
O polêmico “Carolina Squat” — aquele visual em que picapes e SUVs têm a dianteira absurdamente levantada enquanto a traseira permanece na altura original — continua fazendo inimigos por onde passa.
O estilo, que virou febre entre entusiastas no sul dos Estados Unidos, agora acaba de ser oficialmente proibido no Arkansas, que se junta a uma crescente lista de estados que decidiram banir a modificação por razões de segurança viária.
A nova legislação, batizada de SB411, foi apresentada no dia 10 de março e aprovada em tempo recorde, levando menos de um mês para virar lei.
A regra é clara: qualquer alteração na suspensão, chassi ou estrutura que eleve o para-choque dianteiro mais de quatro polegadas em relação ao traseiro será considerada ilegal.

A punição também não é leve. A primeira infração custa 250 dólares ao motorista. Na segunda, o valor salta para 500 dólares. Já a terceira vez pode resultar na suspensão da carteira de habilitação por um ano inteiro.
A prática de “squatar” caminhonetes — nome inspirado na aparência de “agachamento” ao contrário — não é nova, mas a rejeição a ela tem crescido nos últimos anos, especialmente entre os que enxergam a modificação como perigosa e inútil.
O ângulo alterado da suspensão interfere na visibilidade do condutor, dificulta frenagens e pode comprometer o funcionamento adequado dos faróis e do cinto de segurança.

Além disso, o risco para pedestres e outros motoristas aumenta significativamente em caso de colisão.
A decisão do Arkansas segue os passos da Carolina do Norte, pioneira na proibição, em 2021. Depois dela vieram Virgínia, Carolina do Sul e Tennessee.
Agora, com mais um estado adotando medidas restritivas, cresce a expectativa sobre quais regiões seguirão o mesmo caminho.
No entanto, nem todos estão comemorando. Nas redes sociais, principalmente nos grupos automotivos da região do Missouri e Arkansas, o debate é acalorado. De um lado, há quem celebre o fim desses “monstros de rodovia”.
Do outro, defensores da liberdade de modificação argumentam que legislar sobre esse tipo de customização abre um precedente perigoso. Afinal, se o governo pode banir esse estilo, o que o impede de proibir outros?

O receio é que carros personalizados, desde um projeto de garagem até modelos antigos restaurados, passem a ser alvos da legislação.
Apesar da aprovação da SB411, a eficácia da nova lei ainda será posta à prova. Será que ela realmente vai tirar os “squatted trucks” das ruas ou apenas empurrar os adeptos para encontros clandestinos e eventos off-road?
A resposta virá com o tempo, mas uma coisa é certa: o debate entre estilo, segurança e liberdade automotiva está longe de acabar. E, com esse novo capítulo, a tendência é vermos mais estados entrando na onda de proibição nos próximos meses.

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