O dia em que basta entrar ou sair do carro para ligá-lo ou desligá-lo chegou, e o Volvo C40 o faz também com estilo e eficiência energética, chegando mesmo a apresentar um ar nostálgico.
Disponível agora somente na versão Ultimate, o C40 é o primeiro Volvo 100% elétrico de fábrica e, apesar do parentesco com o XC40, passa a dimensão da transformação da marca.
Com carroceria que explora a fluidez de um cupê, o mais longo e mais baixo irmão do XC40 tem uma aparência esportiva, mas isso reflete apenas o que a eletricidade pode fazer.
Custando R$ 429.950, ele é bem mais caro que o XC40, mas o XC40 começa na opção mais fraca e não com os 408 cavalos do C40 Recharge P8, o nome completo desse eletrizante sueco.
Índice
Por fora…
O frontal do C40 2024 não é o que todos gostariam de ver, mas o “family face” dá ao carro sua posição na marca sueca, que não gosta de inventar moda, mantendo a sobriedade.
Por outro lado, os faróis full LED iluminam bem e o layout clean agrada, mas é na traseira que o C40 se permite ousar, com dois spoilers no teto e um pequeno aerofólio que dá personalidade ao carro.
O conjunto ótico full LED traseiro se integra ao desenho, que ainda traz um teto que cai suavemente sobre a traseira, portando um vidro panorâmico e a antena barbatana dorsal.
Não parece, mas as rodas de liga leve aerodinâmicas de 20 polegadas possuem pneus maiores atrás, como no irmão.
Por dentro…
Num belo tom de azul por fora, o Volvo C40 Recharge P8 traz a nostalgia dos anos 60 e 70, quando as cores tinham mais importância para as marcas, que as reproduziam por dentro.
Nada de lata aparente, pois estamos falando da padronagem que no C40 tem uma tonalidade azul, que combina com o exterior e nos remete mentalmente a carros como o alemão NSU Ro 80.
Essa harmonização de portas, console e outras guarnições, só não é completa pelos assentos pretos, tal como parte do painel e teto.
Ainda assim, o tom azul a bordo deixa o ambiente mais agradável, iluminado por um teto panorâmico com vidro escurecido sem persiana, que não esquenta tanto.
Minimalista, o C40 nem faz lembrar da profusão de botões dos antigos Volvo, tendo seu painel digital em configuração única, adotando uma abordagem como da multimídia.
Esta, de tela vertical, usa o sistema Google Android já conectado à internet, que garante ao Maps dar uma previsão da bateria ao final de cada trecho e ainda com integração ao app Plug-In Share.
Por este último, você encontra os pontos de recarga, sabendo quanto terá de carga, dependendo da rota escolhida.
No mesmo display, toda a carga de informações anterior da Volvo foi simplificada ao extremo ou quase isso.
Ainda existem muitas funcionalidades que você precisa procurar, como o modo Off-Road, mas fica fácil buscar os aplicativos do Google e também o monitoramento em 360 graus, além do ar condicionado dual zone.
No acabamento, o revestimento estético do painel e portas apresenta iluminação indireta, dando um ar agradável ao habitáculo, que tem console com recarga indutiva de celular.
O C40 não tem botão de freio de estacionamento eletrônico, assim como não há botão de partida, o que explicaremos adiante. Os bancos em tecido e couro são elétricos na frente.
No motorista, duas memórias, com extensor do assento, como no do passageiro, além de um ótimo acabamento.
Atrás, o espaço é bom e há difusor de ar, apoio de braço e detalhes iluminados, aproveitando também o ótimo som da Harman Kardon.
No bagageiro, 413 litros e tampa elétrica com sensor de aproximação. Existe um compartimento sob o assoalho onde se pode colocar o conector externo, mas há outro na frente e com tampa.
Por ruas e estradas…
O Volvo C40 P8 aproveita sem cerimônias a sua força, só é dosada pelo pé do motorista, que aciona dois motores elétricos de 204 cavalos e 33,6 kgfm cada.
Somados, dão ao C40 os 408 cavalos e 67,3 kgfm da versão Ultimate, a mais potente do crossover, que precisa dessa força para ir de 0 a 100 km/h em 4,7 segundos.
Limitado a 180 km/h, o C40 nem parece assim tão pesado quanto os números dizem ao se conduzir, afinal, se pensarmos em algo com 2.185 kg (5 kg a mais que o XC40), ele pareceria lento.
Lendo o que você quer, o Volvo C40 P8 pode arrancar com o vigor de um esportivo nato ou silenciosamente deslizar na força do impulso com o Drive engatado.
Tudo, seja força ou suavidade, é entregue de imediato e não há surpresas com ele. A aceleração é linear e silenciosa, com um ruído de alerta de pedestre típico, que agrada.
Com tração nas quatro rodas, o C40 não vai patinar ou sair de forma desequilibrada, garantindo assim uma aceleração empolgante até, mas sem surpresas.
Sem modos de condução, exceto o Off-Road, o C40 é simplesmente feito para engatar o D e sair andando, seja rápido ou comportadamente. Tudo está ali, atrás do pedal do acelerador.
Não há simulações ou alterações, pois, quem faz a coisa acontecer não é o carro e sim o motorista. Então, o C40 pode ser o que o condutor quiser que seja.
Claro, tudo na proposta deste Volvo elétrico, que só precisa que se entre, pise no freio e engate o Drive. Ué? E o botão de partida? No local tem uma tampinha…
Seria a porta, então? Alguns carros, como os Fiat automatizados, por exemplo, não permitem a partida com a porta aberta. Não no C40, então, como a coisa acontece? Afinal, o carro precisa ligar.
O segredo está na chave presencial, pois ao entrar, o motorista ativa as funções primárias do carro sem mexer em nada e para andar, faz como o descrito acima.
Ao abrir a porta, por exemplo, o carro permanece ligado, desativando a tração ao se colocar em P (Parking), que também ativa o freio de estacionamento eletrônico.
Basta sair do carro para que multimídia, som, quadro de instrumentos e o resto se desligue. A tecnologia causa estranheza inicialmente, mas após alguns toques no painel, se acostuma.
Essa é uma das coisas que tornam o C40, assim como seu irmão XC40, carros incomuns em sua proposta, que também garante mais segurança na condução para o motorista.
Nesse caso, não falamos da proteção contra impactos, capítulo sem comentários quando se trata da Volvo, mas a garantia de que ele chegará ao destino com carga suficiente na bateria.
Ainda que o Inmetro tenha alterado a metodologia e jogado os números ladeira abaixo, o C40 mostra que a coisa não é bem assim.
Com autonomia inicial de 341 km, rodamos na cidade e ganhamos um pouco mais, chegando mesmo a 353 km, mas foi na estrada que a lembrança do carro a combustão se foi.
Onde o carro elétrico deve perder, ele ganhou, e chegamos a 397 km de autonomia, indo um pouco mais ao descermos uma serra. Em resumo, tudo depende de como você andar com ele.
Mesmo em subida de serra, o C40 nos deu a segurança de chegarmos ao destino sem sentirmos a “síndrome do motorista de carro elétrico”, aquela onde o medo de ficar na rua domina o ser humano…
Um dos pontos principais dessa segurança, é a navegação pelo Maps “elétrico” que considera também a topografia. Não se trata apenas de tempo de viagem ou distância.
Se há uma serra enorme a vencer no caminho e nenhum declive longo o suficiente para compensar a enorme perda de carga, ele calculará como realmente o trecho é.
Essa navegação preditiva da Volvo existe há algum tempo nos caminhões da sueca, que antecipam aclives e declives, buscando máxima eficiência energética.
Falando nisso, o C40 usa com eficiência seu Pilot Assist, dando ainda mais confiança no controle do carro, ainda que esteja longe de fazer coisas mais ousadas como o FSD da Tesla.
Então, com pé no chão, o C40 fez 3,83 kWh/km na cidade e 4,34 kWh na estrada, uma boa média, considerando a autonomia original de 420 km e a do Inmetro de 247 km…
Carregamos? Sim, mas só por 20 minutos, o que lhe deu 6% de bateria. Então, numa viagem de when you want 32 km, nos devolveu a ida e a volta, sobrando um extra.
No mais, o C40 é agradável de dirigir, com direção elétrica bem responsiva, tendo ainda freios potentes e regenerativos, outra funcionalidade que precisa ser acionada na multimídia.
Basta tirar o pé que os motores elétricos freiam o carro até parar, garantindo boa recuperação de energia. Já a suspensão é firme, mas filtra razoavelmente bem as irregularidades.
As enormes rodas aro 20 com pneus 235/45 R20 na frente e 255/40 R20 atrás, conferem uma aderência ótima em curvas e desvios rápidos de direção.
Por você…
O Volvo C40 P8 Ultimate é uma agradável proposta no segmento premium, conferindo um estilo mais jovial e esportivo, em meio a um ar nostálgico e sóbrio, que se harmonizam bem.
A integração do Google ao carro deu vantagens, especialmente na relação dele com o motorista e o próprio veículo.
Dando desempenho e economia de energia numa proposta única, o Volvo C40 Ultimate trafega por uma faixa de preços sem rivais do segmento de SUVs de luxo.
O BMW iX3 M Sport custa R$ 485.950, enquanto os Mercedes-Benz EQA e EQB não saem por menos de R$ 502.900. Então, por R$ 429.950, o Volvo C40 P8 Ultimate aguarda um rival.
Medidas e números…
Ficha Técnica do Volvo XC40 Recharge P8 Ultimate 2023
Motor/Transmissão
Dois elétricos (um em cada eixo)
Potência – 408 cv a 0 rpm
Torque – 67,3 kgfm a 0 rpm
Transmissão – Automática de 1 marcha
Desempenho
Aceleração de 0 a 100 km/h – 4,7 segundos
Velocidade máxima – 180 km/h
Autonomia – 420 km (100% de bateria) 247 km (Inmetro)
Consumo urbano – 3,83 kWh/km
Consumo rodoviário – 4,34 kWh/km
Suspensão/Direção
Dianteira – McPherson/Traseira – Multilink
Elétrica
Freios
Discos dianteiros e traseiros com ABS e EDB
Rodas/Pneus
Liga leve aro 20 com pneus 235/45 R20 (dianteiros) 255/40 R20 (traseiros)
Dimensões/Pesos/Capacidades
Comprimento – 4.431 mm
Largura – 1.850 mm (sem retrovisores)
Altura – 1.582 mm
Entre eixos – 2.702 mm
Peso em ordem de marcha – 2.185 kg
Bateria – 78 kWh
Porta-malas – 413 litros
Preço: R$ 429.950
Volvo C40 Recharge P8 Ultimate 2023 – Galeria de fotos
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