
A BMW está prestes a promover uma mudança drástica na forma como vende carros.
Seguindo os passos da Mini, que já implementou o modelo com sucesso em mais de 20 mercados, a montadora alemã anunciou que irá adotar um sistema de vendas diretas ao consumidor, rompendo com o tradicional formato de atuação das concessionárias.
A transição, prevista inicialmente para começar em 2026, foi adiada, mas segue firme nos planos do grupo.
O novo modelo, chamado de “agency model”, elimina o papel das concessionárias como proprietárias dos veículos.
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Em vez disso, elas passam a ser apenas intermediárias no processo de venda — oferecendo suporte ao cliente, mas sem margem para negociar preços ou definir condições comerciais próprias.

Segundo Jochen Goller, chefe de clientes, marcas e vendas do BMW Group, os primeiros testes com a Mini mostraram resultados altamente positivos.
“Estamos ainda mais convencidos de que essa é a abordagem certa. O processo completo — do primeiro contato com o cliente até a entrega do carro — já funciona de ponta a ponta”, afirmou em entrevista à Auto News.
Com o novo sistema, a BMW mantém a posse do estoque, gerencia diretamente a precificação e comanda as campanhas de marketing.
As concessionárias, por sua vez, recebem uma taxa fixa por cada venda, sem influência sobre o valor final negociado.
Na prática, o comprador deixa de “fechar negócio” com a loja e passa a fazer toda a transação diretamente com a marca.

Estudos do setor indicam que esse formato pode reduzir em até 10% os custos de distribuição para as fabricantes, além de permitir maior controle da experiência do cliente e padronização de preços — algo cada vez mais estratégico em tempos de vendas digitais e plataformas online.
Apesar do adiamento, a BMW já está definindo o cronograma de implementação por país, inicialmente na Europa.
Em nota oficial, a empresa declarou que está “ajustando a sequência de lançamento e a estratégia de entrada em mercado, visando garantir uma implementação rápida e um padrão de excelência operacional”.
O movimento faz parte de uma tendência global de fabricantes buscando contato direto com seus clientes e maior previsibilidade nas margens de lucro.

No entanto, a mudança também desperta controvérsias, principalmente entre as concessionárias, que perdem autonomia comercial e veem seu papel ser reduzido a uma função de suporte.
Para o consumidor europeu, a mudança representa o fim da tradicional negociação com o vendedor e a chegada de preços fixos, sem margem para desconto. Um modelo que pode agradar quem busca transparência, mas frustra os que gostam de barganhar.
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