
As montadoras alemãs estão sob pressão como nunca antes.
Após perderem espaço no mercado chinês para gigantes locais como a BYD, agora enfrentam o risco de um novo revés — desta vez em casa, na Europa. E o Salão de Munique, que acontece esta semana, será palco do contra-ataque.
BMW, Mercedes-Benz e Volkswagen planejam lançar uma nova geração de veículos elétricos, com foco em tecnologia de ponta, alcance superior e design mais alinhado ao gosto europeu.
A missão? Provar que a engenharia alemã ainda dita as regras — e evitar que o domínio chinês no mercado de elétricos se expanda para o continente.
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Nos últimos anos, a China se consolidou como o maior mercado mundial de veículos elétricos, e os consumidores locais passaram a preferir marcas domésticas, como BYD, Xpeng e Geely.

A consequência é a queda nas vendas das marcas alemãs, que agora também enfrentam tarifas nos EUA e um mercado europeu ainda morno.
“Este Salão de Munique é crucial. É a declaração da Alemanha ao mundo — especialmente à China — de que ainda somos protagonistas”, disse Felipe Munoz, analista da Jato Dynamics.
A BMW apresentou o primeiro modelo da sua aguardada plataforma elétrica “Neue Klasse”: o SUV iX3.
Com investimento de mais de €10 bilhões, o modelo traz novo design, software mais inteligente e uma autonomia superior à do Tesla Model Y. Com preço inicial de €68.900, é considerado o produto mais avançado da marca até hoje.
Segundo o CEO Oliver Zipse, a Neue Klasse será a base para 40 novos modelos nos próximos anos e representa “a transformação mais ousada em décadas” para a montadora.

Já a Mercedes revelou a nova versão elétrica do GLC, com promessa de recarga mais rápida e até 30% a mais de autonomia em relação ao Tesla Model Y.
O modelo é o primeiro construído sobre uma nova arquitetura que dará origem às futuras versões elétricas dos sedãs C-Class e E-Class.
Depois de uma recepção morna aos modelos EQS e EQG, a marca aposta nesse novo SUV para reconquistar a confiança dos consumidores — especialmente na China.
A Volkswagen, por sua vez, adotou estratégia diferente. Ao invés de enfrentar os rivais chineses em modelos premium, mira no segmento popular.
A marca exibiu o conceito do ID. Cross, SUV compacto que chega em 2026, e o ID. Polo, compacto 100% elétrico com preço estimado abaixo dos €25.000. É a tentativa da VW de recuperar o espírito do “carro do povo” para a era elétrica.

Marcas chinesas também marcaram presença em Munique. BYD, Xpeng, Leapmotor, Chery e outras estão apresentando novos modelos voltados para o público europeu.
A BYD, inclusive, revelou a perua Seal 06 DM-i Touring, versão híbrida plug-in que dribla tarifas da União Europeia e concorre diretamente com o Volkswagen Passat.
Além disso, marcas chinesas estão quebrando recordes para chamar atenção: a Yangwang (marca da BYD) revelou um supercarro elétrico que atingiu 472 km/h — superando o recorde anterior estabelecido por um Mercedes-AMG, e ironicamente, em uma pista localizada no estado natal da Volkswagen.
A disputa entre Alemanha e China pela liderança no mercado de carros elétricos está apenas começando.

Enquanto as montadoras europeias lutam para manter sua reputação e fatia de mercado, as chinesas apostam em inovação, preço competitivo e agilidade para conquistar o Velho Continente.
O Salão de Munique deste ano é mais que uma vitrine — é um campo de batalha pelo futuro da mobilidade global.
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