Recebemos mais um excelente relato do nosso leitor Ubaldir a respeito de seu Citroen C4 Lounge.
Para quem ainda não conferiu seus textos anteriores, aqui vão os links:
- 60.000 km com um Jetta e 1.000 km com um Citroen C4 Lounge novo (2014)
- Um ano (ou quase isso) com um Citroen C4 Lounge (2015)
- Citroen C4 Lounge aos 30.000 km (2016)
- 60.000 km com um Citroen C4 Lounge THP Exclusive (2017)
- 60.000 km com um Peugeot 208 Griffe (2018)
Índice
CITROEN C4 LOUNGE EXCLUSIVE THP 2014 – relato final
Prezados leitores do NA,
Após exatos 4 anos de convivência com o sedã médio da marca francesa, de forma a encerrar a saga dos relatos sobre o veículo já fornecidos com regularidade para o site, trago as últimas informações sobre a experiência com este Citroen até a troca do veículo.
OPÇÃO PELA TROCA
Com poucas viagens de carro em família ultimamente, e com uma utilização intensa do veículo em meio urbano e com apenas um ou dois ocupantes, já vinha crescendo o meu anseio de substituir o modelo por um veículo menor, mais adequado ao uso que tenho feito do automóvel nestes tempos.
Dando início a este processo, estudei algumas opções e resolvi pela escolha de um modelo mais simples, mas com vocação para pequenas viagens esporádicas que fazemos em família, normalmente para destinos próximos à nossa residência (não mais que 300 km).
A ideia era colocar a esposa em um carro não muito grande, mas que possa atender à família nestas ocasiões, abrindo espaço para que em um futuro próximo eu possa buscar para mim um desejo de consumo já antigo: um pequeno “hot hatch”.
Assim, após analisar as opções de alguns ditos SUVs compactos (atendem aos desejos da esposa e servem para o propósito desejado) e de algumas outras hipóteses, como sedãs na faixa de Virtus ou Cronos, acabei fazendo a opção final por um Citroen Aircross Shine 2018/19 na cor prata.
O valor de aquisição combinado com o valor ofertado pelo C4 Lounge usado foram os principais motivadores para a escolha. Os tempos são de economia incerta, e o fator valor pesou muito.
Maiores detalhes sobre a escolha ficam para uma outra análise, já relativa ao novo Citroen da família.
VALOR DE REVENDA
Sendo bem direto, a compra saiu nas seguintes condições: C4 na entrada mais R$ 25.000 de volta.
Dá mais ou menos o valor de tabela FIPE para o C4 Lounge Exclusive THP 2014/2014 (aproximados R$ 52.000) em troca do Aircross pela tabela do site (pintura metálica).
No final das contas, uma revenda interessante para o C4 considerada a tão afamada desvalorização dos modelos da marca. Se a troca fosse por um C4 novo, o bônus seria maior, com o usado saindo mais valorizado no negócio.
Não procurei venda para particular, apenas pesquisei algumas opções destas já relatadas no início do texto, sendo que na rede autorizada da concorrência a oferta pelo C4 tinha um decréscimo médio na casa dos 10 mil reais, o que somado aos valores altos das demais opções, com SUVs compactos de nível médio de equipamentos batendo na casa dos 90 mil reais, acabaram tornando o negócio na Citroen atrativo.
Para o caso dos sedãs “compactos”, o Cronos tem espaço interno aquém da minha necessidade, além de ser um tipo de carro que não agrada aos anseios de minha esposa. Em sua versão mais completa, o sedã da Fiat fica no mesmo patamar de preço do Aircross, o que somado à oferta mais acanhada pelo C4 usado, resulta em um valor de volta na casa dos 35 mil reais.
Já o Virtus possui versões bem equipadas na casa dos 80 mil reais, mas a oferta da VW pelo C4 era das piores, levando a conta para a casa acima dos 40 mil reais na diferença, o que tornou o negócio muito pouco interessante.
ESTADO FINAL DO C4 APÓS 4 ANOS
Quase exatos 70 mil quilômetros (70.100, para ser mais preciso). Essa foi a marca com que repassei o C4.
Entre os 60 e os 70 mil km pouco a relatar (as ocorrências antes dos 60 mil km foram pormenorizadamente tratadas em relatos passados disponíveis no NA). Foram necessárias as trocas de duas lâmpadas de farol baixo (queimaram quase simultaneamente por fim da vida útil), a um custo de R$ 80 (R$ 40 cada).
Para quem acompanha os meus relatos, sabe que o C4 foi um bom companheiro nesses anos, a despeito de acabar contando com uma lista de ocorrências de número significativo.
Vamos ao resumo delas:
• Reparo e garantia de ruído no rebatimento dos retrovisores externos aos 10 mil km (revisão);
• Troca em garantia dos amortecedores dianteiros aos 20 mil km (revisão);
• Troca em garantia da caixa de direção aos 30 mil km (revisão);
• Troca em garantia do comando da distribuição aos 40 mil km (revisão);
• Troca da válvula de alívio do turbo e da correia do alternador aos 55 mil km.
Na revisão dos 60 mil km foi detectada a necessidade de troca da tampa plástica de válvulas por conta de um diafragma danificado que está alojado em seu interior, o qual proporcionava excesso de compressão sobre o retentor da polia fazendo “melejar” óleo, causa da necessidade de troca da correia do alternador/ar condicionado aos 55 mil km.
E foi isso. As ocorrências foram quase sempre relatadas em revisões, e tratadas nestas ocasiões, com exceção da troca da correia e da válvula de alívio do turbo aos 55 mil km.
O carro chegou impecável a este final de convivência, sem qualquer ruído de acabamento interno, e com a suspensão aparentemente intacta, passando a percepção de grande solidez na construção.
Aparência externa e interna perfeita, parte elétrica em perfeito funcionamento, acabamentos todos em seus devidos lugares, ar condicionado em perfeito estado.
Nestes 70 mil km foram duas trocas de pneu (uma a cada 30 mil km, aproximadamente), duas trocas de bateria (uma a cada quase dois anos), duas trocas de pastilhas de freio dianteiras (20 e 30 mil km) e uma das pastilhas traseiras (60 mil km). O carro foi utilizado por cerca de 80% de sua quilometragem em trajetos urbanos.
Quanto a motor e câmbio, funcionamento perfeito, com uma ressalva: o consumo de 1 litro de óleo entre as trocas passou a ser comum após os 40 mil km.
Por volta dos 6 a 7 mil km rodados a partir das revisões, uma indicação no painel informava para que fosse completado o nível do fluido.
Como a revisão dos 60 mil km já foi feita em oficina particular (após fim da garantia fiz revisões fora da rede), o mecânico especializado em veículos PSA informou que os motores THP da leva monocombustível normalmente consomem esse volume de óleo entre as trocas, sendo um comportamento normal destas unidades de força (ele mesmo, proprietário de um DS3).
VEREDITO FINAL
A conclusão final a respeito desta convivência com o C4 Lounge: a qualidade de montagem do carro impressiona.
Há uma clara percepção de robustez e integridade ao final destes 70 mil km.
Quanto ao produto em si, o contentamento em seu uso é excelente. Veículo agradabilíssimo de guiar, extremamente confortável, muito bem equipado e com um comportamento dinâmico diferenciado, em especial pelo seu excelente conjunto mecânico.
O consumo de combustível é algo elevado (7 km/l em ambiente estritamente urbano e 12 km/l em uso normal rodoviário – lembrando que o meu modelo só andava com gasolina, não era flex), os custos de manutenção (revisões e peças) não são módicos, mas também não são estratosféricos.
Para parâmetro de comparação, ficaram no mesmo patamar dos que tive em meu carro anterior (Jetta G6 aspirado).
O atendimento em concessionária foi sempre ok, com resolução rápida e cômoda das ocorrências em garantia, sem maiores desgastes.
A exceção fica por conta da não detecção do rompimento do diafragma da tampa de válvulas quando da troca da correia do alternador/ar condicionado, o que só veio a ser solucionado na revisão de 60 mil km em oficina não pertencente à rede autorizada.
Não observei nenhum tipo de ação ligada a “empurroterapia” de serviços desnecessários.
Quanto ao número de ocorrências com o carro, vem a conclusão final: a Citroen tem um bom espaço para evoluir em termos de controle de qualidade de periféricos fornecidos por terceiros.
Um maior cuidado neste campo pode eliminar os pequenos defeitos observados ao longo da convivência, os quais podem influenciar negativamente a opinião de consumidores menos preparados para lidar com ocorrências esporádicas do tipo. Foi praticamente uma a cada 10 mil km.
Não chegaram a incomodar ou ocasionar paralisação do carro por período indevido, mas comparando com outro carro do grupo que temos em casa (um Peugeot 208), o qual teve zero de ocorrências em 3 anos, acaba revelando que há espaço para evolução no produto.
O Aircross vai para a esposa, sendo que vou ficar com o 208 dela (hoje com 3 anos e 65 mil km rodados) para meu uso por um período.
A intenção é buscar uma opção entre hatches compactos de bom desempenho em breve (208 GT, Sandero RS ou mesmo um Polo Highline estão no meu radar), um antigo sonho de consumo que se torna viável pelas mudanças de necessidades da família atualmente.
Ubaldir – Goiânia.
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