, merecia melhor atenção.
O ajuste mais focado nos states também não agradou na suspensão, mas o conjunto da obra é bom e isso é o que se tem que reconhecer.
No mercado, segue sendo uma boa opção para os tradicionalistas ou entusiastas, que querem ver híbridos e elétricos distantes de suas garagens ou vagas de estacionamento.
A boa notícia para eles é que ainda existem opções e o Tiguan R-Line 2024 preenche verdadeiramente o que muitos assim o querem.
É fato, porém, que a hora chegará para o SUV de sempre da marca alemã e a eletrificação será inevitável, mas enquanto não chega, melhor aproveitar o velho mundo, porque o novo, está tocando a buzina logo atrás.
Vale a pena o Tiguan R-Line 2024? Considerando tudo isso, vale mais que o irmão mais barato, o Volkswagen Taos.
Volkswagen Tiguan Allspace R Line 2024 – Galeria de fotos
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