Big Brother sobre rodas: Cidade européia usa câmeras em ônibus para flagrar motoristas em faixas proibidas

ia multas barcelona
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Barcelona está testando uma tecnologia que promete revolucionar o transporte público — e também acender polêmicas sobre privacidade e vigilância.

Câmeras instaladas em ônibus elétricos da cidade estão sendo conectadas a um sistema de inteligência artificial desenvolvido pela empresa Hayden AI, com o objetivo de identificar motoristas que invadem faixas exclusivas ou estacionam em paradas de ônibus.

Por ora, não há multas, apenas coleta de dados. Mas a pergunta que não quer calar: quanto tempo isso vai durar?

Durante o projeto piloto, restrito às linhas H12 e D20, a IA já detectou 2.500 violações apenas em maio .

O sistema coleta imagens e vídeos, mas, segundo os desenvolvedores, não registra placas ou rostos.

 

No entanto, os registros são avaliados manualmente por agentes da autoridade de transporte local, e é aí que surgem os questionamentos.

Casos recentes em Nova York, onde um sistema semelhante gerou quase 300 mil multas em apenas três meses — muitas delas injustificadas — levantam preocupações sérias.

A promessa era de supervisão humana antes da aplicação das infrações, mas o volume de erros sugere falhas nesse processo.

O temor agora é que, com a tecnologia madura, Barcelona siga pelo mesmo caminho e a IA passe a aplicar multas de forma automatizada, sem a garantia de revisão criteriosa.

A crítica mais contundente reside no fato de que esses sistemas, mesmo com ares futuristas, ainda apresentam taxas altas de erro.

Modelos de IA testados por empresas como a OpenAI mostram que as “alucinações” — interpretações erradas ou invenções — continuam sendo um problema.

Em testes simples, modelos de IA erram entre 30% e 70% das respostas. Imagina aplicar isso em um sistema que pode mexer diretamente no bolso do cidadão?

Apesar dos benefícios prometidos — como maior fluidez no trânsito e mais eficiência no transporte público —, o experimento em Barcelona revela um dilema que cada vez mais cidades enfrentarão: como equilibrar avanços tecnológicos com direitos civis e justiça?

E mais: quem vai pagar a conta quando a IA errar? A julgar pelo histórico, pode ser o motorista, mesmo que ele esteja certo.



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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.