
O sindicato dos trabalhadores de Camaçari está com um pé atrás em relação à BYD, montadora chinesa que decidiu se estabelecer na região para produzir automóveis eletrificados, caminhões e componentes.
Julio Bonfim, presidente da entidade, por meio de nota, expressou receios a respeito da instalação que a BYD está administrando na cidade, sendo esta planta herdada da Ford e cuja produção prometida é de 150.000 carros por ano.
O temor do sindicato é que a dita fábrica da BYD vire um centro de distribuição de peças e veículos importados da China, não cumprindo assim com a promessa de ser uma fábrica de veículos.
A nota, revelada pelo site Automotive Business, diz: “O que está em jogo é saber se Camaçari será, de fato, um polo industrial de produção de veículos, ou se correremos o risco de nos tornarmos apenas um centro logístico de distribuição de peças e veículos semi-montados vindos da China”.
Bonfim revelou que existem indícios para corroborar que a BYD esteja mesmo é com intenção de continuar importando em massa, com aumento da frota como o Explorer Número 1, ampliação da fábrica de Zhengzhou na China e um alto nível de automação na Bahia.
Também aponta que um armazém grande será instalado na planta, porém, um pedido de redução fiscal para montagem local de kits em CKD e SKD, feito pela BYD junto ao governo federal, assusta mais a entidade do que qualquer um dos pontos já mencionados.
Em resposta, a BYD disse: “A operação terá início com a montagem dos veículos, enquanto a planta avança para a produção completa, com nacionalização progressiva dos modelos mais vendidos no Brasil. A estimativa é que sejam criados 20 mil postos de trabalho diretos e indiretos ao longo do projeto, consolidando a planta baiana como o maior polo industrial da BYD fora da China”.
A entidade encerra a nota dizendo: “O sindicato dos metalúrgicos continuará atuando com firmeza, cobrando transparência da empresa. Não aceitaremos que o futuro da nossa cidade seja comprometido por estratégias comerciais de importação disfarçadas de industrialização”.

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