
Um dos estilos mais icônicos da história da BMW pode estar com os dias contados.
Os tradicionais cupês de duas portas — responsáveis por definir parte da identidade esportiva da marca — estão ameaçados.
De acordo com novas declarações da alta cúpula da fabricante alemã, o futuro das versões cupê das Séries 2, 4 e 8 ainda está sendo avaliado e pode depender mais de números financeiros do que de paixão automotiva.
A informação foi revelada em entrevista de Bernd Koerber, vice-presidente sênior de marca e gestão de produto do BMW Group.
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Segundo ele, ainda não há uma decisão definitiva sobre a continuidade desses modelos.

“Estamos avaliando a sucessão dos cupês. Nada está decidido”, afirmou.
Apesar da incerteza, Koerber reforça que a BMW ainda é feita por “amantes de carros” e tentará encontrar caminhos para manter os cupês vivos — mas admite que “em algum momento, também precisa fazer sentido econômico”.
O problema é que os números não têm sido gentis com os dois-portas. Nos Estados Unidos, por exemplo, o Série 4 vendeu cerca de 42 mil unidades no último ano.
Mas esse número inclui as versões Gran Coupé de quatro portas e até mesmo o i4, totalmente elétrico.

Quando se excluem essas variações, os números despencam para pouco mais de 19 mil — e uma parcela ainda menor representa os cupês de fato.
O caso do Série 8 é ainda mais crítico. Com apenas 5.345 unidades vendidas em 2023, boa parte também da versão Gran Coupé, fica claro que a linha topo de linha da BMW perdeu força no mercado.
O M8 cupê, por exemplo, já foi descontinuado nos EUA, e rumores apontam que a produção global será encerrada até 2026.
Mesmo assim, a BMW tenta alternativas para preservar seu DNA esportivo.
Uma delas é a aposta em modelos extremamente exclusivos, como os conceitos Skytop e Speedtop, que custam até US$ 500 mil e permitem que a marca explore formatos e designs em plataformas já existentes.

No entanto, essas versões limitadas têm mais função de vitrine do que de volume de vendas.
Atualmente, o Série 4 acaba de receber um facelift, o que indica mais alguns anos de vida útil.
Já o Série 2 ainda aguarda sua reestilização de meia-vida, e segundo informações internas, a versão M2 deve seguir em produção até 2030. Ou seja, ainda há tempo antes de qualquer anúncio mais drástico.
A história dos cupês na BMW é antiga. O primeiro carro da marca, o Dixi 3/15 de 1927, já era um modelo de duas portas.
Desde então, vieram lendas como o 2000 CS, o M1, o E31 Série 8 e tantos outros que ajudaram a consolidar a imagem da BMW como referência em esportividade e luxo.
Mas em tempos de SUVs dominando vendas e elétricos ganhando espaço, os cupês parecem lutar contra a corrente.
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