
Agora parece que a guerra de preços na China tomou nas dimensões, com o campo de batalha saindo dos showrooms para as declarações públicas dos comandantes das montadoras em batalha.
A BYD, que lançou uma ofensiva de preços com descontos de 35% no mercado automotivo da China, não gostou nada das declarações recentes de Wei Jianjun, CEO da Great Wall Motor.
Como se sabe, Wei chamou a indústria chinesa de “insalubre” e criticou abertamente a guerra de preços no país, que está afetando os lucros das montadoras e dos fornecedores.
Wei chegou a comparar a situação com a da falida Evergrande, que gerou a primeira grande crise financeira da China.
Isso fez com que o mercado reagisse imediatamente, com queda nas ações dos fabricantes chineses, o que não foi recebido bem pela BYD.
Há um temor internacional de que exista uma bolha se formando na China, o que arrastaria a economia mundial para uma nova crise, caso seja pior que a Evergrande.
Segundo a Reuters, Li Yunfei, gerente geral de marca e relações-públicas da BYD, disse que não existe uma crise como a Evergrande e que ficou “perplexo” com as declarações de Wei, que estaria se referindo particularmente à BYD.
Li citou que a BYD tem uma relação dívida/ativos de 70% e mais de 580 bilhões de yuans em dívidas. Isso dá R$ 461 bilhões, o que é uma quantia enorme de dinheiro perdido.
O executivo da BYD alegou que a dívida é menor que de Ford, Boeing e Toyota, por exemplo.
Yunfei alegou que a enorme dívida é devido ao rápido crescimento da BYD e à estagnação das rivais, todavia, não citou quais seriam esses concorrentes que pararam no tempo.
Sobre os rumores apresentados nas redes sociais chinesas, Li disse que a BYD responsabilizará legalmente os usuários online que espalharam tais especulações e entregaram “evidências” às autoridades chinesas.
Mas, na batalha contra a GWM, a BYD vê outro importante fabricante se aliar à rival. A Changan se manifestou em apoio à Wei, com Zhu Huarong, presidente da montadora estatal, dizendo aos acionistas que as declarações são um lembrete de que precisam prestar atenção aos riscos.
Essa não é a primeira vez que BYD e GWM se enfrentam, pois em 2023, a segunda apresentou um relatório a Pequim, afirmando que os dois modelos mais vendidos da primeira não atendiam as normas de emissão do país.
A GWM ainda repreendeu a BYD algum tempo depois, quando esta sugeriu que a indústria chinesa “demolisse as velhas lendas” do mercado global.
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