
O governo do Canadá decidiu partir para o embate direto com a Stellantis, acusando a montadora de descumprir um acordo firmado com trabalhadores locais e ameaçando medidas legais.
O motivo da disputa é a decisão da empresa de retirar a produção do Jeep Compass da fábrica de Brampton, em Ontário, e transferi-la para os Estados Unidos.
A mudança foi anunciada em outubro, como parte de um grande investimento da Stellantis em suas operações nos EUA, buscando evitar as tarifas de 25% impostas por Donald Trump sobre veículos importados.
Com isso, a fabricação do Compass será realocada para Belvidere, no estado de Illinois, contrariando um compromisso firmado em 2023 com o sindicato canadense Unifor.
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A quebra da promessa gerou forte reação no país.
Lana Payne, presidente do Unifor, declarou à imprensa que os trabalhadores canadenses estão “em chamas” diante do que consideram uma traição por parte da Stellantis.
A situação se agravou no dia 4 de dezembro, quando a ministra da Indústria do Canadá, Mélanie Joly, anunciou que o governo federal vai emitir um “aviso de inadimplência” à montadora — um passo formal que antecede um possível processo judicial.
Segundo o governo, a decisão da Stellantis representa uma violação de contrato e pode resultar na suspensão de repasses financeiros e até na exigência de devolução de valores já pagos.

A montadora recebeu R$ 1,37 bilhão (equivalente a 222 milhões de dólares canadenses) para reestruturar suas fábricas em Brampton e Windsor.
Outros R$ 3,2 bilhões (529 milhões de dólares canadenses) estavam previstos em novos pagamentos, que agora estão ameaçados.
Apesar da polêmica em torno da fábrica de Brampton, a Stellantis anunciou recentemente que criará 1.500 empregos em Windsor, onde serão produzidos os novos Dodge Charger a combustão e a minivan Chrysler Pacifica.
Esse reforço acontecerá com o início de um terceiro turno de trabalho, previsto para 2026.

A empresa ofereceu aos funcionários demitidos de Brampton a possibilidade de se transferirem para Windsor, embora as duas cidades fiquem a cerca de quatro horas de distância por estrada.
A Stellantis alega que segue comprometida com o futuro da indústria automotiva no Canadá.
Em nota enviada à imprensa, a porta-voz da empresa, Lou Ann Gosselin, afirmou que as negociações com o governo continuam, mas em caráter confidencial.
Segundo ela, o objetivo comum é garantir uma base sustentável de produção no país, inclusive em Brampton.
No entanto, o clima entre governo, sindicato e montadora segue tenso.
A mudança da linha de produção do Jeep Compass para os Estados Unidos é vista como um duro golpe para cerca de 3 mil trabalhadores canadenses diretamente afetados.
Agora, resta saber se a pressão de Ottawa surtirá efeito ou se a disputa evoluirá para uma batalha judicial milionária.
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