
O Volkswagen Nivus GTS deveria ter sido lançado quando o SUV de estilo cupê chegou, na época, em cor e visual que recordava um ícone do passado da marca no Brasil.
Agora, finalmente e sem formar o trio GTS que teria existido, ele encontra no mercado os italianos.
Discreto até certo ponto, o Nivus GTS chegou para fazer jus à sigla que se tornou famosa no Gol GTS, mas também naquele que recordamos ao ver este crossover em seu lançamento, o Passat GTS Pointer.
Não mais tão “Pointer”, o modelo mantém a proposta de esportividade da VW viva após a morte do Virtus GTS e do Polo GTS, o que é um alento para os entusiastas, recentemente agraciados pelo hot hatch de sempre da marca, o Golf GTI, além do Jetta GLI.
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Custando R$ 182.990, o Nivus GTS cobra bem caro pelo desempenho e pelo peso da sigla, trazendo o 1.4 TSI padrão, com uma calibração diferente para dar a resposta que se espera de sua proposta.
Mesmo assim, o esportivo da VW revela certa simplicidade e ajuste que o faz parecer uma versão comum…
Rodas destacadas
Esportivo alemão nunca foi que chamou a atenção pelo visual, diferente dos italianos, tão mais emotivos em vários sentidos. Assim, o Volkswagen Nivus GTS pode sim passar desapercebido diante do público, exceto talvez pela sigla “GTS” nos quatro deste esportivo e por um opcional.
Apesar do bom facelift recebido recentemente, itens como detalhes em preto brilhante, defletor de ar traseiro ampliado, máscara negra nas lanternas em LED, grade imensa e faróis full LED, nada mais se destaca que as rodas…

Com um conjunto diamantado e laminado de aro 18 polegadas, opcional, o Nivus GTS com seus pneus 215/45, fica mais vistoso e agradável, embora isso eleve seu preço em R$ 2.150. Isso é uma compensação pela ausência de um escape duplo cromado…
Dentro, o Nivus GTS segue a cartilha, com belos bancos esportivos com abas laterais enormes e revestimento em couro de dois tons com o GTS grafado, além da tradicional costura vermelha.
Esse tom domina os detalhes do acabamento, inclusive a base do volante e a guarnição em geral, não deixando de lado nem a tonalidade do cluster digital de 10,25 polegadas.

Na VW Play, uma configuração especial com instrumentos de performance, com velocidade, rotação e pressão do turbo, além dos modos de condução. Apps de todo tipo e boa integração com Android Auto e Car Play estão inclusos, bem como a câmera de ré.
O ar condicionado automático também pode ser ajustado na VW Play, bem como o Park Assist e até o destravamento da tampa do bagageiro. Tem Wi-fi e 4G, conferindo uma boa central para este GTS.
Todavia, o acabamento das portas é fraco, com pouco revestimento soft e muito plástico duro, que se amplia ainda mais nas portas traseiras. Não existem LEDs e nem outras firulas visuais para destacar o habitáculo, no entanto.


Tal como as outras versões, o Nivus GTS não é um primor em espaço atrás, apesar das saídas de ar, o conforto é relativo. Com 415 litros, o porta-malas é suficiente para a proposta dele.
Desempenho esperado
O Nivus GTS era algo tão certo como 2+2 são 4 quando o modelo surgiu após a pandemia, mas só agora se apresenta, porém, sem surpresas quanto à motorização, usando o já bem compartilhado EA211 feito em São Carlos–SP.
O 1.4 TSI flexível, abastecido aqui com etanol, mantém a mesma numeração de sempre, com seus 150 cavalos a 5.000 rpm e 25,5 kgfm a 1.500 rpm, independente do que você colocar no tanque.

É um bom motor, elástico como se deve, bem responsivo e com uma curva de torque exemplar, garantindo assim que, num câmbio automático Tiptronic de seis marchas, entre com bom resultado.
A transmissão mais curta e a programação deste engenho de quatro cilindros turbinado com injeção direta fazem com que o conjunto do Nivus GTS seja o ideal para quem quer pisar.
O 1.4 TSI responde otimamente, com o giro subindo para a casa dos 5.500 rpm, quando muda de marcha e continua a crescer na medida do peso do pé do motorista.
No modo Sport, inclusive no câmbio, o EA211 fica sempre cheio e pronto para responder a uma retomada. O som do motor e a sensação de ganho de força ajudam a impulsionar quem está ao volante…

Da mesma forma, exceto pela saída, o Nivus GTS pode ser dócil, do dia a dia, como um carro comum, girando até abaixo de 1.500 rpm, embora ainda consumindo como um esportivo, especialmente no velho álcool…
Nele, pode-se explorar os paddle shifts tanto para economizar, interferindo na programação em baixa rotação, quanto para manter o giro nas alturas em busca da última bolacha desse pacote esportivo.
Na cidade, com o etanol, fizemos 8,7 km/l, o que até parece bom diante desse combustível ineficiente energeticamente. Enquanto na estrada, o 1.4 TSI mostra que a tecnologia ajuda mais que o Start-Stop na cidade, com 14,2 km/l a 80 km/h, 12,1 km/l a 100 km/h e 10,6 km/l a 120 km/h.

Rodando a 110 km/h, o Nivus GTS navega a 1.900 rpm e isso traz conforto em viagens longas, enquanto em uma condução mais emocionante, sua direção mais firme e direta garante uma sensação melhor.
Os freios também estão dentro do esperado, assim como seu bom equilíbrio dinâmico, ampliado pelas rodas grandes e pneus largos, contornando bem as curvas e desviando com segurança de obstáculos.
Com boa dinâmica de condução, o Nivus GTS agrada muito, embora acrescente um extra para quem o imagina um carro desconfortável no dia a dia de nossas ruas e estradas ruins. Em pisos irregulares, apesar da firmeza do conjunto, ele filtra bem.

A altura padrão, polêmica que envolveu o Polo GTS em seu lançamento, aqui é justificada por ser um “SUV” e isso evita as deprimentes lombadas.
Mesmo em ruas de paralelepípedos ou bloquetes, o Nivus GTS passa a sensação de estarmos nas versões Comfortline ou Highline.
Tendo assim uma mescla elogiável de estabilidade e conforto, o Nivus GTS conta ainda com um pacote ADAS completo, com assistente de faixa e controle de cruzeiro adaptativo, entre outros. No geral, era o que se esperava dele.

Sigla pesa
No atual portfólio da VW, o Nivus GTS é a porta de entrada do novo trio, tão enaltecido pela marca nos últimos dias, mas sua importância é maior, por manter aqui um legado há muito ameaçado e o peso de uma sigla histórica.
Longe dos tempos dos esportivos tradicionais, o Nivus GTS é um dos poucos que representam um nicho cada vez mais pressionado pela mesmice dos SUVs e da eletrificação agora, embora o modelo represente um deles.
De qualquer forma, ter um Nivus GTS é manter essa parte esquecida do mercado ainda viva, mesmo que para isso se desembolse R$ 186.040, incluindo o branco com teto preto por R$ 900. Isso é bem mais que os R$ 157.990 do Pulse Abarth e R$ 177.990 do Fastback Abarth.

Eles são mais potentes e mais rápidos que o GTS, assim como também são mais chamativos e emocionais, como é a coisa de italiano. São duas atmosferas, no entanto, distintas, fazendo a comparação não ser de fato tão igualitária.
Seja como for, o Volkswagen Nivus GTS é um bom carro e merece atenção daqueles que pretendem “casar” com ele, ainda mais que, daqui a uns 30 anos, estará valendo bem mais que agora.
Quem sabe, até a VW decida comprá-lo de volta…
Volkswagen Nivus GTS 2026 – Galeria de fotos
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