
Uma medida que deveria trazer tranquilidade aos moradores de Austinmer, no sul de Sydney, acabou provocando o efeito contrário.
Instalado como parte de um projeto piloto para combater veículos barulhentos, um novo tipo de câmera com sensor de ruído se transformou em alvo de provocação por parte de motociclistas e motoristas desordeiros — os chamados “hoons”, como são conhecidos na Austrália.
A tecnologia, que entrou em fase de testes em dezembro de 2024, utiliza microfones para identificar carros e motos que ultrapassam os limites de ruído estabelecidos pelo estado.
Atualmente, o teto é de 90 decibéis para automóveis e até 94 decibéis para motocicletas, dependendo do ano de fabricação. Quando esse limite é ultrapassado, a câmera tira automaticamente uma foto do veículo infrator.
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O problema é que, desde que o equipamento foi instalado, os moradores relatam que a situação piorou.
Segundo reportagens do jornal Illawarra Mercury, motociclistas e motoristas passaram a buscar a câmera de propósito, acelerando com força, buzinando ou fazendo manobras barulhentas bem ao lado do equipamento — tudo para “ativar” o sensor e zombar da medida.
“De alguma forma, os barulhentos descobriram onde fica a câmera e agora fazem questão de passar ali gritando ou acelerando. Parece provocação mesmo”, disse um morador local ao jornal.
“Na verdade, só piorou as coisas por aqui, mas a gente espera que isso pare quando as multas começarem a ser aplicadas.”

Atualmente, a fase de testes ainda não prevê punições, mas os dados coletados estão sendo armazenados e analisados pela Agência de Proteção Ambiental (EPA), que colabora com a polícia e o departamento de transportes de Nova Gales do Sul.
A intenção é usar essas informações para definir se o equipamento será instalado de forma permanente até o fim de 2025.
Apesar da zombaria, os “hoons” podem estar se prejudicando. A própria provocação — com mais barulho e mais detecções — está gerando dados que favorecem a permanência da câmera, além de reforçar a necessidade de medidas punitivas.
Quando as multas começarem a ser emitidas, as penalidades poderão variar de AU$ 150 a AU$ 500, dependendo do tipo de infração, sem contar pontos na carteira e outras sanções.
Além do escapamento alterado, barulhos considerados “ofensivos” de sistemas de som ou o uso desnecessário da buzina também podem gerar multas — algumas ultrapassando AU$ 349, o que equivale a mais de R$ 1.200 na cotação atual.
A ironia do caso é evidente: quanto mais os infratores tentam sabotar o sistema, mais fornecem munição para que ele se torne definitivo.
E para os moradores, o barulho constante virou um castigo duplo — tanto pela zoeira em si quanto pela ineficiência temporária da medida que prometia paz.
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