Em meio a um ambiente de tensão crescente no setor automotivo chinês, a BYD decidiu dobrar a aposta: lançou o sedã elétrico Seal 06 EV, com preço inicial equivalente a cerca de R$ 80 mil.
A novidade vem apenas dias após a Associação de Fabricantes de Automóveis da China alertar sobre uma “nova onda de pânico” provocada pela escalada de cortes de preços no mercado — embora o comunicado não tenha citado nomes, todos os olhos se voltam para a BYD.
A montadora já havia reduzido os preços de 22 de seus modelos no final de maio, com descontos que chegaram a 34%.
Agora, surpreende novamente com um sedã médio 100% elétrico, equipado com recursos normalmente vistos apenas em carros premium, e com preço quase inacreditável.
O BYD Seal 06 EV é oferecido em três versões, todas com baterias LFP Blade da própria montadora.
Os pacotes disponíveis têm 46,08 kWh e 56,64 kWh, proporcionando autonomias de 470 km e 545 km no ciclo chinês CLTC, respectivamente.
Na prática, essas cifras colocam o modelo entre os mais competitivos da categoria em termos de custo-benefício.
Com 4,72 metros de comprimento, o Seal 06 EV tem dimensões similares ao Tesla Model 3, porém custa menos da metade.
O interior conta com uma central multimídia de 15,6 polegadas giratória, painel digital para o condutor, e mimos como bancos dianteiros com aquecimento e ventilação, teto solar panorâmico, iluminação ambiente, sistema de som envolvente e até uma geladeira embutida, capaz de refrigerar ou aquecer alimentos e bebidas.
Outro destaque é o pacote de assistência à condução chamado “God’s Eye ADAS”, que nesta versão utiliza câmeras no lugar de sensores LiDAR. Há também o sistema de cockpit inteligente DiPilot 100, integrando diversas funções do veículo de maneira intuitiva.
Embora ainda longe da autonomia prometida pelo Tesla Model 3 básico — que entrega até 634 km no mesmo ciclo —, o Seal 06 EV custa pouco mais de 109 mil yuans (cerca de US$ 15.300), contra os 235 mil yuans (US$ 32.800) do modelo norte-americano.
A diferença brutal de preço, associada ao nível de equipamentos do BYD, levanta dúvidas sobre quanto tempo Tesla e outras gigantes conseguirão manter seus valores atuais.
Com essa ofensiva agressiva, a BYD reforça sua posição de liderança e sinaliza que não pretende recuar na guerra dos elétricos.
Se o ritmo continuar, pode pressionar rivais globais a reverem suas estratégias — e quem sabe até acelerar a chegada de modelos acessíveis ao Brasil e outros mercados emergentes.
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