
A BYD, maior montadora da China, deu mais um passo estratégico em sua ofensiva pela América do Sul.
Nesta quarta-feira (8), a marca iniciou oficialmente as vendas de seus modelos elétricos e híbridos na Argentina, aproveitando uma recente decisão do governo local que isenta de tarifas de importação até 50 mil veículos eletrificados em 2026.
Os primeiros modelos disponíveis no mercado argentino são o Dolphin Mini (100% elétrico), o Yuan Pro (SUV elétrico) e o Song Pro (SUV híbrido plug-in).
Todos serão oferecidos com preço de origem inferior a US$ 16 mil, equivalente a R$ 84 mil — antes de impostos e taxas locais — o que posiciona a BYD com forte vantagem frente aos concorrentes que ainda precisam lidar com o imposto de 35% sobre veículos importados fora do Mercosul.
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Com a nova política, a Argentina busca impulsionar a mobilidade elétrica em um país que, apesar de ser o segundo maior mercado automotivo da América do Sul, ainda tem baixíssima penetração de EVs.
Entre janeiro e agosto de 2025, apenas 486 veículos elétricos foram vendidos no país, de um total de 421 mil unidades registradas, segundo dados da JATO Dynamics.
Stephen Deng, gerente da BYD na Argentina, afirmou durante o evento de lançamento que a marca recebeu autorização para importar até 7.800 veículos dentro da cota isenta de tarifas.
Ele destacou o potencial de longo prazo do mercado argentino e classificou a política como uma “tremenda oportunidade” para acelerar a transição energética.

O crescimento da BYD na Argentina acontece em meio a uma recuperação do setor automotivo local, impulsionado pela queda de tarifas e melhora nas linhas de crédito.
De acordo com dados da indústria até setembro, o mercado argentino teve alta de 60,4% no número de emplacamentos em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Especialistas apontam que a isenção temporária deve favorecer especialmente as marcas chinesas, que oferecem modelos mais acessíveis e já consolidados em outros países da região.
“Veremos uma retomada, a demanda finalmente vai decolar”, afirmou Felipe Munoz, analista automotivo global da JATO, com sede na Itália.
Enquanto isso, no Brasil, onde a BYD já possui fábrica e ampla rede de concessionárias, a expansão da montadora enfrenta resistência de entidades da indústria local, que temem perda de empregos e queda na produção nacional.
Apesar de seu crescimento vertiginoso nos últimos anos, a BYD também enfrenta novos desafios.
A fabricante registrou queda nas vendas trimestrais pela primeira vez desde 2020, reflexo da concorrência cada vez mais acirrada com marcas como Geely e Leapmotor, também chinesas.
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