
Mesmo com cada vez menos motoristas sabendo ou querendo dirigir um carro com câmbio manual, a BMW continua segurando firme essa tradição em alguns de seus modelos mais puristas, como a versão de entrada do M3.
Embora esse tipo de transmissão ainda tenha certa presença no mercado europeu, nos Estados Unidos e em boa parte do mundo, sua era de ouro já ficou para trás — e para quem quer um carro com esse tipo de câmbio, talvez seja preciso buscar nos usados.
Segundo informações do BMW Blog, a marca bávara não pretende abandonar totalmente os manuais em um futuro próximo. Para os entusiastas do “pé na embreagem e mão na alavanca”, essa é uma notícia animadora.
Sylvia Neubauer, vice-presidente de Clientes, Marca e Vendas da divisão M da BMW, afirmou que “nada está fechado para sempre” quando questionada sobre o fim dos manuais na linha da marca.

Porém, a disponibilidade está cada vez mais limitada — e por bons motivos, segundo a própria BMW. Modelos com tração integral xDrive, por exemplo, não são compatíveis com câmbio manual.
O M2, que deve ganhar uma versão com tração nas quatro rodas no próximo ano, virá exclusivamente com câmbio automático de 8 marchas. Por outro lado, o M2 com tração traseira continuará disponível com câmbio manual, ao menos por enquanto.
O Z4, outro modelo mais voltado aos puristas, pode estar com os dias contados, e fora os modelos M2, M3 e M4 com versões específicas, nenhum outro BMW M oferece opção de câmbio manual.
SUVs da divisão M, bem como os poderosos M5 e M8, não têm essa opção, tanto por conta do alto torque quanto pelas dificuldades técnicas que isso implica — ainda mais agora, com os avanços rumo à eletrificação de modelos como o M5 Touring.

A verdade é que, para a maioria dos consumidores, o câmbio manual representa mais complicação do que prazer. Além disso, do ponto de vista comercial, faz pouco sentido investir em uma tecnologia que atende a um público cada vez menor.
Mesmo entre os compradores da linha M, que teoricamente seriam os mais engajados com a direção esportiva, poucos usam seus carros em pista. A maioria quer performance, sim, mas com conforto e facilidade.
O futuro dos manuais na BMW pode seguir o caminho de se tornar um item exclusivo para séries limitadas, como já acontece em supercarros de marcas como Porsche ou Bugatti.
Isso transformaria o câmbio manual em um diferencial colecionável, voltado aos entusiastas mais apaixonados e dispostos a pagar mais por essa conexão direta com o carro.

Por ora, a BMW mantém vivo o espírito analógico em meio à crescente digitalização dos automóveis. Mas até quando será possível encomendar um M2, M3 ou M4 com o bom e velho câmbio manual?
É uma pergunta que, infelizmente, parece ter resposta com prazo de validade.

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