Durante décadas, o slogan “a máquina de dirigir definitiva” da BMW foi sinônimo de carros com tração traseira e câmbio manual.
Mas os tempos mudaram.
Com a indústria cada vez mais voltada para SUVs, automatizações e eletrificação, o espaço para esportivos com câmbio tradicional diminuiu.
Quando o atual M2 foi lançado em 2023, muita gente achou que ele seria o último suspiro dos manuais da marca bávara. Mas talvez essa marcha ainda tenha chão pela frente.
Sylvia Neubauer, vice-presidente da divisão M da BMW, trouxe esperança aos puristas em entrevista recente ao BMW Blog.
Segundo ela, não há planos para eliminar o câmbio manual da atual linha de modelos e, mais importante, não está descartado que ele continue sendo oferecido em futuras gerações.
A declaração ecoa o espírito apaixonado da divisão M, que parece disposta a lutar até o fim para preservar essa conexão visceral entre carro e motorista.
Neubauer afirmou que a marca estuda trazer o câmbio manual para mercados específicos, sempre em volumes limitados, baseando-se no desejo dos entusiastas.
Ela reforça que a equipe M é composta por engenheiros igualmente apaixonados, que tentarão manter essa opção viva sempre que for tecnicamente possível.
Atualmente, os únicos modelos manuais oferecidos pela BMW são os M2, M3/M4 e, mais recentemente, o Z4 2025.
Mas essa lista deve encolher em breve: o Z4 sairá de linha em 2026 e, ao que tudo indica, a próxima geração do M3 não oferecerá a terceira pedalada.
O atual M2 deve durar até 2029, deixando um ponto de interrogação no ar: o que virá depois?
O maior desafio pode não ser apenas o interesse do público, mas a cadeia de fornecimento.
Com cada vez menos fabricantes de componentes voltados para transmissões manuais, manter uma linha ativa se torna logisticamente complexo e financeiramente questionável.
Ainda assim, se depender da BMW M e de sua base fiel — especialmente nos Estados Unidos —, o câmbio manual ainda não está pronto para ser engatado pela última vez.
Enquanto concorrentes como Audi e até mesmo a Mini (curiosamente parte do grupo BMW) já abandonaram de vez essa opção, a marca bávara segue firme em sua missão de preservar o prazer de dirigir.
E mesmo que a eletrificação continue a avançar, talvez ainda haja espaço para quem insiste em trocar marchas com as próprias mãos.
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